A administração Trump quer remover a palavra “gênero” de documentos de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Diplomatas da missão americana na ONU têm defendido a mudança na redação de políticas da assembleia geral para remover a palavra “gênero” e substituí-la na maioria dos casos por “mulher”, segundo o jornal The Guardian.
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Em reuniões recentes do comitê da ONU que trata dos direitos sociais, humanitários e culturais, os diplomatas americanos argumentaram que a linguagem usada é vaga e politicamente correta, refletindo o que eles consideram ser ideologia de tratar o gênero como escolha individual, em vez de um fato biológico imutável.
O Guardian trouxe um exemplo de uma das propostas de alteração: em um documento sobre o tráfico de mulheres e crianças apresentado por Alemanha e Filipinas em outubro, os Estados Unidos querem substituir frases como “violência baseada em gênero” por “violência contra mulheres”.
Um diplomata da ONU não identificado informou ao Guardian que essas propostas têm sido frequentes no comitê, e ressaltou que a política americana sobre a palavra “gênero” não tem sido completamente consistente, já que pelo menos uma vez a palavra foi incluída em um texto após insistência de membro dos Estados Unidos.
A fonte especulou que as inconsistências podem refletir visões diferentes entre os membros da missão americana.
A fonte acrescentou que, para ter sucesso nesta campanha, os Estados Unidos terão que se fazer alianças incomuns, com a Rússia e com estados islâmicos contra os países ocidentais da Europa.
Nesta semana, o New York Times relatou que o governo do presidente Trump considera restringir a definição de “gênero”, em uma lei federal, para uma condição biológica e imutável determinada no nascimento.