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Barroso frases da semana
Ninguém tem paciência comigo? Barroso explica o “perdeu, mané”| Foto: EFE/Joédson Alves/Phrase.it

“Trata-se de família. Família é um homem e uma mulher e crianças” – Embaixada da Rússia no Canadá, acompanhando uma foto com um símbolo de “proibido” em cima de uma bandeira LGBT. Exceto se a família for ucraniana. Neste caso, família é um homem, uma mulher, as crianças e uma bomba.

“De velhinho no governo basta eu” – Lula, descondenado por erro de CEP e represidenciado, dizendo o que ele pensa do “chama o Meirelles” dos liberais que votaram nele.

“Sim, eu falei ‘perdeu, mané, não amola’. Mas gostaria de dizer que só perdi a paciência depois de três dias em que uma horda de selvagens andava atrás de mim. Portanto eu, humanamente, perdi a paciência”

Luís Roberto Barroso, ministro do STF. Charada para você: qual a diferença entre um iluministro e um cidadão comum, quando humanamente perdem a paciência? Só o último vai preso por desacato, injúria e “ameaça à democracia”.

“O Supremo é alvo de muita incompreensão. (...) Não existe ativismo [judicial], eu penso, no Brasil, são raríssimos casos. O que existe é um certo protagonismo do Supremo” – Luís Roberto Barroso, mais uma vez. Sabe como é: quando os ministros usam estatística falsa para criar lei de criminalização da homofobia no Brasil, estão só fazendo um certo protagonismo.

“Na minha carreira anterior, eu recebia a cada dois dias o que eu recebo hoje por mês como Senador. E ainda tendo que ouvir ataques, ofensas e ingratidão. Jamais vou me corromper!” – Marcos do Val, senador pelo Espírito Santo. Parece que ele deve quase 30 mil reais para o banco, como diz o extrato bancário que ele mesmo publicou. Se não sabe administrar o próprio dinheiro, como vai administrar o nosso? Sobre quanto ele ganhava antes, essa parte foi aquela velha história de “contar vantagem com humildade”.

“Que camisa 10, que líder, que pessoa você ia preferir ao seu lado? Alguém que compartilha sua alegria? Ou alguém que tem inveja dela?” – Marcos Uchôa, jornalista, mostrando uma foto do Neymar supostamente sendo “frio” ao abraçar seu colega Richarlison em campo, ao lado de uma foto do Messi dando um abraço mais fraterno em outro jogador. Contemplem o método jornalístico do Marcos: seleção enviesada de fontes, manipulação de contexto e leitura de mentes. E ainda perguntam por que o jornalismo está em crise.

“Neymar faz muita falta no jogo” – Choquei, conta de futilidades das redes sociais que atuou como megafone de fake news pró-Lula nas eleições, sobre a ausência do jogador na partida da Copa contra a Suíça. Essa mesma turma torceu contra Neymar só porque ele votou em Bolsonaro.

“Palavras podem ser armas. O discurso de ódio online pode levar à crueldade na vida real. Veja dicas de como você pode dizer #NãoAoÓdio” – Organização das Nações Unidas. Sério, a própria ONU disse isso. Quando uma instituição repete propaganda a favor da censura com conversinha de Ursinhos Carinhosos, que fazer? P.S.: A ciência não conseguiu nem mesmo mostrar que humor politicamente incorreto leve “à crueldade na vida real”.

“A polícia chinesa tem atuado com eficiência para conter os protestos contra a política de Covid-zero no país” – CNN Brasil, em gafe nas redes sociais. Para crédito da emissora, o conteúdo da reportagem usava as palavras corretas: repressão e ditadura.

“Essa manchete nunca apareceu na CNN. Melhore” – CNN Comunicações, em resposta a um meme do Elon Musk que dizia “CNN: Elon Musk poderia ameaçar a liberdade de expressão no Twitter por literalmente deixar que as pessoas se expressem livremente”. É duplamente divertido: a CNN faz checagem de memes, uma nova tradição do jornalismo, enquanto usa vocabulário de Madre Superiora da Lacração: “melhore”.

“Se o Elon tivesse que pagar multa de 40% sobre o FGTS pra todos esses funcionários, nada disso estaria acontecendo...” – Mariana Jungmann, jornalista política e correspondente da Terra do Contrário, em que país rico tem leis de país pobre. Está se referindo à demissão de metade dos funcionários do Twitter.

“Um mês atrás, sob controle esquerdista, o Twitter tinha banido a palavra ‘groomer’ [‘aliciador’] enquanto os pedófilos estavam livres para chamar a si mesmos de ‘MAPs’ [‘pessoas com atração por menores’]. E temos que acreditar que Elon Musk que é o problema?” – Blaire White, influenciadora transexual conservadora. Nada a acrescentar, meritíssimo.

“O ponto é meu e eu dou para quem eu quero” – Bárbara Carine Pinheiro, professora da UFBA, explicando por que dá trabalho valendo ponto extra para seus alunos de engenharia da noite, mas não para seus alunos “esmagadoramente brancos” da turma da manhã. Depois identitários alegam que são “antirracistas”. E nós somos os Ursinhos Carinhosos.

“Pacotão da democracia prevê prisão de até quatro anos para quem fechar estradas com objetivo de contestar resultado de eleição” – Octavio Guedes, repórter e comentarista político, em título de matéria sobre projeto do senador Renan Calheiros. Nem Bolsonaro apoiou os tranca-ruas, mas há uma ironia deliciosa em “teje preso em nome da democracia”.

“Não existe ‘acabou o dinheiro’ para o Estado que emite a própria moeda” – Jones Manoel, influencer stalinista (não são notáveis os nossos tempos de TikTok com paredão?), eloquentemente demonstrando como surgem as Venezuelas.

“Pessoal, minha coluna no Universa [site progressista do UOL] acabou. Não foi minha escolha. Mas também não foi pessoal. O motivo é uma grande mudança que eles estão fazendo, que não tem nada a ver comigo” – Nina Lemos, jornalista. O Frases sempre derrama uma lágrima quando perde uma de suas principais fontes. Agora, “o problema não é você, sou eu”? Já ouvimos essa antes. Se valorize, Nina!

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