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“Estamos correndo o risco de abandonar o senso crítico em nome de preferências. Falo de nós, jornalistas” – Dora Kramer, jornalista, dando um puxão de orelha, mas com aquela dose de eufemismo. Também há “o risco” de fazer frio em Curitiba este ano.
“O FBI veio até nós [e disse] fiquem em alerta. O que o Twitter fez foi dizer que você não pode compartilhar. Não fizemos isso. (...) A distribuição [da notícia] no Facebook foi diminuída, mas as pessoas ainda podiam compartilhar” – Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, tentando explicar a participação da rede social na supressão da notícia sobre o laptop de Hunter Biden. Obrigado Mark, agora que sabemos que você fala direto com o FBI, ficamos mais tranquilos.
“Lula perdeu mais uma vez a chance de condenar sem ressalvas o regime na Venezuela e as demais ditaduras de esquerda na América Latina. Lançou mão de um argumento em andrajos, proclamando a autodeterminação dos povos e dizendo que o Brasil passaria a ter amigos entre todas as nações. Não que alguém sério tenha dúvidas sobre as credenciais democráticas de Lula (o candidato mais próximo de tentar transformar o Brasil numa Venezuela é Jair Bolsonaro)” – Editorial do jornal O Globo. Como aqui nas Frases da Semana não tem ninguém sério, todos duvidamos das credenciais democráticas do Lula, que já elogiou Ortega e outros ditadores.
“Lives de Bolsonaro têm 68 milhões de visualizações, o triplo de Lula, e expõem desafios de moderação das redes” – Sonar, blog do jornal O Globo que revela o que está por trás da senha persecutória da militância: para os amigos, liberdade de expressão, para os desafetos, moderação das redes.
“A coisa vai se complicar para o Nelson Piquet ... a semana será de grandes emoções nas curvas da vida...” – Roberta Luchsinger, petista carecomante, cartomante que lê a sorte na careca do Alexandre de Moraes, em mais uma previsão tediosíssima. Até o fechamento das Frases da Semana, contudo, não consta que o tricampeão mundial de F1 tenha precisado enfrentar a cafona imagem das “grandes emoções nas curvas da vida”.
“Precisa-se de um terrorista. (...) Alguém que saiba dar o fim devido ao coração de um imperador autoimposto, para devolver enfim ao povo seu coração próprio, vivo, vermelho” – Julián Fuks, colunista e escritor, na provocação segura daqueles que falam para um grupelho e não têm motivos para temer a ação do Xerife.
“Usei a palavra ‘terrorista’ em sentido figurado” – O mesmo Julián Fuks, depois da reação ao texto mencionado acima, dizendo-se alvo de ameaças de morte. Em breve o ousado escriba deve se juntar a Márcia Tiburi e Jean Wyllys num exílio de luxo qualquer.
“Nessa temporada a gente fala de racismo, assédio, abuso sexual contra crianças e adolescentes, etarismo, limite para humor, defesa à democracia, apreço à cultura regional. Isso tudo é política e está lá em um programa de entretenimento” – Gabriela Prioli, advogada, comentarista e A Maior Leitora das Galáxias, sobre seu novo programa de TV. Mas quem assistiria a uma coisa dessas por livre e espontânea vontade?
“Tabajara Futebol Clube diz por que não quer Neymar em seu time” – Bolsonaro, presidente tuiteiro, respondendo a Gabriela Prioli, que disse não querer a presença dele em seu novo programa.
“Coringa! Este ano de 2022 eu sou candidata ao Senado Federal. E você, atendendo a um pedido meu, vem candidato a deputado federal” – Janaina Paschoal, jurista e deputada, aparecendo ao lado do candidato “Coringa Reaça”, vestido a caráter. Uma daquelas raras ocasiões em que o outro está vestido de palhaço, mas quem passa vergonha é você.
“É melhor que o policial não se engaje em conflitos.” – Giovani Damico, candidato ao governo da Bahia pelo PCB que encontrou uma forma de chamar a atenção e, assim, amealhar quase 1% dos votos no estado: ele disse que quer descontar as balas disparadas do salário dos policiais.
“A América Latina tem que reagir em conjunto para colaborar em impedi-lo” – Gabriel Boric, presidente do Chile que trabalha todos os dias para destruir a economia chilena, sugerindo intervenção estrangeira no Brasil em caso de golpe. Ué, mas o Foro de São Paulo não defende a autodeterminação dos povos?
“Se você quiser lutar contra um país, precisa de um caça F-15, algo maior que uma pistola” – Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, em mais uma mistura de insensatez com senilidade, provocando os Republicanos e, sem querer querendo, ressaltando a importância da sempre muito atacada 2ª Emenda da Constituição norte-americana.
CANTÃO DO DEBATE
“Sou culpado porque sou inocente” – Lula, ex-presidiário represidenciável, mas não represidiável, em seu momento Dilma Rousseff. Porque atrás de todo petista tem uma figura oculta, que é um cachorro. Ou algo assim.
“Vera, não podia esperar outra coisa de você. Você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro” – Bolsonaro, presidente, com sua característica delicadeza e estratégia de convencimento dos indecisos e sobretudo das indecisas.
“Você estava preso!” – Ciro Gomes, debochando de Lula quando o petista disse que Ciro fugiu para Paris a fim de não votar em Haddad. Lula, que no debate parecia estar sem seu copinho de malandragem, ainda tentou emendar uma resposta vitimista. Mas era tarde. E, no mais, ele estava preso mesmo, ué.
“Nós precisamos de uma mulher para arrumar a casa” – Simone Tebet, presidenciável feminista, reforçando os cruéis papéis de gênero do patriarcado. E o pior é que ela nem percebeu a gafe.
“Reforcem a minha segurança que eu vou começar a falar” – Soraya Thronicke, presidenciável que vira onça, fazendo as vezes de Cabo Daciolo e garantindo algumas boas risadas durante a tediosa conversa.
“Esta é a maior oportunidade para sequestrar carbono” – Felipe D’Ávila, presidenciável liberal que decorou Ayn Rand, mas que não perde a oportunidade de prestar reverência à ditadura do ESG.
“Bolsonaro nem fala boa noite” – Fabiana Pulcineli, jornalista e bacharela em Direito, a respeito do início do debate dos presidenciáveis na Band. É o que muitos querem de um presidente: mais “boa noite” e menos indicadores econômicos e sociais bons.
“Podia tanto ser Ciro e Lula no segundo turno, né?” – Ingrid Guimarães, atriz e comediante, sendo engraçada do único jeito que ela consegue: involuntariamente.
“Havan na propaganda do debate?!?! Que que é isso, minha gente?” – Eliane Catanhêde, jornalista, sendo apresentada ao maravilhoso mundo da publicidade – que paga o salário dela.
“Lula é favorito nas pesquisas, Bolsonaro é presidente e está em segundo lugar, mas… só se fala em Simone Tebet, que ganhou o debate” – A mesma Eliane Catanhêde. Realmente na segunda-feira pela manhã só se ouvia o nome de Simone Tebet na praça da Sé.
“Só pra constar: Lula não é ex-presidiário. Presidiário é quem cumpre pena em presídio. Lula ficou preso na PF de Curitiba”
– Antonio Tabet, comediante, na maior parte do tempo involuntariamente. E o pior é que é bem capaz de uma agência de checagens dar o selinho de “VERDADEIRO” para ele.
“Quem venceu? Lula ou Bolsonaro? Na minha opinião: Bolsonaro. Lamentavelmente...” – Matheus Leitão, jornalista. Lamentavelmente... (Brincadeira, a gente adora o Matheus e agradece por suas contribuições periódicas neste nobre espaço).
“Bolsonaro perdeu o debate ao atacar a Vera Magalhães” – Thomas Traumann, jornalista e ex-secretário de Comunicação de Dilma, com uma imparcialidade de dar gosto.
“Lula could send me to p*** que pariu” – Ciro Gomes, presidenciável que durante o debate disse querer “pacificar o país”, num momento brincation a la Joel Santana depois do debate.
CANTINHA DO UNIVERSA
“Mulher não tem um dia de paz, né? Após publicar uma foto exibindo as medalhas que conquistou no Campeonato Europeu de Esportes Aquáticos, a nadadora Linda Cerruti foi alvo de comentários sexistas” – Universa, site progressista do UOL. No caso, a atleta tinha as medalhas penduradas nas belíssimas pernas e posava de cabeça para baixo, usando um biquíni minúsculo que ressaltava os glúteos fartos. Ah, os tais “comentários sexistas” eram elogios ao corpo dela.
“Anitta ganhou VMA, dançou ao som do funk, rebolou a raba e fez história.” – Universa, um dia antes da frase acima, ao melhor estilo “quando eu faço, pode”.
CANTINHO DO CRINGE
"Então, eu espero ser punido pelo meu erro e que isso possa fortalecer a luta contra o racismo estrutural, que infelizmente ocorre no nosso país” – André Janones, deputado e coordenador digital da campanha do Lula, num exercício de autoflagelação depois de chamar o candidato a deputado Sérgio Camargo de “capitão do mato”. Parabéns a Janones, quem quer que seja ele, por conseguir ser mais fonte de cringe identitário que Simone Tebet.
“Tribunal Permanente dos Povos condena Bolsonaro por crimes contra a humanidade. Maiores informações em instantes.” – Jamil Chade, repórter e colunista, brincando de tribunalzinho igual as crianças brincam de casinha.
“Finalmente passou aqui o hoax/fio/prank/brisa do casal de irmãos se namorando e a única coisa que eu tenho a dizer é: já repararam como esse draminha de "justificar" a proibição do incesto pela possibilidade de ter filhos ‘defeituosos’ é 200% capacitismo?” – Marilia Moschkovich, socióloga e antropóloga “bolchehippie”, mais preocupada em emplacar a absurda narrativa do “capacitismo” do que em estudar o básico de genética, que explica direitinho por que incesto gera crianças com graves problemas orgânicos. Já que ela não se assusta com a imoralidade da coisa, quem sabe um pouco de ciência ajude.