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“Com a nossa chegada ao governo o Brasil não sofreu um golpe institucional, foi sim ‘vítima’ de um Golpe de Sorte. Recomendo ao presidente Lula que governe olhando para a frente” — Michel Temer, ex-presidente, respondendo à reciclagem da narrativa de que Dilma sofreu um “golpe”. Curioso que membros do partido “golpista” foram chamados para compor ministérios — depois do suposto "golpe".
“Profundamente irritado com Lula, que o chamou de golpista, Michel Temer me disse ontem: ‘Fui secretário de segurança, sei lidar com bandido” – Dora Kramer, jornalista. Pelo visto, a elegância da resposta pública foi uma entrada para o prato principal da resposta de bastidor.
“Cala a boca, é melhor não falar nada” – Antônio Fagundes, ator, dando recado a quem critica a Lei Rouanet e a liberação de R$1 bilhão “para a cultura”. Lembra quando os artistas defendiam a liberdade de expressão?
“Certo. Porque excesso de CO2 é o pior problema que o Brasil enfrenta...” — Jordan Peterson, psicólogo e pensador canadense, ironizando com razão uma foto do ex-vice-presidente americano Al Gore, notório alarmista climático, com a ministra Marina Silva. Para ser justo, o excesso de gás é um problema real: o governo, por exemplo, está cheio de cabeças de vento.
“Ser pai, marido, artista e ser um dos alicerces de uma família preta não é para poucos, meu espírito sucumbiu, enfraqueceu” — Luis Navarro, ator de novela, tentando justificar por que está largando a esposa e filhos. Um novo uso do identitarismo. Se os filhos, um de quatro anos e outro de quatro meses, aprenderem direitinho com o pai, vão culpar a sociedade, não ele, pela desestruturação da família.
“Bolsonaro usava dinheiro público para pagar Nutella, salgadinho Fandangos, panetone e até Rivotril em farmácia! Os brasileiros literalmente pagavam a compra do mês da família da mamata!” — Guilherme Boulos, deputado socialista que resolveu fingir por um momento que se importa com gasto de impostos. Dá até gosto de ver.
“A pedido das parlamentares eleites [sic], a repórter utilizou o gênero neutro nas construções das frases” — Agência Brasil, órgão de comunicação estatal, deixando bem clare que está sob ume nove direçãe que fala a língue politicamente correte.
“Me atraio tanto [por homens] quanto [por mulheres], mas são fases na vida. Relacionamento fechado eu só tive com homens. Bissexual heteroafetiva” – Bruna Griphao, participante do BBB23. Atualizem a sopa de letrinhas, achamos mais uma oprimida.
“Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia” - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas importantes da Americanas S.A., que revelou rombo contábil de 20 bilhões. Pelos nossos cálculos, se todos os mais de 200 milhões de brasileiros roubassem uma balinha por dia das Lojas Americanas, levariam três anos e meio para dar esse rombo. Todo mundo enjoaria de bala antes disso.
“Saindo do prédio na Asa Norte cheio de malas, o porteiro me aborda: ‘O sr. quer ajuda?’ / ‘ Se puder, agradeço muito.’ E ele emenda: ‘E o nosso Lulinha, tá seguro? Esse povo tem que parar de perturbar e arrumar um serviço.’ / ‘Tá sim, tranquilo.’ A proteção do povo é a mais forte” — Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública e interventor do Distrito Federal. Damos nota 4/10 para essa historinha, pois não teve lágrimas de emoção nem aplauso de transeuntes. Além disso, em vez de porteiro, deveria ser uma criança de quatro anos muito politizada.
“Teve calote, mas BNDES financiar obras em outros países é sim bom negócio” — José Paulo Kupfer, colunista do UOL. É a evolução do “mas” do jornalismo político, da afronta ao governo para o aplauso ao governo.
“Não há risco de prejuízo. Os acordos do BNDES têm garantias, seguro e há uma larga tradição e receber o que emprestou” — Secretaria de Comunicação Social da Presidência, que não quis te contar que não há risco de prejuízo porque quem paga quando Fernández, Maduro, Ortega e Díaz-Canel dão o calote é você, através do “Fundo Garantidor de Exportações”.
Celascou: Cantinho da Celac
“Peço desculpas por todas as grosserias que o presidente anterior do Brasil fez ao presidente Alberto Fernández e a Argentina” – Luiz Inácio Lula da Silva.
“Os mexicanos saíram dos índios, os brasileiros saíram da selva, mas nós, os argentinos, chegamos de barcos. E eram barcos que vinham de lá, da Europa” – Alberto Fernández, presidente da Argentina, em junho de 2021.
“Pessoas acham que não pode haver financiamento de engenharia para outros países. Eu acho não só que pode, como é necessário ao Brasil ajudar os seus parceiros. E é isso que vamos fazer, dentro das possibilidades econômicas do nosso país. O BNDES é muito grande” – Lula, oferecendo muito mais que desculpas aos países vizinhos.
“Grande parte da inflação é autoconstruída, está na cabeça da gente”
— Alberto Fernández, presidente inflacionado da Argentina. Quer dizer que inflação é como chifre? É só uma coisa da nossa cabeça?
“Lula na Argentina é o Brasil de volta ao futuro” — Reinaldo Azevedo, comentarista que é o maior quem-te-viu-quem-te-vê do país. O mesmo Reinaldo em 10 de maio de 2017: “eu acho que o lugar do Lula é na cadeia”.
“Não podemos olhar para o outro lado quando sete milhões de venezuelanos deixaram suas casas. A democracia, como sistema de governo, embora comece com eleições livres, periódicas e transparentes, não termina aí” – Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai, se distanciando de sua contraparte argentina, que defendeu as ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela. Quem diria, o presidente do Paraguai foi o mais autêntico na Celac.
Cantinho britânico
“[A ré] estuprou mulheres com o pênis dela” – Autos de Processo contra Adam Graham (“Isla Bryson”) na Escócia. É isso mesmo que você leu.
“Sou mais mulher do que a J. K. Rowling jamais será” - India Willoughby, jornalista britânica trans, a mesma que alegou em novembro passado que é cliente de uma marca de absorvente interno.
“Se as plantas são tão inteligentes, deveríamos parar de comê-las? Pesquisas recentes sugerem que plantas podem ser capazes de aprender e se comunicar. Isso me afastou da minha batata assada” — Emma Beddington, colunista do jornal The Guardian. e especialista em escrever abobrinhas.
Conteúdo editado por: Eli Vieira