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Guia para iniciantes: o que ler primeiro para entender Olavo de Carvalho
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Um dos objetivos de Olavo de Carvalho com sua extensa obra e intensa atividade no debate público era o de gerar uma nova elite intelectual brasileira, livre das amarras impostas pelo pensamento hegemônico de esquerda. Nesse sentido, a legião de alunos que deixou e o inegável prestígio conquistado, inclusive no mundo político, são uma evidência de que ao menos parte do que queria ele conseguiu: as vozes conservadoras se multiplicaram. No entanto, conforme destacado pelo professor e escritor Francisco Escorsim, seu aluno, ainda é preciso tempo para dizer se seus seguidores realmente formarão uma elite intelectual relevante para o país. O que se pode considerar como fato desde já é que não faltam admiradores do filósofo dispostos a integrar essa elite e, ao que parece, o número só tende a crescer.

Para aqueles que sempre se identificaram com as características pessoais ou papel exercido por Olavo na opinião pública, mas até hoje não haviam se aprofundado naquilo que o intelectual escreveu, a Gazeta do Povo fez uma lista de recomendações, com base nas dicas de alguns de seus alunos mais prestigiados. São livros e ensaios que variam de densidade, mas todos ajudam a entender por que Olavo de Carvalho se tornou um dos homens mais influentes do Brasil.

Artigos e ensaios

Quem está habituado ao noticiário político, conhece bem as manifestações de Olavo nas redes sociais, mas considera que ainda não tem bagagem filosófica o suficiente – nem tempo - para encarar seus livros mais densos, deve começar pelos artigos e ensaios que estão disponíveis tanto na internet como em coletâneas publicadas em formato de livro.

Provavelmente, a mais conhecida dessas coletâneas é O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota, obra lançada em 2013 pela editora Record, tornando-se rapidamente um best-seller que se manteve no topo dos livros mais vendidos de muitas livrarias, por meses. Trata-se de uma seleção de 193 textos publicados por Olavo em vários jornais e revistas, de 1993 até 2013, nos quais ele discorre, principalmente, sobre a realidade sócio-política brasileira.

Para quem gosta do formato, outra sugestão do jornalista e escritor Paulo Briguet, aluno de Olavo, são os dez volumes da coleção Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil, publicados pela Vide Editorial, em 2007, divididos em títulos como A Inversão Revolucionária em Ação, O Progresso da Ignorância e O Dever de Insultar.

Aos mais jovens, abaixo de 30, que ainda não se arriscaram além de posts em redes sociais e vídeos no YouTube, Escorsim recomenda três artigos específicos do professor como porta de entrada para sua obra: O Imbecil Juvenil (que também dá nome a outro livro de Olavo), O Abandono das Ideias e Apeirokalia.

Filosofia

Já para os leitores habituados com textos filosóficos, Escorsim recomenda A Filosofia e Seu Inverso, de 2012, publicado pela Vide Editorial, obra na qual Olavo dialoga e responde a diversos pensadores, denunciando, entre outros males, a ditadura do relativismo.

Da mesma editora, Briguet recomenda também que o leitor conheça primeiro A Nova Era e a Revolução Cultural, de 2014, A Consciência da Imortalidade, transcrição de um curso dado pelo filósofo em 2010, publicado como livro em 2021, e O Futuro do Pensamento Brasileiro, de 2016. Tudo isso antes de partir para aquele que, para Briguet, é a magnum opus do professor: O Jardim das Aflições, principalmente em sua versão mais recente e revisada, de 2015.

Grande debate

Agora, se você se considera um leitor experiente e, além de filosofia, é um ávido consumidor de conteúdo sobre geopolítica, então é hora de ler Os EUA e a Nova Ordem Mundial – um debate entre Alexandr Dugin e Olavo de Carvalho, cuja primeira edição é de 2012. Para o analista político e escritor Flavio Morgenstern, também aluno de Olavo, essa é uma das maiores obras filosóficas do século XXI. O russo Dugin é considerado por muitos como o “cérebro de Vladimir Putin” e nesse livro rivaliza com Olavo, partindo de posições radicalmente diversas numa discussão profunda sobre o poder.

Na semana da morte de Olavo, aliás, o pensador russo fez questão de prestar uma homenagem ao brasileiro, postando em seu perfil no Facebook uma foto na qual o professor e Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, seguram um exemplar do histórico debate entre Dugin e Olavo.

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