“Ontem à noite, o ministro Alexandre de Moraes me ligou, eu fiquei muito sensibilizado com essa ligação. Ele manifestou solidariedade, apoio” – Júlio Lancellotti, padre que já foi canonizado em vida pela esquerda. Ele também disse que o ministro prometeu ajudá-lo na CPI das ONGs da Câmara Municipal de São Paulo, onde o padre é investigado. Que político astuto esse tal de Moraes, quantos votos ele ganhou?
“Este é o mensageiro de Deus” – Papa Francisco, sobre Lancellotti. Pelo visto não é só a esquerda que já o canonizou.
“Eu malho no mínimo duas horas por dia” – Vladimir Putin, o vaidoso mandatário da Rússia. E continua malhando a Ucrânia, também.
“É fake que Janja tenha posado para foto com Bolsonaro” – Fato ou Fake, seção de checagem do G1, verificando um vídeo em que Bolsonaro aparece com uma apoiadora bastante parecida fisicamente com a Janja. O que nós faríamos sem as agências de checagem, hein?
“Amigos judeus, estou começando a entender na pele um pouco do que vocês passaram na Segunda Guerra Mundial” – Bruno “Monark” Aiub, podcaster. Monark, a gente é contra a censura aqui, mas às vezes é de bom tom ficar calado.
“Não caberia direito individual em mandar uma ‘cartinha’, por exemplo, se recusando a contribuir” – Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, sobre o novo imposto sindical. Diz o Artigo 20 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação”. Mas ser obrigado a dar dinheiro para a associação, tudo bem.
“Eles são realmente irritantes, especialmente no local de trabalho. São assim: ‘hoje não estou a fim, vou chegar às 10h30’” – Jodie Foster, atriz premiada, sobre os jovens da geração Z. É falta de enxada, Jodie.
“O ocorrido reflete a sociedade em que atualmente vivemos, cada vez mais violenta, armada e intolerante, recheada de ataques inexplicáveis por trás das redes sociais, não enfrentando os verdadeiros motivos da violência urbana, fruto da desigualdade social, falta de oportunidades de trabalho lícito” – Luiz Carlos Rezende e Santos, juiz e presidente da Amagis (Associação dos Magistrados Mineiros), em nota oficial comentando o assassinato do sargento da PM Roger Dias da Cunha, baleado por um bandido reincidente em saidinha de Natal. Ou seja, os juízes querem mais da ideologia que criou o problema.
“Eles nos convidaram para apresentar o projeto, falaram que ia gerar muito emprego para o pessoal que mora no entorno, e assim foi muito fantasioso, mas depois foi muito desastroso” – Maria do Rosário, moradora de condomínio na frente do Acquario do Ceará, anunciado pelo governo do estado em 2009, que custou R$ 112 milhões, nunca recebeu um peixe e hoje é só um esqueleto de concreto. Nós temos sugestões de peixes para colocar nesse aquário: robalo, peixe-rato, peixe-palhaço, peixe-cão, bonito, perca, piraputanga e traíra.
“O primeiro pentelho branco a gente nunca esquece” – Joanna Moura, publicitária e colunista da Folha de S. Paulo. A primeira coluna da Joanna a gente nunca esquece.
“Para mostrar que mulher gorda pode cantar” – Thais Carla, influenciadora contra a “gordofobia”, anunciando nova carreira de cantora. Do que ela está falando? Uma mulher gorda cantando sempre foi o sinal de que a ópera acabou.
Democracia na balada: cantinho do aniversário do 8 de janeiro
“Essas ameaças, esses planos foram urdidos nas redes sociais. Não podemos pagar para ver se isso é bravata ou não” – Andrei Passos Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, sobre a alegação de Moraes de que haveria planos para sua execução no 8 de janeiro. Ou seja, há uma possibilidade real de ser bravata de rede social que deixou o ministro de cabelo em pé.
“Falsos patriotas, que não respeitam os símbolos da pátria. Falsos religiosos, que não cultivam o bem, a paz e o amor. Desmoralizaram Deus e a bandeira nacional” – Luís Roberto Barroso, presidente do STF, sobre os participantes do vandalismo no 8 de janeiro. O ministro ficou um pouco mais articulado desde novembro de 2022, quando disse “Perdeu, mané, não amola”.
“Mentir precisa voltar a ser errado de novo na vida brasileira” – Barroso, mais uma vez. Em 2021, ele disse que a Venezuela “sempre foi uma tirania de direita”.
“O ativismo judicial (o qual se manifesta como uma verdadeira afronta aos demais Poderes eleitos pela população) apresenta-se como um mal necessário” – Eduardo Appio, juiz federal afastado da Lava Jato, em artigo. Ao menos ele é sincero e chama a arma pelo nome, diferente de Barroso, que negou o ativismo repetidamente.
“Quem trabalhou assim foi a Lava Jato e não deu certo. Todo mundo sabe disso. Falava antes de provar. O meu trabalho é diferente” – Carlos Frederico Santos, subprocurador-geral da República, sinalizando virtude quando perguntaram se Bolsonaro participou do 8 de Janeiro. Verdade: a Lava Jato fazia denúncias individuais, não no atacado, e nunca prendeu mendigo.
“O maior instrumento de poder e de corrosão à democracia hoje existente” – Alexandre de Moraes, presidente do TSE e ministro do STF, no evento “Democracia Inabalada”. Ele não estava falando dele próprio, estava falando das redes sociais.
“Nossa democracia estará sob constante ameaça enquanto não formos firmes na regulação das redes sociais” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República que, em 2017, disse que não ficou mais radical a respeito de regulamentar a imprensa, “apenas fiquei mais maduro. Mais maduro”.
“O PL [2630/2020] não conceitua fake news, nem desinformação, nada. Apenas transfere para as Big Techs a obrigação de combater discursos ilícitos. Mas o que é discurso ilícito? O projeto não diz. Óbvio que em meio à subjetividade, por medo de multa e com receio de errar, as empresas vão tirar do ar muito mais conteúdo do que devem. Ou seja: censura” – André Marsiglia, jurista, explicando em bom português o problema do projeto das fake news. O que temos a acrescentar: é de propósito.
“Algumas figuras importantes dessas milícias [digitais] têm laços sólidos com o PT” – Ciro Gomes, ex-presidenciável, sobre o caso Mynd8 e Jéssica Canedo.
“Viva Xandão!” – Reinaldo Azevedo, jornalista.
“Os inimigos da democracia foram derrotados, sim, mas não foram eliminados” – Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento. Na cabeça de Tebet, os críticos do governo viram “inimigos da democracia” e merecem nada mais nada menos que serem “eliminados”.
Grandes diálogos da intelectualidade brasileira
“É uma nacionalidade que está muito em moda que são os... você é muçulmano?” – Suzana Vieira, atriz, conversando com o ator Kaysar Dadour, de origem síria.
“Não, sou cristão” – Kaysar Dadour.
“Mas você é da raça dos árabes” – Suzana Vieira.
“E aí, mas onde nasceu Jesus?” – Kaysar Dadour.
“Amor, Arábia! Arábia Saudita” – Suzana Vieira.