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Relatório norte-americano afirma que o movimento Nova Resistência é usado pelo governo de Putin para "manipular informações e disseminar ideologias autoritárias".
Relatório norte-americano afirma que o movimento Nova Resistência é usado pelo governo de Putin para “manipular informações e disseminar ideologias autoritárias”.| Foto: EFE/EPA/GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/KREMLIN

O governo dos Estados Unidos divulgou na última quinta-feira (19) um relatório em que expressa sua preocupação com relação às atividades do movimento brasileiro conhecido como Nova Resistência. Segundo o documento de 28 páginas, produzido pelo Departamento de Estado norte-americano, o grupo integra uma rede utilizada pelo governo da Rússia para "manipular informações e disseminar ideologias antidemocráticas e autoritárias ao redor do mundo".

Surgida há cerca de nove anos, a Nova Resistência é formada por seguidores do escritor e filósofo russo Alexander Dugin, considerado o "guru"de Vladimir Putin em sua política expansionista. Dugin é o criador da "Quarta Teoria Política", ideologia de cunho nacionalista que aproxima conceitos extremistas da direita e da esquerda – e busca, entre outros objetivos, superar o liberalismo econômico e a influência global dos EUA.

"A Nova Resistência apoia ativamente regimes autoritários tanto à esquerda como à direita em nível global e promove os objetivos geopolíticos do Kremlin de desestabilizar as democracias e minar o sistema internacional baseado em regras", diz o relatório, que classifica o movimento como "neofascista".

O documento também menciona que o grupo promove ações do Grupo Wagner (milícia criada por ex-oficiais do exército da Rússia), recruta brasileiros para lutar na Guerra da Ucrânia pelo lado russo e tenta se infiltrar em um partido político cujo nome não é mencionado – mas que se trata do PDT. Em junho de 2022, o então presidente da legenda, Carlos Lupi (atual ministro da Previdência Social), anunciou que estava providenciando a expulsão de membros ligados à Nova Resistência.

Em uma nota divulgada na sexta-feira (20), em seu site oficial, o movimento afirma não receber qualquer tipo de recurso de governos estrangeiros. E atribui o monitoramento de suas atividades por parte dos EUA ao fato de que o país "simplesmente não consegue conceber qualquer projeto geopolítico que não os contemple no posto de hegemonia mundial".

Segundo o texto, "o conteúdo da organização não é nada além da tradição nacionalista e trabalhista brasileira adaptada para o século XXI pelo prisma filosófico fornecido pela Quarta Teoria Política de Alexander Dugin".

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