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“Bolsonaro negaria enchentes no RS” – Celso Rocha de Barros, sociólogo, na Folha de S. Paulo. Isso eu não sei, mas a vantagem é que pelo menos a imprensa estaria cobrando uma atitude do governo.
“Agentes da segurança pública se escondem para tentar surpreender varejistas de drogas” – Renata Souza, deputada estadual do PSOL-RJ, claro. Num país onde ‘varejistas de drogas’ compram políticos no atacado, os agentes de segurança precisam mesmo se esconder.
“Eu acreditava em reforma, mas hoje milito pelo fim da polícia” – Sara Mokuria, diretora de ONG, em evento pelo fim da polícia no RJ. É o mesmo pessoal que dizia acreditar na democracia, mas hoje milita ativamente pelo seu fim...
“[A série da Netflix] ‘Bebê Rena’ concretiza os maiores pesadelos do macho hétero branco” – Cynara Menezes, blogueira lulista. Spoiler: o verdadeiro pesadelo é que, ao fim de cada episódio, a Cynara aparece na sua casa, querendo debater a série durante o jantar.
“Vou rever pra lembrar o quão errado estava. Fui inocente demais. O governo podia atrapalhar e atrapalhou muito” – Átila Iamarino, youtuber afirmacionista. Nosso profeta agora tenta prever o passado e mesmo assim ainda erra.
“STF tira do ar página de transparência sobre passagens e diárias após questionamentos” – manchete da Folha de S. Paulo. O STF está mais suave. Antes, o que eles tirariam do ar era o jornalista que fez a pergunta inconveniente
“E daí, não está à venda. Dane-se” – José de Abreu, ator, sobre a perda de R$ 46,5 bilhões em valor de mercado da Petrobras em dois dias. Pois é, a Petrobras não está à venda, o que não se pode dizer de grande parte da classe artística.
“Reprovamos dois estudantes em arguição de banca. Um afirmou que a Lava-Jato e impeachment da Dilma foram ‘movimentos populares em defesa da democracia’. Outro, que os palestinos não têm direito a um estado” – Pietro Nardella-Dellova, professor de direito constitucional. Se fosse professor de matemática, ele só aprovaria os alunos que afirmassem que dois mais dois são cinco, tudo dentro da cartilha do partido.
“Esse ataque ao STF promovido por parte da imprensa não é uma boa ideia. É assim que se incentivam movimentos autoritários” – Marcelo Rubens Paiva, escritor. Aqui estava eu, ingenuamente acreditando que os movimentos autoritários surgiam com o silêncio da imprensa, e não com suas críticas...
“Mulheres com mais de 50 anos enfrentam preconceitos por se divorciarem ou por voltarem a estudar” – manchete da Folha de S. Paulo, feita em 2024, mas que parece ter saído da década de 1940. Na falta de novos preconceitos, o jeito é apelar para os antigos mesmo.
“Na era do Ozempic, mulher reivindica o próprio direito de ser gorda” – Virginia Sole-Smith, jornalista. Aparentemente, até nosso direito de emagrecer (ou engordar) já foi cassado sem que a gente se desse conta.
"Um estado palestino seria governado pelo Hamas, algo semelhante ao Talibã. É isso que o movimento progressista da esquerda ocidental quer criar?” – Salman Rushdie, escritor indo-britânico. Talvez não. Mas eles diriam que já é um bom começo.
“Lula assina medida que dispensa licitação para contratação de obras no RS” – manchete desta Gazeta do Povo. Para isso, nem precisam esperar a água baixar. Na pressa, dispensam a licitação, mas nunca a comissão.
“Não é minha função, seria desvio de função” — Hamilton Mourão, senador, quando perguntado sobre ir ajudar na crise do estado que o elegeu. Como dizia minha avó, tem horas que mais ajuda quem não atrapalha.
“A natureza escolheu, infelizmente, tragicamente, o Rio Grande do Sul para ser o grande alerta de que há um problema grave e urgente ocorrendo no mundo e que precisamos enfrentar” – Luís Roberto Barroso, ministro do STF. Parece que a mãe natureza enviou o alerta ao RS na língua dos malandros: 'Perdeu, mané'.
“Somos contra todo tipo de violência. Especialmente a de policiais, que mata sobretudo pretos e pobres. A diferença é que na BA, o governo tenta conter isso, ao contrário dos bolsonaristas de SP, PR, SC...” – Chico Pinheiro, blogueiro lulista. O esforço da polícia da BA para conter a violência parece tão eficaz quanto Chico tentando ser imparcial: é louvável, mas tragicamente improdutivo.
“Muita gente que não precisava ser presa estava sendo presa. Em torno de 50% das pessoas presas em flagrante [hoje] são liberadas” – Ricardo Lewandowski, Ministro da Justiça. Seria interessante saber se, para o Ministro, os 50% das vítimas precisavam ser assaltadas pelos criminosos que ‘não precisavam ser presos’.
"O racismo pode matar pessoas negras mesmo quando um dedo negro puxa o gatilho" – manchete da The Nation, revista progressista americana. Um dedo negro puxa o gatilho, mas é o racismo branco que aparece e rouba o protagonismo. Até quando?
“Não só tivemos, no Brasil, um negacionismo na saúde pública, um negacionismo ambiental, mas tem um negacionismo no debate econômico” – Aloizio Mercadante, o Aracaju da lista da Odebrecht, presidente do BNDES. Estou cada vez mais convencido de que 'negacionista' é jargão no submundo da contravenção para quem nega o acesso ao butim.
“Brasil pós-Bolsonaro tem maior avanço mundial em ranking de liberdade de expressão” – diz a ONG Global Expression Report, apoiada por George Soros. No contexto desse relatório, 'liberdade de expressão' parece ser uma licença poética.
“Jornalismo é pra questionar! Jornalismo é pra denunciar! Jornalismo é pra cobrar!” –André Fran, jornalista. Questionar a liberdade de expressão, denunciar os dissidentes ao governo e cobrar verba publicitária, só se for!
“Estamos juntos, até debaixo d’água” – Luka, cantora no Altas Horas, em solidariedade ao povo gaúcho. O que parece uma metáfora perfeita para quem assiste ao programa.
“A gravidez dele foi uma surpresa” – manchete da revista Time. Se a surpresa ‘dele’ foi grande, imagine a do bebê, sem ter a menor ideia de por onde vai sair dessa enrascada!
"O salário no Wal-Mart é de US$ 17,50/hora. A Jacobin paga aos escritores US$ 0,07/palavra. Um escritor teria que escrever 250 palavras por hora para ganhar o mesmo salário" – Notas da Comunidade do X/Twitter em post da revista americana Jacobin, criticando os “salários de fome” pagos pelo Wal-Mart. Depois dessa lapada, me parece até que a Jacobin está sendo generosa demais com seus escritores!
“Tentei ser uma ponte entre esquerda e direita” – Tábata Amaral, deputada federal (PDT-SP). Dado os engenheiros responsáveis, ela parece estar mais para a ponte do rio que cai.
“Maldita seja a propriedade privada” – João Pedro Stédile, proprietário de terras e dirigente do MST. A hipocrisia também parece fazer parte do seu rico patrimônio.
"Começo a não me preocupar mais só com a inteligência artificial, mas com a desinteligência natural de alguns” – Cármen Lúcia, ministra do STF. É isso aí, Carminha, o autoconhecimento é o primeiro passo para reconhecermos nossos erros.
“Seria justo voltar à câmara dos deputados” – José Dirceu, ex-deputado federal (PT-SP) e ex-presidiário. Pensando bem, seria realmente injusto deixar o maestro de fora, visto que hoje ‘justiça’ virou um mero prelúdio para a reincidência.
“Sintonia para o Brasil crescer!” – Simone Tebet, em tuíte de apreciação a Fernando Haddad. Se essa é a sintonia, eu prefiro a estática. Aliás, deixar o Tico e Teco por conta própria assim não configura abandono de incapaz, não?
“Um dos filmes mais brancos e republicanos que vocês verão em 2024” – Fabiana Lima, crítica de cinema. Eventualmente, ela vai realizar que não é sobre ter uma mentalidade colonizada, e isso quebra o meu coração.
“Nunca vi na vida” – Sérgio Mallandro, apresentador de TV, sobre suposto apoio a Bolsonaro. Provando que os melhores palhaços são aqueles que sabem a hora exata de trocar de carapuça.
“Temos que elogiar a independência do Judiciário brasileiro” – Sergio Moro, senador (União-PR), após TSE rejeitar a cassação de seu mandato. Moro continua a escrever sua biografia, que abrange quase todos os gêneros literários: foi do policial ao drama, e agora termina na comédia.
“Eu não tenho a menor dúvida [de que Moro será cassado]. Absolutamente fundamentado.” – Reinaldo Azevedo, jornalista (e vice-versa). Eu também estava certo de que o Brasil ganharia a Copa jogando em casa e com o juiz a favor..., mas, vida de torcedor tem dessas!
“Lula sanciona hoje lei que impõe sigilo em processos de violência contra mulher” – Lauro Jardim, no jornal O Globo. Notícia urgente: milhares feministas lotam a ortopedia do SUS com lesões graves de tanto se contorcerem tentando explicar como isso é bom.
“O cabo, o soldado e o coronel estão presos, e o STF funcionando” – Alexandre de Moraes, ministro do STF. Esqueceu de mencionar que os corruptos estão todos soltos, enquanto a lata de lixo da história transborda com os responsáveis por isso.
“Ontem o TSE rejeitou a cassação do mandato de Sergio Moro. E é assim que deve ser. O Judiciário não pode jamais criminalizar a política” – Randolfe Rodrigues, senador (Sem partido-AP). No Brasil segundo Randolfe, parece que todos os políticos são inocentes, principalmente quando se prova o contrário.
“O Eduardo Leite, precisa de uma esposa pra humilhá-lo diariamente” – Nego Di, comediante.
“Porque não podemos ser reeleitos. Não podemos ganhar esta reeleição, desculpe, só podemos eleger Donald Trump” – Joe Biden, improvisando em evento de campanha. Aquele raro momento em que o sujeito está tão senil que começa até a fazer sentido.
“Primeira coisa que faço quando acordo é fumar um baseado” – Luana Piovani, modelo e atriz. Pelo estado das coisas, eu teria apostado que era algo mais potente!
“Racismo ambiental: favelas e periferias registram temperaturas 10º mais altas do que bairros de elite” – manchete d’O Globo. Mas não são essas as mesmas ‘mudanças climáticas’ destruindo o Sul de colonização europeia? Afinal, o aquecimento global é racista ou bipolar?
“ONU cobra Brasil por aborto legal após 12 mil meninas serem mães em 2023” – Jamil Chade, jornalista. Cobrar penas mais duras para estupradores ou combater o tráfico infantil? Para a ONU, isso não é a prioridade.
“Madonna pinta as unhas com verde e amarelo, antes apropriado por Bolsonaro” – manchete da Folha de S. Paulo. Para a esquerda, o verde e amarelo só têm valor quando é para agradar gringo e promover agenda. No resto, vai de vermelho mesmo.
A Semana do Presidente
“Não sei como você não tomou uma vaia” – Lula à Ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, durante palestra em universidade no RS. E eu já não sei como o Lula não está preso. A vida tem desses mistérios.
“Com pesar soube da morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi. Minhas condolências aos familiares, ao governo e ao povo iraniano” – Lula, lamentando a morte do ‘Açougueiro de Teerã’. Eu só posso lamentar que o povo iraniano tenha que interromper suas festividades para enviar condolências ao povo do Brasil, que ainda conta com Lula na presidência.
“Ainda bem que a Boeing teve um desastre e não quis mais a Embraer” – Lula, sobre as dificuldades da Boeing após duas tragédias onde morreram 346 pessoas. O maior serviço que Lula presta ao país é quando ele escolhe o silêncio em vez do microfone.
A Banda do Clube dos Corações Solitários do Sargento Pimenta
“A gente não sabe nem para que lado se mexer. Eu estou mais ou menos assim no momento” – Paulo Pimenta, Governador Biônico Secretário da Reconstrução do RS. Sorte a nossa que o Montanha esteja perdido, porque se ele fizesse o que sabe, nós é que estaríamos perdidos.
“Se a gente pudesse pensar uma estratégia de uma ação pra uma coisa que pudesse mobilizar o esforço pra ajudar a resolver uma situação, seria muito importante” – Paulo Pimenta. Visivelmente emocionada, Dilma Rousseff teria ido às lágrimas ao ouvir tal declaração: “É exatamente isso! Finalmente alguém que me entende!”
“Vocês queriam o quê? Que o presidente Lula colocasse para coordenar isso alguém que não conhece o RS? Alguém que não tem trânsito dentro do governo?” – Paulo Pimenta. Já que ele perguntou, preferia alguém sem tanta quilometragem no trajeto Odebrecht-Papuda.
Janjadas da Semana
“Linda, estilosa, deslumbrante” – TV Brasil, a TV Lula, sobre Janja. Tintura de cabelo acaju: R$ 2 mil no cartão corporativo. Preenchimento facial: R$ 10 mil na conta do contribuinte. Os elogios da imprensa aliada: não têm p... ops, preço sob consulta!
“Um beijinho aqui, outro ali, mas cada um foi para seu casinho. É sério, meu pai meio que namorou a Elis” – Janja Lula da Silva, curtindo uma adolescência tardia na terceira idade.
Ari Fusevick, convidado para escrever os comentários das Frases desta semana, é brasileiro não-praticante, escreve sobre filosofia, economia e política, na margem entre o inconcebível e o indesejável. Colabora com a Gazeta do Povo, Newsmax e New York Post. Autor da newsletter "Livre Arbítrio" e do livro "Primavera Brasileira".