“Vou ao melhor dentista do Rio de Janeiro”: José de Abreu, ator| Foto: Balão de diálogo adicionado a foto de Zé Paulo Cardeal/Rede Globo
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“Abrossexual, orientação que varia de acordo com o período de vida, se populariza nas redes sociais” – notícia urgente da Folha de S.Paulo. Há algum período em que eles se identificam como “fechossexuais” e nos poupam de tanto drama? 

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“O capitalismo não entrega o que promete e transforma as pessoas em ressentidas” – Luiz Gonzaga Belluzzo, economista de extrema-esquerda. Parece que alguém só ganhou meias de presente no último Natal. 

“Até agora, a polícia realizou 38 prisões e apreendeu 4 facas, sendo que uma pessoa foi esfaqueada – mas, em sua maior parte, o dia foi bem pacífico” – Sky News, TV britânica, sobre o saldo do ‘festival da diversidade’ em Notting Hill, Londres. Exceto pelos presos e esfaqueados, todos se divertiram muito, pelo jeito. 

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“Fico muito agoniada, tomo o Uber e na hora em que eu desço e digo muito obrigada, o motorista diz: ‘fica com Deus’. Eu sei que ele é pentecostal, que é fundamentalista. Eu fico desesperada com essa ideia.” – Marilena Chaui, filósofa da USP. Você acredita em Deus e deseja o melhor para as outras pessoas? Para a filósofa de extrema-esquerda da USP então você só pode ser fundamentalista. 

“Vou ao melhor dentista do Rio de Janeiro”

José de Abreu, ator, negando o suposto mau hálito. Talvez a origem do problema não esteja na boca, mas em outra parte da cabeça. 

“O tirano, Alexandre de Moraes, é o ditador do Brasil. Lula é seu cãozinho de colo” – Elon Musk. Elon precisa conhecer melhor a fauna brasileira, aquilo ali é uma jararaquinha de colo.

“É óbvio que o Xandão tá esperando acabar o jogo do Corinthians...” – André Rizek. Enquanto o Titanic afunda, uns tocam violino, enquanto outros dão um lustre no iceberg.

Cantinho des Filhes deste Sole 

“Des filhes deste solo” – Hino nacional em linguagem ‘neutra’ em evento de Guilherme Boulos, pré-candidato à prefeitura de SP (PSOL). Ainda bem que a pátria é mãe, porque se fosse pai, teria ido comprar cigarros e não voltado mais. 

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“Uma artista fez a exibição (sic) do hino com a linguagem neutra” – Raquel Landim, jornalista, analisando o episódio. Na verdade, a artista “executou” o hino. E em mais de um sentido da palavra. 

“A campanha do senhor já assume uma responsabilidade, dizendo que foi culpa da produtora” – Andreia Sadi, jornalista, durante sabatina de Guilherme Boulos na GloboNews. Nada como assumir a responsabilidade de botar a culpa nos outros. 

Cantinho das eleições 

“O Carlos Bolsonaro é um retardado mental” – Pablo Marçal, pré-candidato à prefeitura de SP (PRTB). “Acionarei a Justiça devido a crimes contra minha honra, injúria e difamação” – Carlos Bolsonaro, pré-candidato a vereador (PL-RJ). “Manda o PIX que eu já te mando o dinheiro pra procurar um tratamento psiquiátrico” – Pablo, na réplica. “Opa, fala amigo. Segue meu PIX:[número do PIX]. Um grande abraço e boa sorte na campanha” – Carlos, na tréplica.

“Tabata é promessa de modernidade para São Paulo” – Geraldo Alckmin, vice-presidente, sobre Tabata Amaral, candidata à prefeitura de SP (PDT). Moderna como um picolé orgânico de chuchu hidropônico.  

“Temos regras” – Tabata Amaral, sobre entrar na Justiça para bloquear redes sociais de Pablo Marçal. E pra quem não gostar das regras dela, ela também tem as exceções. 

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“Quero te pedir perdão porque, para chegar onde eu cheguei, tive que parecer um idiota para chamar atenção” – Pablo Marçal. Político brasileiro mente tanto que, quando resolve ser sincero, precisa até pedir desculpas. 

“Você não precisa nem ser muito inteligente” – Arthur Aguiar, ator, fazendo campanha para Pablo Marçal. Inteligência não é pré-requisito. Aliás, talvez seja melhor até evitar. 

“SP e o Brasil vão saber os conselhos que o corno Marçal foi me pedir, e o motivo dele me ligar várias chorando (literalmente) durante a madrugada” – André Janones. Já que fará tantas revelações, aproveita e conta também por que você sempre atendia. 

“Quantos minutos duraria a campanha de um candidato de esquerda com a ficha corrida do Pablo amigo do Escobar? 10 minutos? 5 minutos?” – Xico Sá, jornalista. Julgando pelo histórico, capaz de chegar até à presidência. 

“Já vai tarde” – Ricardo Nunes, após Joice Hasselmann abandoná-lo e passar a apoiar Marçal na corrida para a prefeitura de SP.  “Xô, Satanás!” – Pablo Marçal, rejeitando o apoio. Marçal e Nunes disputam o apoio de Joice: um diz que ela apoia o outro.

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“Eu queria ser um menino que nem peida” – Pablo Marçal, lamentando seus problemas legais durante sabatina. Já o eleitorado, só queria um político que não fede. 

“Eu já orei com dois mortos, eu já fui no velório para ressuscitar pessoas” – Pablo Marçal. Será que foi porque eles morreram sem deixar a senha do cartão? 

 “Eu fico com a sensação, de um pouco de venda de terreno na lua” – Natuza Nery, questionando planos ambiciosos de Pablo Marçal durante sabatina. A vantagem de comprar terreno na Lua é que fica difícil para certos candidatos invadirem. 

“Marçal usa processo de homônimo de Boulos para acusá-lo de usar drogas” – manchete do Correio Braziliense. Valha-me Deus, existem DOIS Guilhermes Boulos!? 

“Segura na mão de Deus, e vai!” – Guilherme Boulos, cantando louvor em culto evangélico. Segura a mão de Deus, mas solta a do cramunhão primeiro. 

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“Boulos é um travesti político” – Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO). Seria essa a verdadeira razão por trás do hino em linguagem neutra? 

“Porque eu não sou avião” – José Luiz Datena, pré-candidato à prefeitura de SP (PSDB), explicando o porquê de sua campanha não ter ‘decolado’. Bom, mas também não é submarino, né? 

Estados Unidos do Brazil 

“Eu vou ajudar com o que eu puder a sua gestão como prefeito do Recife, porque eu vou ser o próximo presidente dos Estados Unidos” – suposta promessa de Donald Trump, de acordo com Gilson Machado, pré-candidato a prefeito na capital pernambucana (PL-PE). “Make Recife Great Again”, parece até música do Chico Science. 

“A decisão judicial no Brasil emanada contra o empresário Pablo Marçal viola a Primeira Emenda americana” – João Víctor Melo, empresário, sobre ordem judicial bloqueando as redes sociais do candidato. O desrespeito pela Constituição americana no Brasil é estarrecedor, até parece que não somos uma colônia! 

“Em um cenário de segundo turno entre os dois candidatos, Kamala tem 52% das intenções e Trump tem 48%” – UOL, noticiando pesquisa para as eleições americanas. Resultado surpreendente! Até porque as eleições lá têm só um turno. 

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Cantinho da Guiana Brasileira 

“Escutou, senhor Celso Amorim?” – Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, anunciando validação da vitória de Maduro. Será que ele não ouviu os fogos de artifício e gritos de “eu já sabia!” vindos da embaixada brasileira? 

“Não dá para [Lula] insistir na divulgação das atas. Se ele adotar esse caminho, vai parecer que não passou de um jogo de cena” – Valdo Cruz, comentarista da GloboNews. Às vezes as aparências não enganam. 

“O STF decidiu que o resultado da eleição dava a vitória ao presidente Lula. A Venezuela disse algo?” – Nicolás Maduro, ditador venezuelano. Disse sim, disse “opa, eu também quero!”. 

Salvem as girafas da Amazônia 

“Não entendi a decisão. O STF invade o espaço aéreo do executivo, e pode fazê-lo, normalmente, quando o poder executivo é omisso. O governo não está sendo omisso” –André Trigueiro, jornalista, sobre STF dar 15 dias para governo reforçar combate a queimadas. É, não há queimada que apague o fogo da torcida. 

“Conversei esta noite com o governador Tarcísio de Freitas para prestar minha total solidariedade ao Estado de SP” – Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, sobre as queimadas que varrem o estado de SP. Pronto, trabalho feito, tapinha nas costas recebido, e agora, de volta à rotina de assinar cheques para as ONGs!

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“É injusto comparar governo Lula ao anterior no combate às queimadas” – Marina Silva, ministra do Meio Ambiente. Para reforçar o argumento, Dilma Rousseff teria ressaltado que no governo anterior as queimadas foram tantas, que só sobrou “meio ambiente pra contar história”...

“Fumaça de queimadas pode ajudar na revegetação do Cerrado” – manchete do portal Terra. O Pantanal está em chamas, entenda por que isso é bom. 

“É culpa e responsabilidade de todos” – Juliette, ex-BBB, sobre queimadas que assolam o país. Que subam as cortinas de fumaça. 

Cantinho do regime desagradável 

“Funcionou como instrumento próprio de um estado de exceção, mas com uma circunstância fortemente atenuante: um estado de exceção em legítima defesa” – Marcelo Semer, em coluna publicada no Estadão, sobre o Inquérito do Fim do Mundo. Que bom que agiram de forma decisiva, antes que nossa liberdade de expressão ferisse alguém de morte. 

“Sei que meu trabalho fez parte disso, mas não tive opção. Eu era um funcionário” – Eduardo Tagliaferro, respondendo sobre sua participação nos atos ‘fora do rito’. Ainda bem que no Brasil, a banalização do mal é sempre acompanhada pela banalização do dedo duro. 

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“Uma coisa que não me falta é decência e caráter” – Rodrigo Pacheco. Ele tem decência e caráter; um em cada cara. 

“A decisão não foi censura. É claro que essas redes tinham que ter caído e agora é preciso derrubar essas outras” – Reinaldo Azevedo, jornalista, falando assertivamente sobre o bloqueio às redes sociais de Pablo Marçal. 

“Confesso que não conheço o despacho” – Reinaldo Azevedo, momentos depois, ao ser informado que a decisão permitia o bloqueio de outras redes. Reinaldo nunca deixa os fatos atrapalharem suas conclusões.  

“Moraes censura entrevista [de Felipe Martins] à Folha . Em 2018, Fux censurou entrevista ao jornal, a de Lula (a direita na época aplaudiu)” – Mônica Bergamo, jornalista. Nesse caso, não era culpa da “censura”, mas da “prisão em regime de reclusão fechado”.

“[Entrevista com Filipe Martins] não é conveniente para investigação” – Alexandre de Moraes. Vai que ele diz alguma verdade inconveniente... melhor manter tudo em sigilo.

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“O que o Brasil, um país democrático e livre, está fazendo com um grupo de países (como Rússia e China)?” – Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia, em entrevista a Luciano Huck. A resposta está no quão flexíveis são as suas definições de “democrático” e “livre”. 

A Semana do Presidente 

“Eu e Getúlio fomos os únicos presidentes que cuidaram do social deste país” – Lula. Um é o pai da “democracia” brasileira; o outro é seu salvador. 

“Jerusalém é nossa” e “nós estamos chegando” – mensagens escritas no keffiyeh (lenço árabe) presenteado pelo Comitê Catarinense de Solidariedade à Palestina à Lula. Em defesa do Lula, as mensagens estavam escritas em árabe, mas talvez ele não entendesse mesmo se estivessem em português. 

“Quando ele vai pro banheiro, ele leva o celular e fica colocando o demônio dele pra fora” – Lula, sobre a necessidade de regulação de redes sociais. O pior não é botar o demônio pra fora na cabine do banheiro, mas botar o demônio pra dentro na cabine eleitoral. 

“Vale é igual cachorro que tem muito dono, acaba morrendo de fome” – Lula, sobre a participação reduzida do governo brasileiro no controle da mineradora. Então está bom, do jeito que a economia vai, vamos acabar tendo que comer o cachorro mesmo. 

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Dois sofistas sofisticados 

“Em que momento a política passou a concentrar tanta gente ruim?” – Leandro Karnal, professor de filosofia. Suspeito que tenha sido no mesmo momento em que os filósofos pararam de perguntar ‘por quê’ e passaram a perguntar ‘quanto’. 

“A expressão ‘em defesa da democracia’ virou o código para você saber quando está diante de uma farsa” – Luiz Felipe Pondé, escritor. Parabéns, Pondé, por mais essa grande contribuição “em defesa da democracia”. 

Memória 

“O Brasil sair de Ricardo Salles para Marina Silva no meio ambiente é, literalmente, voltar a respirar” – Antonio Tabet, comediante. Mas cuidado ao respirar muito fundo, porque a fuligem faz as coisas envelhecerem mal — como fez com esse tuíte.

Ari Fusevick é brasileiro não-praticante, escreve sobre filosofia, economia e política, na margem entre o inconcebível e o indesejável. Colabora com a Gazeta do Povo, Newsmax e New York Post. Autor da newsletter "Livre Arbítrio" e do livro "Primavera Brasileira".

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