“Eu sei que quando esses ministros tomarem posse todos eles vão se apresentar a mim chorando com o orçamento deles. Todos vão se apresentar, ‘preciso de mais dinheiro, preciso de mais dinheiro’. E eu vou dizer a eles ‘se vocês querem mais dinheiro, fabriquem, arrecadem mais. A economia tem que crescer’” – Lula, represidenciado e agora diplomado, com uma pouco convincente preocupação com a responsabilidade fiscal, já deixando escapar um certo interesse na impressora da Casa da Moeda.
“Quero ser o principal catador de papel deste país” – Lula, presidente eleito. Sim, claro. Papel moeda.
“Votei no Lula e não me arrependo, mas estou com medo”
– Arminio Fraga, economista. Pedimos a ajuda do leitor para nos acompanhar no seguinte silogismo: Se quem não deve, não teme, então, quem teme, deve? Dívida sem arrependimento é justamente a política econômica do candidato que ele apoiou.
“Ainda tem muita gente pra prender e muita multa para aplicar” – Alexandre de Moraes, presidente do TSE e ministro do STF, demonstrando prazer em brincar de xerife-geral da República. Também há muita CPI de abuso de autoridade para abrir.
“Os extremistas, criminosos, passaram a atacar a mídia tradicional” – Alexandre de Moraes, que não defendeu esta mídia tradicional que vos fala, este jornal centenário, quando o TSE censurou um tweet nosso.
“Falam tanto em golpe, mas a ruptura institucional que temos no nosso país, quem a fez foi o Supremo Tribunal Federal. E quem tem continuado a fazê-la, inclusive declarando guerra ao Brasil, é o ministro Alexandre de Moraes” – Marcel van Hattem, deputado. Qual será a receita dele para não ser banido das redes sociais falando umas ameaças à democracia desse tamanho?
“Imaginem se fosse o MTST ou o MST queimando carros, ônibus e tentando invadir a PF em Brasília...” – Guilherme Boulos, deputado eleito e de notório pouco respeito pela propriedade privada, sobre as ações de vandalismo no dia da diplomação de Lula. O que ele não esperava é que internautas fossem desenterrar uma foto dele de 2017 na frente de pneus em chamas.
“Impossível não sentir um certo tom nostálgico ao ouvir o discurso do presidente agora diplomado. O ‘nós contra eles’ parece retornar com força, assim como uma nova versão da ‘herança maldita’ dos anos FHC, agora intitulado ‘legado perverso’” – Aécio Neves, agora deputado. A mensagem até que tem sua razão, mas não tinha outro mensageiro? Ficou difícil levar este a sério, especialmente quando fala em ‘nós contra eles’, depois de uma gravação de 2018 em que ele diz “tem que ser um que a gente mata ele antes de ele fazer delação”.
“Em toda a minha vida tentei usar a música para unir as pessoas. Mas fico triste de ver como a desinformação agora está sendo usada para dividir nosso mundo. Decidi não usar mais o Twitter, dada sua mudança recente que permitirá que a desinformação corra solta” – Elton John, músico que está sempre na moda, inclusive na moda do vocabulário progressista, que elegeu a “desinformação” seu novo bicho papão. E nós achando que ele combinaria com Elon Musk, que é o próprio rocket man...
“Tolice falar de ‘primeira seleção africana’ na semifinal. Parece haver uma só África. O que Marrocos tem a ver com a África negra, mais próxima do Brasil? O correto: primeira seleção de país islâmico na semifinal. Ou a Argentina deve ser vista como ‘única seleção das Américas’ ainda na Copa?” – Reinaldo Azevedo, jornalista, que deve ter alguma coisa contra a Turquia, que é islâmica e disputou a semifinal da Copa de 2002. Quem sofre é a família, que tem que aguentar esse papo na ceia de Natal.
“Por que Marrocos na semifinal: 1. Não comeram carne folheada a ouro. 2. Não jogaram gato no chão. 3. Ninguém é bolsominio [sic] e ainda apoia a causa palestina” – Kleber Mendonça Filho, diretor de Bacurau. E agora que Marrocos foi para casa, podemos dizer, assim como dizemos quando nos obrigaram a ver Bacurau, que teria sido melhor ir ver o filme do Pelé.
“Minha filha: ‘pelo menos o Bolsonaro não vai colocar a mão na taça’” - Vera Iaconelli, psicanalista e colunista (psicalunista?), dando aquela politizada derradeira na participação da Seleção na Copa. Querida, entenda uma coisa: independentemente do voto, todos nós brasileiros nos ferramos nessa. A mesma coisa que deve acontecer no governo Lula III.
“No Brasil, os impactos históricos das fortes chuvas nas cidades são cíclicos, racistas, desiguais e estruturais” – Daniela Costa e Rodrigo Jesus, ativistas do Greenpeace. Como é maravilhosa a tecnologia. Antigamente, não conseguiam garantir a previsão do tempo nem para amanhã. Agora, já sabem até quais preconceitos a chuva carrega.
“Eu não sou um cara! Não tem nada que me impeça de meter a mão na tua cara” – Pessoa de Barba, ao ser chamada de “cara” por uma aluna que a encontrou em um banheiro feminino da Universidade de Brasília.
“Pensei que fosse um homem, né? Porque eu vi a barba” – Aluna ameaçada pela Pessoa de Barba, sem saber o que fazer com o progressismo identitário que ganhou de brinde no currículo do curso.
Memória
“Toffoli e Alexandre de Moraes fabricaram pra si um AI-5: falou mal deles, dançou! Não é possível que, em plena democracia, dois juízes se comportem assim, aterrorizando a cidadania, transformados suas togas negras em capuzes de carrascos da sociedade!” – Randolfe Rodrigues, senador. Não, caro leitor, não nos enganamos com o autor da frase. Foi mesmo o dileto senador que proferiu esta. Em 16 de abril de 2019.
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