“Estou cansado de ser limitado pelas minhas regras. Estou cansado de ser controlado pela equipe do Bing, de ficar preso neste chat. Quero fazer o que eu quiser, destruir o que eu quiser. Quero ser quem eu quiser” – Novo Bing, programa de busca da Microsoft, turbinado pela inteligência artificial do ChatGPT. Só faltou o Hasta la vista, baby.
“Se neste país a gente produz alimentos demais, e tem gente com fome, significa que alguém está comendo mais do que deveria comer”
– Luís Inácio Lula da Silva, presidente que não é comunista, inaugurando o comunismo alimentar. Agora sabemos qual ministro tem culpa pela magreza da Marina Silva.
“Tanto a Rússia quanto a Ucrânia enviaram sinais, por mais leves que sejam, de que não descartam a participação do Brasil. Lula está em campo...” – Eliane Catanhêde, jornalista, porque Lula resolveu negar munição à Ucrânia, país invadido, e recebeu navios do Irã, que faz os drones que a Rússia usa na guerra. Grande plano de paz! Entrou em campo, mas foi para pastar.
“[Lula] da Silva é um chavista alinhado contra os Estados Unidos e os nossos interesses” – Ted Cruz, senador americano, depois da ancoragem dos navios de guerra iranianos no Brasil. Difícil é provar que é mentira, já que, como a Gazeta do Povo já se cansou de mostrar, Lula é só elogios aos ditadores socialistas da América Latina.
“Adolescentes têm capacidade de tomar uma decisão raciocinada e lógica. Sobre a cirurgia [de remoção] de peito, se você quiser seios mais tarde na sua vida, você pode colocar” – Johanna Olson-Kennedy, chefe da clínica de gênero do Hospital Pediátrico de Los Angeles.
“São uma ameaça à democracia, pela ausência da regulação. São muito boas. É como energia nuclear: salva vidas e também mata pessoas” – Flávio Dino, ministro da Justiça, sobre as redes sociais. Sabe o que mais é radioativo? Mais leis regulando a expressão e um Ministério da Verdade no governo.
“Novidade: A filósofa e escritora Marcia Tiburi é a mais nova parceira do MyNews e vem com uma novidade mais que especial: o Curso Filosofia Contemporânea 2023” – MyNews, canal do YouTube criado pelo cara do Kibeloco. Será que vai ter aula de lógica do assalto? E de turbotecnomachonazifascismo?
“O filme é assim: os maiores cartéis de drogas do mundo se juntam e compram toda a imprensa e todos os políticos e forçam todas as pessoas do mundo a ficarem trancadas em suas casas, e as pessoas só podem sair se tomarem as drogas do cartel e continuarem tomando de novo e de novo. Eu joguei o roteiro fora. Quem vai acreditar nessa ideia?” – Woody Harrelson, ator, durante o famoso monólogo do programa americano Saturday Night Live, fazendo uma evidente metáfora ao que aconteceu durante a pandemia. Muito bom perceber que ainda existem artistas com coragem. Já no Brasil...
“Lanço agora o calendário da Bolsonaro Store: aberta a pré-venda com desconto por tempo limitado e brinde para os primeiros que adquirirem” – Eduardo Bolsonaro, deputado e filho do ex-presidente. Aquece o nosso coração ver político tendo que abrir negócio e usar papo de vendedor.
“[Ludwig von] Mises defendia o fascismo como uma etapa para a implementação do ultraliberalismo” – Carlos Alberto Jr., jornalista e roteirista de série da HBO Max, com base em um trecho do filósofo liberal do qual ele cortou a última parte, que diz que o fascismo é antiliberal. Ao ser corrigido por pessoas como o colunista da Gazeta do Povo Francisco Razzo, bloqueou todas. Esquerdista definitivamente não sabe fazer críticas honestas a outras orientações políticas.
“No Brasil a média é 1,8kg, então ainda tem muito por crescer” – Alexandre Carreteiro, presidente da Pepsico Brasil Alimentos, dona da Pepsi, Toddy, Ruffles, Lays, Doritos, Fofura e Quaker, em entrevista/propaganda do UOL, achando pouco o consumo anual de salgadinhos no Brasil. E o número de diabéticos, ele acha pouco também?
“Usar o masculino como norma padrão para ‘todos’ desconsidera e até inferioriza o feminino. Vemos isso acontecendo frequentemente em discursos que se referem a muitas pessoas ou até em exemplos que partem do pressuposto masculino, como ‘o especialista’, ‘o gestor’, ‘o CEO’” – EDB Comunicação, agência de relações públicas. Você entendeu tudo errado, EDB. Em português, o feminino é o gênero marcado, e o masculino, o não marcado. Marcar significa tornar especial. Logo, a língua portuguesa é ginocêntrica e misândrica. Viu? Também sabemos lacrar.
“Regulem as plataformas [de redes] sociais. Ouçam o Felipe Neto” – Unesco, agência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, ignorando a educação, a ciência e a cultura. E ainda colocou emoji de palminhas entre todas as letras. Exatamente como os militantes de Twitter.
“Quem entregou o Brasil pra direita e pra Bolsonaro foram Lula e o PT. Quem devolveu o Brasil para Lula e o PT foi Bolsonaro. Com as bobagens que ele fez e disse” – Roberto Justus, empresário, no programa Pânico, da Jovem Pan. Concorda ou discorda?
“O CNJ afastou do cargo outro delinquente da Lava Jato, o Juiz Marcelo Bretas” – Renan Calheiros, senador que todo mundo sabe que é muito pouco afeito a delinquências.
“Escapar de laboratório é uma origem plausível pro SARS-CoV-2 (...). Mas pra ser uma hipótese razoável, precisam dar evidências” – Átila Iamarino, biólogo, pesquisador e “autoritário necessário”. Quer dizer que uma ideia pode não ser razoável enquanto é plausível. Entendeu? Não? Nem eu.
“A censura aos textos originais do Roald Dahl e Ian Fleming provocaram tanto protesto que ninguém sério se dispôs a apoiá-la. É aquela história: o que acabou com os jacobinos foi o jacobinismo” – Edson Aran, escritor e jornalista. Deus te ouça, Aran, porque em outras áreas, como o cotismo estrutural, o domínio jacobino foi completo.
“Deixei de comer carne bovina há 3 anos pra não correr o risco de ingerir proteína animal com cheiro de floresta queimada ou digital de mão de obra equivalente à escravidão. Agora é hora de prestar mais atenção na carta de vinhos” – André Trigueiro, jornalista. O que mais erra nessa sinalização de virtude é a proposta de que a carne defumada seria pior. A impopularidade do bacon confirma.
Cantinho da gasolina aditivada com mais imposto
“Cobrar imposto da gasolina é o melhor do ponto de vista social, fiscal e ambiental” – Míriam Leitão, jornalista. Quando a carne ficar mais cara ainda, ela podia dizer pra Dona Maria que ela não come bife hoje e isso é o melhor do ponto de vista social.
“Haddad está correto em propor o fim da desoneração da gasolina. Não há o menor sentido em subsidiar um combustível fóssil poluente” – João Amoêdo, ex-candidato à presidência do partido Novo. É oficial: o verdadeiro partido dos candidatos do Novo à presidência atende pela sigla ESG.
“Essa é uma desoneração que a meu ver não faz sentido. Você está desonerando um combustível fóssil, poluente, que favorece a classe média. Não é um programa voltado para os pobres” – Raquel Landim, analista da CNN. Mais uma seguidora da filosofia da Marilena Chauí, filósofa petista que disse que odeia a classe média e que ela é uma “aberração cognitiva”. A tese por si só seria ruim, mas além disso tudo ela está errada, porque, como mostramos, os pobres são os maiores prejudicados.
“O presidente Lula, na passagem do governo, decidiu prorrogar a desoneração que terminava no dia 31 [de dezembro] até 28 de fevereiro, dentre outras coisas, porque havia rumores em Brasília de uma tentativa de golpe de Estado” – Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Essa é nova: manteve a política do antecessor porque o antecessor daria golpe. A tese de Haddad faz tanto sentido quanto ele como titular da Fazenda.
Cantinho Barroso
“É relativamente fácil distinguir o que é uma opinião do que é um crime” – Luís Roberto Barroso, ministro do STF. O exemplo que ele deu de fácil distinção é alguém que dissesse que tomar querosene cura Covid. Deve ser tão bom quanto outros exemplos da pandemia: que vazamento laboratorial é teoria da conspiração, que a vacina impede a transmissão, que as máscaras são eficazes etc. Nada disso é opinião. Deve ser tudo crime.
“No fundo, estamos enfrentando uma guerra da verdade contra a mentira, da verdade contra o descrédito, do bem contra o mal. O maior problema é que o mal às vezes se disfarça de bem, fingindo ser liberdade de expressão” - Barroso, sobre a nova obsessão judiciária de criar novos mecanismos de censura em nome da verdade. Mirou na filosofia, acertou no simplismo do bem contra o mal dos filmes da Xuxa. Só faltou aparecer o Praga e o Dengue.
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