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A inflação de Biden está empobrecendo os americanos rapidamente

Biden: maior inflação em 40 anos (Foto: EFE/EPA/Yuri Gripas)

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O lamento do marinheiro -- "água pra todo lado, mas nenhuma gota pra beber" -- lembra a maneira como a maioria dos americanos deve se sentir com o custo de vida.

Por exemplo: há muitas casas e apartamentos país afora, mas boa sorte para quem quiser encontrar alguma que caiba no bolso. A disparada da inflação e da taxa de juros, ocorrida no mandato do Presidente Joe Biden, tornou isso impossível.

Esses dois fatores deixaram o trabalhador médio dos EUA com 4.200 dólares a menos por ano.

Os oficiais da Casa Branca citam com presteza o rápido aumento em salários nominais, mas de alguma maneira sempre omitem o fato de que os preços aumentaram ainda mais rápido do que os salários, de modo que o contracheque maior do americano médio compra menos coisas do que antes. O declínio nos salários reais (ou seja, descontada a inflação) chega a três mil dólares por ano.

Noutras palavras, o trabalhador médio nos EUA perdeu o equivalente a 3.000 dólares por ano em relação ao que ganhava em janeiro de 2021, quando Biden se tornou presidente.

Esse poder de compra diminuído representa a quantia que o governo federal confiscou por meio da taxa oculta da inflação. Os americanos estão se tornando demonstravelmente mais pobres por causa dela, e o governo está usando-a para pagar trilhões de dólares em déficits.

Até certa altura, esta inflação foi totalmente ignorada por Washington. Tanto o governo Biden como o Fed insistiram que a inflação era "passageira", enquanto centravam suas atenções em questões como a diversidade. Mas agora a realidade é tão palpável que nem mesmo a classe governante na capital nacional pode ignorá-la. Numa tentativa tardia de combate à inflação, o Fed tem empurrado as taxas de juros para cima. [O Federal Reserve System, ou Sistema de Reserva Federal, costuma ser chamado de Fed. Equivale ao nosso Banco Central e é independente. (N. t.)]

Embora ajude a reduzir a inflação com o tempo, o aumento nas taxas de juros fez crescer rápido demais os custos dos empréstimos. Como o financiamento se torna mais caro, estão crescendo as taxas de juros das hipotecas, o custo dos empréstimos automotivos e os juros dos cartões.

Isso joga sal na ferida, pois também aumenta o custo de vida para muitos americanos que estão sofrendo com a inflação. O trabalhador médio está pagando cerca de 1.200 dólares a mais por ano em empréstimos do que quando Biden tomou posse. Mais uma vez, americanos comuns estão demonstravelmente mais pobres.

Mas é importante lembrar que esses números são só médias, e que sempre há gente acima e abaixo da média. Muitos americanos estão vivendo em condições ainda piores no governo Biden.

O flagelo financeiro se tornou muito debilitante para quem quiser comprar uma casa, ou para quem estiver pagando um carro, ou para quem não recebeu um aumento enquanto os preços escalaram 12,7%.

O mercado imobiliário dá um exemplo perfeito do quanto as famílias americanas estão apertadas hoje, em comparação a coisa de um ano e meio atrás.

Quando Biden foi empossado, a taxa de juros média numa hipoteca prefixada de 30 anos era 2,77%, e o preço médio de uma casa era 306 mil dólares. Com uma entrada de 20%, o pagamento mensal da hipoteca por essa casa era de 1.002 dólares.

Que diferença faz 20 meses. Hoje, o preço mediano de uma casa pulou para 372 mil dólares, e a taxa de juros, mais que duplicada, passou a 6,29%.

Esses dois fatores, juntos, pressionam o pagamento mensal, que explodiu. Considerando-se que o comprador ainda possa dar um jeito de dar a mesma entrada, mesmo assim, o pagamento mensal terá de ser 22% maior: subiu para 1.840 dólares.

É um aumento de 84% em cerca de um ano e meio, e um aumento anual de 10.056 dólares. Lembremos que a casa não é maior, nem mais nova, nem está num local melhor: é a mesmíssima casa, mas o custo é bem maior.

Não é de admirar que a capacidade de comprar casas já tenha despencado 32% e provavelmente ainda vá cair, à medida que os juros continuem sua marcha para cima. Se a política fiscal e regulatória tirasse a bota do pescoço da economia privada produtiva, o Fed não teria que subir as taxas de maneira tão agressiva. Mas parece improvável que tire.

Para uma geração inteira de americanos, o atual e destrutivo ciclo inflacionário é uma absoluta novidade, pois ocorreu pela última vez há quarenta anos. Em resumo: o governo gasta, toma empréstimo e imprime dinheiro demais, causando inflação. O Fed doma a inflação, mas às expensas de taxas de juros mais altas.

Embora seja novo para muitos americanos, esse padrão não é novo na História e é uma fórmula previsível.

Não obstante, estamos reaprendendo a lição, e a mensalidade dessa escola é salgada.

E.J. Antoni é pesquisador de economia regional do Centro de Análise de Dados da Heritage Foundation.

©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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