“Pessoal, dá para acomodar imensa decepção com Lula nos últimos 17 anos com comemorar mudança na esperança de remover gângsters fascistas e supremacistas evangélicos do governo federal? Espero que sim” - Lúcia Guimarães, jornalista, dando uma de Daiane dos Santos para justificar sua preferência política pelo ex-presidiário. Que pesadelo deve ser a vida de alguém que acredita que o país está sendo governado por supremacistas evangélicos.
“LGBTQIA+ não é grupo de risco para a varíola do macaco” - Joana D’Arc, não a santa, e sim a infectologista do Centro Especializado em Doenças Infectocontagiosas (Cedin). Poxa, Joana. Negacionismo assim, na cara dura? A revista New England Journal of Medicine discorda: 98% dos infectados são homens gays ou bissexuais. O que não vem do fato de que eles são gays ou bissexuais, mas do comportamento de risco desse subgrupo, os bacantes.
"Quem não assina a carta da democracia é canalha, pertence à lata do lixo da história" — Eduardo Bueno, historiador. Dudu até é muito divertido. Até exibir seu tribalismo político. O curioso é que a lata de lixo da história está cheia de líderes esquerdistas. Mas vai que cola, né?
“Eu nunca fui convidada para um jantar. De onde escrevo, gostaria de dizer que sei como é um jantar a dois. Mas não, eu não sei. Eu nunca recebi esse convite. E às vezes que convidei foram negadas” - Jéssica Balbino, jornalista com um ligeiro sobrepeso, problematizando um fato absolutamente trivial da vida. Tem que dar uma mamadeira metafísica (no caso, bem reforçada) para esses bebês superdesenvolvidos.
“Alguém sentiu ansiedade por causa da sua publicação nas redes sociais. E é por isso que você está sendo preso” - Polícia Britânica, em vídeo que viralizou nas redes. Faz sentido que a distopia prevista por George Orwell em “1984” comece no próprio país dele.
“Queria perguntar uma coisa pra quem entende verdadeiramente de literatura. Vi parágrafos profundamente racistas em ‘Moby Dick’, continuei a leitura do livro de nariz torcido, estou realmente incomodado. O livro é de 1851. O que é recomendado em casos assim? Como vocês avaliam?” - Felipe Neto, influencer, devidamente refutado aqui e aqui.
“Gente!!! R$31,50 por um pote de mandioca cozida em água e sal?!?!? Daqui a pouco nem mandioca o pobre vai poder comer!!!” - Eliane Cantanhêde, jornalista. Os pontos de exclamação foram colhidos durante a apuração de uma importante reportagem investigativa que tentava responder a um mistério ancestral para os habitantes do Lago Sul, dos Jardins e do Leblon: o que é um pobre?
“Na verdade quem não assinou o manifesto pela democracia é contra ela. É fascista!” - Marcelo Rubens Paiva, jornalista, dando continuidade a uma tradição bastante arraigada entre a esquerda: chamar todos os adversários de fascistas.
“Será a luta das águias soberanas contra a soberba dos corvos e abutres” - Roberto Jefferson, o Bob Jeff, com sua retórica exuberante, abundante, abastada, borbotoante, diluvial, farta, fértil, jorrante, lauta e luxuriante. Águias Soberanas dá um belo nome de banda de pagode/heavy metal/vanerão, hein?
“Provavelmente meu avô teria vergonha das suas ações nos dias de hoje. Mas como ele não está aqui para se defender de quem tenta se promover em cima dele” - Alborghetti Neto, neto de Alborghetti, reclamando do ex-ministro Sergio Moro, que reproduziu um vídeo no qual o “Cadeia” o elogiava. Quanto até elogio é rejeitado é porque a fase é braba mesmo. Para citar o avô: PAF! PAF! PAF! PAF!
“A história vai lembrar dos artistas que não se posicionaram” - Lázaro Ramos, artista que se posiciona até demais. Será que a história não tem nada melhor para fazer? Essa dona história anda muito xereta e moralista.
“O que mais me constrange, na verdade me causa nojo, é ver um genocida, um sujeito que cometeu crimes contra a humanidade, ser tratado como um candidato como outro qualquer” - Ricardo Lísias, escritor. Que, no entanto, não sente nojo nenhum de ver um ex-presidiário condenado (e não inocentado!) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro ser tratado como um candidato como outro qualquer.
“É impressionante como o racismo contra os negros resiste. Não respeita sequer a ciência. A doença que agora ganhou popularidade com o nome de “monkeypox” assola, há décadas, países como a Nigéria, a República Centro-Africana e a República Popular do Congo, sem que a ciência ocidental se dignasse a estudá-la. Afinal, a mortalidade associada a ela é baixa e ficava restrita aos negros” - Drauzio Varela, médico e ativista, uma coisa mais do que a outra. É impressionante como o imperialismo cultural resiste e não respeita nem a língua portuguesa, falada por africanos como os de Angola e Moçambique. A doença que capachos culturais chamam de “monkeypox” tem nome em português, varíola de macaco. Há três opções: de macaco, do macaco ou dos macacos. Tá vendo como é fácil problematizar, Drauzio?
“Vou tapar o nariz e votar em Bolsonaro”
- Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação. Quer dizer que em vez de bolo este ano teremos distribuição de protetores nasais no dia da eleição?
“Num futuro próximo, a procriação deverá acontecer fora do corpo humano e os filhos poderão ser criados em creches comunais” - Regina Navarro Lins, sexóloga, exaltando o que um dia já foi política pública nazista. Alguém mostra o Projeto Lebensborn para essa senhora, por favor!
“Precisamos salvar a democracia e aperfeiçoá-la” - Geraldo Alckmin, ex-tucano e hoje parça de Lula. Quando um neocomunista fala em aperfeiçoar a democracia a própria democracia foge correndo.
"Nunca vou conseguir ser uma boa atriz por completo porque a militância vem na frente" - Maíra Azevedo, atriz e militante, ou vice-versa ,arranjando desculpas antecipadas para o caso de sua atuação ser criticada. Se o desempenho como atriz for abaixo da crítica, é só dizer que pôs “a militância na frente”.
“Gostaria que vissem que não estou de gravata; isso significa que todos nós também podemos poupar do ponto de vista energético e pedi aos ministros, a todos os funcionários públicos e ao setor privado, se ainda não o fizeram, que, quando não for necessário, não usem gravata, porque dessa forma estaremos também poupando energia, que é tão necessária no nosso país” - Pedro Sanchéz, primeiro ministro espanhol, num momento meio português.
“Pessoas cis tem essa mania de negar a diversidade e multiplicidade de corpos e corpas, então, quando nos parecemos com elas, somos aceitas” - Gabryella Garcia, nova colunista da revista Marie Claire, que um dia foi uma publicação voltada para as mulheres, massacrando o português cisnormativo. Corpos e corpas a gente entende, mas por que excluíram os corpes?
“Twitter discute se Anne Frank tinha ‘privilégio branco’” - The Jerusalem Post, resumindo o estado lamentável das coisas na cultura ocidental em geral e nas redes sociais em particular. É até bom, por nos dar um momento de clareza: que fique bem claro (ops!) que o movimento identitário de raça e sua “teoria” “crítica”, que não é uma coisa nem outra, querem modificar a definição de racismo de uma forma que a palavra não mais descreveria (junto com outras palavras feias) o que aconteceu com os judeus sob Hitler.
"Neste momento, com dados cada vez piores, as expectativas de muitas pessoas se juntaram para esperar por uma recessão. E essas expectativas poderiam levar a uma" - Kyla Scanlon, "educadora" em economia, no New York Times. Para Scanlon, a má administração da economia do governo Biden é culpa dos cidadãos norte-americanos, não do presidente.
“A partida de Jô Soares é uma tristeza enorme. Brilhante e genial. Além de seu [sic] literatura e seu enorme talento para a entrevista, Jô criou tipos inesquecíveis, como o Capitão Gay, o primeiro super-herói queer da tevê brasileira” - Jean Wyllys, ex-deputado. Quando o comediante morre, a piada que seria interpretada como homofóbica passa a ser vista como homenagem queer. Fica a dica para os comediantes: se quiserem agradar os identitários, morram.
CANTINHO DA SIÊNÇA
“Chacra sexual equilibrado? Veja como cuidar do seu e evitar desarmonia” - Folha de S. Paulo. Como diria a Vovó Naná, personagem clássico do saudoso Jô Soares no programa Viva o Gordo, “meu chacra é de brotinho”.
CANTINHO DA POESIA DE CARLOS AYRES BRITO
“Que mola compressora é essa que faz o universo caber no sorriso de uma criança?” - Carlos Ayres Britto, ex-ministro do STF, num belo exemplo de poesia-metalúrgica. Escorreu uma lágrima de óleo lubrificante aqui.
MEMÓRIA
“Que inveja da Argentina, não é, minha filha?” - Petra Costa, tipo assim uma documentarista, exaltando o governo esquerdista do país vizinho, que hoje em dia sofre com inflação e desabastecimento. Mas pelo menos lá o governo usa linguagem neutra nos documentos oficiais. Ufa.
“O mundo ficará mais suave sem Trump” - Guga Chacra, jornalista antitrumpista, num tuíte que já é histórico e que já foi citado cinco mil vezes neste espaço. O pior é que provavelmente surgirão mais cinco mil oportunidades de trazer à tona essa pérola da análise geopolítica gugachacriana.
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