“Desculpe por votar no PT, sei que errei, essa não é a experiência que desejamos a você” –Mercado Livre, no X. Mas não é a opinião da empresa: usuários observaram como funcionavam as respostas automáticas aos clientes. Nesta mensagem, “Desculpe por votar no PT, sei que errei” é o “nome do cliente”. Meio errado, mas, confesso, bem bolado.
“Ele dizia assim: ‘Chastalo, eu não quero ser presidente da República. [Mas] considerando o que está acontecendo agora, que estão querendo arranhar a minha biografia, vou sair da cadeia e voltar a ser presidente deste país’” – Jorge Chastalo, ex-carcereiro de Luiz Inácio Lula da Silva, contando as conversas que tiveram. Ele saiu da cadeia, cumpriu a promessa, e agora enriquece sua biografia com grandes momentos como “Zelensky, para essa guerra” e “só vou ficar bem quando f*der com o Moro”.
“Não entraremos nos BRICS” – Diana Mondino, futura ministra das Relações Exteriores de Javier Milei. Nem todo mundo quer ser colega da Arábia Saudita e do Irã.
“Os portugueses viveriam muito bem como parte do império russo” – Vladimir Soloyov, propagandista de Putin na TV russa. Segundo a CNN Portugal, não é a primeira vez que a turma do neo-czar ameaça Portugal com sonhos imperialistas. E tem gente que insiste que são o lado certo.
“Outra proposta, menos factível no atual estágio, é a de que a própria IA não seja lançada ao mercado consumidor sem um estudo de seus riscos sistêmicos para a humanidade e para a democracia” – Alexandre de Moraes e André Ramos Tavares, presidente e ministro do TSE, respectivamente, em artigo. É isso mesmo: a mesma turma do Judiciário que está banindo perfis nas redes sociais e limitando a imprensa está de olho no ChatGPT. Tudo com a desculpa de salvar a democracia, claro.
“Após fazer um papel importante em favor do estado democrático de direito nos últimos anos, o STF abre espaço pra censura no Brasil e fere a liberdade de imprensa” – Luiz Felipe Pondé, filósofo, trabalhando com o seguinte princípio filosófico: quando eu gosto, é certo, quando eu não gosto mais, é errado.
“Caixa preta não, senador. Isso é uma forma pejorativa de se dirigir às pessoas pretas” – Marina Silva, ministra do Meio Ambiente. Como ela não concorda com sua base progressista na questão do aborto, resolveu se aproximar através da lacração disparatada. Vai que cola.
“Eu faço cocô na água, porque não tenho saneamento. Sabe por quê? Porque nos foi imputado que temos que manter a nossa cultura, enquanto a senhora vai ao banheiro” – Sílvia Nobre Waiãpi, deputada federal e indígena da etnia waiãpi, do Amapá, falando com Marina Silva. Essa doeu mais que uma zarabatana com curare.
“A Amazon usa o nome do Amazonas, usa o nome da Amazônia. Quanto é que a gente ganha por isso?” – Wilson Lima, governador do Amazonas. Com essa malandragem toda, não tem como negar que os amazonenses são brasileiros.
“Contei que eu tinha perdido a virgindade com ele aos 13 anos. Para mim, era uma história de amor. (...) Eu acho que, se alguém abusou de alguém, fui eu que abusei do Caetano [Veloso]. Ele adorou, tá, gente?” – Paula Lavigne, produtora. É por isso que eu prefiro a Avril Lavigne, que fez sucesso no começo do milênio com a música “Complicated”: na canção, o complicado é só o namorado, não a situação inteira e a ideologia em torno dela.
“Recebi só uma ligação do ministro Gilmar [Mendes]. Óbvio que ele não estava satisfeito” – Jaques Wagner, senador, contando sobre o lobby que o ministro do STF está fazendo contra a proposta que limita as decisões individuais no tribunal. Surpreendendo o governo, Wagner votou a favor. Imagine os gritos.
“O prestígio de um tribunal não pode ser aferido em pesquisa de opinião pública” – Luís Roberto Barroso, presidente do STF. Como diz a Constituição, o poder emana do ovo.
“Eu não queria estar na pele da imprensa” – Marco Aurélio Mello, ministro aposentado do STF, comentando a decisão de Alexandre de Moraes que responsabiliza a imprensa por falas de entrevistados citados.
“No mínimo, essa decisão deixa toda a imprensa em situação de insegurança jurídica” – Vera Magalhães, jornalista, sobre a mesma decisão. Há pouco tempo, ela postou memes aprovando a atitude de Alexandre de Moraes: “vigiar e punir, gostoso demais”.
“Para jornalistas que se pautam pela ética profissional, a autocensura está muito longe de ser entendida como uma limitação ao exercício da profissão” – editorial do jornal Estadão, não tão crítico assim à decisão de Moraes.
“A tese consagra de forma clara a plena liberdade de informação e expressão” – editorial do jornal O Globo, um pouco mais entusiástico que o Estadão.
Cantinho da Silva Sauro
“É com imensa alegria que recebo a notícia da indicação de Flávio Dino para o STF” – Gilmar Mendes, ministro do STF. Também foi com imensa alegria que ele passou de chamar os governos anteriores do PT de “cleptocracia” a dizer que Lula deve ao STF seu cargo porque o tribunal enfrentou a Lava Jato.
“Dino será provavelmente um ótimo e competente ministro do STF, mas a discussão não é sobre isso; nunca foi sobre competência porque, francamente, às mulheres juristas sequer foi dada a chance de mostrar competência, sequer foram cogitadas” – Thiago Amparo, colunista e adepto do identitarismo, com a expressão obrigatória “é sobre”. Coitados dos identitários, não aprenderam que a identidade que mais importa no STF é ser amigo do Lula.
“Cargo não é notório saber, Camarotti” – Demétrio Magnoli, sociólogo, apontando um critério constitucional para indicação ao STF que falta ao ministro da Justiça, Flávio Dino, indicado por Lula.
“Lógico que é, Demétrio” – Gerson Camarotti, jornalista, que pelo visto admira muito um confesso comunista que tentou intimidar representantes das redes sociais dizendo que “liberdade de expressão como um valor absoluto acabou no Brasil”.
“Lula é o primeiro presidente a diminuir representatividade feminina no STF” – manchete do jornal O Globo. Ué, na campanha os apoiadores prometeram que ele era o mais feminista do milênio. Praticamente gêmeo da Pagu.
“Lula, você não tinha o direito de indicar mais um homem ao STF” – Milly Lacombe, comentarista. Quando alguém descobrir o que exatamente progressistas querem dizer com a palavra “direito”, me conte por favor.
“Um ministro do Supremo não tem partido, um ministro do Supremo não tem ideologia, um ministro do Supremo não tem lado político”
– Flávio Dino, ministro da Justiça, que é comunista, indicado ao STF.
“Eu quero aqui, em meu nome e em nome do grupo Jovem Pan, me desculpar com o ministro Flávio Dino. Ministro, receba [nossas] palavras de confiança e respeito à sua pessoa, eu lhe desejo que faça uma brilhante carreira no Supremo Tribunal Federal” – Fernando Capez, apresentador, se desculpando pelas palavras da jornalista Paula Schmitt, que chamou Dino de gordo. Já vi mais dignidade em coreografia sincronizada de torcedores da seleção da Coreia do Norte.
Memória
“Bandido é a p*** que lhe pariu, não é no meu gabinete que fazem rachadinha não” – André Janones, deputado, em 10 de agosto de 2021.
“O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção” – André Janones, deputado, em 2019. Alguém o obrigou a gastar tudo isso na campanha? E num país com um fundão eleitoral do tamanho que temos?
“Eles têm que saber que nós vamos regular os meios de comunicação” – Luiz Inácio Lula da Silva, em 29 de abril de 2017. Dito e feito. Só não sabíamos que quem criaria lei seria juiz.
Foto da Semana
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas