O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já disse que as pessoas que desrespeitarem a quarentena e fizeram aglomerações podem ser presas.
Em Belo Horizonte, a polícia também tem autorização para deter pessoas que estejam participando de aglomerações. Assim como São Paulo, dados de celulares estão sendo usados para monitorar o grau de isolamento da população.
No Amapá, um casal que se reunia com mais dez pessoas na rua, bebendo e ouvindo som alto, foi preso por descumprir o decreto estadual que suspende atividades comerciais, esportivas e culturais.
Em Belém, no Pará, dez pessoas foram presas porque participaram de uma carreata, o que seria um desrespeito às medidas de quarentena impostas pelo governador Helder Barbalho (MDB).
Uma surfista foi detida no Guarujá, terra do triplex, por circular na praia. Em Araraquara, também no estado de São Paulo, uma mulher de 44 anos foi presa pela guarda municipal por estar em uma praça. Na cidade, a prefeitura proibiu o acesso a parques e praças.
Em Itapira, um casal que voltou recentemente da Itália foi obrigado pela justiça a passar por exames após gravar um vídeo pedalando em uma estrada rural.
Aqui no Paraná, em Maringá, o dono de um lava jato foi agredido pela guarda municipal por estar em frente ao seu estabelecimento, na calçada. A prefeitura pediu desculpas pela ação tresloucada. E também no Paraná, um desembargador suspendeu um decreto da prefeitura de Guaratuba, no litoral, que proibia o acesso à praia, por entender que a medida feria a Constituição.
A organização internacional Humans Right Watch publicou uma nota pedindo aos governos que durante a pandemia protejam a liberdade de expressão e o acesso a informações, que as quarentenas, fechamento de fronteiras e a suspensão de viagens estejam de acordo com os direitos civis, sejam baseadas em evidências científicas e por tempo limitado.
A liberdade é mais uma vítima da pandemia? Os colunistas da Gazeta do Povo Rodrigo Constantino, Guilherme Fiuza, Paulo Polzonoff e Francisco Escorsim debatem o tema.