“Todas as crianças crescem, exceto uma.”
Assim começa a famosa obra de J.M. Barrie, Peter Pan. Mas, se essa afirmação foi um dia realmente verdadeira, tendências atuais parecem questioná-la, além do que, ao que parece, as crianças estão amadurecendo muito mais tarde do que antes.
Evidências disso podem ser vistas na estipulação do Obamacare de que os jovens podem se manter no plano de saúde de seus pais até os 26 anos, ou o fato de que o número de carteiras de habilitação para dirigir estão diminuindo entre os jovens.
Mas agora parece que o movimento para atrasar a idade adulta foi estendido aos profissionais da área médica. Escrevendo no respeitado periódico médico Lancet, a Dra. Susan Sawyer e outros pesquisadores opinam que as informações biológicas e as tendências sociais sugerem uma necessidade para que a adolescência continue até os 20 e poucos anos:
“Provavelmente, o período de transição entre a infância e a idade adulta ocupa agora uma porção muito maior da vida do que jamais o fez em um tempo em que forças sociais sem precedentes, incluindo as mídias digitais e de mercado, estão afetando a saúde e o bem-estar com o passar dos anos. Uma definição expandida e mais inclusiva da adolescência é essencial para adequar o enquadramento de leis, políticas sociais e sistemas de serviços de forma desenvolvida. Em vez da idade entre 10 e 19 anos, uma definição de 10 a 24 anos corresponde melhor ao crescimento adolescente e as compreensões populares desta fase da vida e facilitaria investimentos ampliados em uma gama maior de configurações.”
No entanto, alguns acreditam que estender a adolescência pode ser prejudicial. Falando à BBC, a socióloga Dra. Jan Macvarish sugere que só porque os jovens estão se casando mais tarde ou passando mais tempo estudando não significa que eles devem ser mimados. De acordo com ela, “a sociedade deve manter as maiores expectativas possíveis sobre a próxima geração”.
Nossas convicções: Ética e a vocação para a excelência
Então como exatamente uma sociedade pode manter essas altas expectativas de seus jovens? A vida de George Washington dá uma pista.
Na bem elaborada biografia do primeiro presidente americano, The Making of George Washington (Como George Washington se fez, em tradução livre, sem edição em português), o autor William Wilbur retoma como George tornou-se reconhecidamente maduro aos 16 anos — quase uma década mais jovem do que a idade que os especialistas querem hoje receber os jovens na idade adulta.
Jovens devem ser desafiados, não mimados
Houve dois fatores primários que levaram à maturidade prematura de Washington. O primeiro, e mais importante, foi a influência de seu pai. August Washington, um empresário e juiz, levou muito tempo para ensinar e treinar seu filho a ser um trabalhador diligente e um homem honesto.
Mas o segundo fator que levou à maturidade de Washington foi o fato de que ele colocou mais ênfase em ouvir do que falar. Essa foi uma característica também herdada de seu pai, que “havia aprendido que se ele se encontrasse incerto sobre como agir, a solução era buscar mais informação.”
Conforme o biógrafo de Washington observa, esses fatores de maturidade foram as razões principais para o grande sucesso de Washington não apenas nos negócios mas também mais tarde em sua vida como general e presidente.
Nós todos queremos que os jovens adultos tenham o mesmo sucesso. O problema é que nós parecemos acreditar que tal sucesso só virá se “amaciarmos” o caminho para eles ao dar-lhes os benefícios estendidos da adolescência. No processo, nós frequentemente deixamos a família – particularmente os pais – de lado, junto com qualquer tipo de disciplina ou instrução que eles tenham a oferecer, ensinando os jovens a formar suas próprias opiniões e ideias sem terem tido a oportunidade de ouvir as ideias dos mais velhos e mais sábios.
Os jovens não seriam mais bem sucedidos se nós encorajássemos a maturidade prematura ao invés de simplesmente estendermos o período oficial da adolescência?
Tradução de Maíra Santos
Militares e policial federal são presos por suposta tentativa de golpe de Estado e plano para matar Lula
Texto do Brasil é aprovado no G20; Milei se opõe à Agenda 2030 e a limite à liberdade de expressão
Decisão do STF que flexibiliza estabilidade de servidores adianta reforma administrativa
Enel quer renovar concessão de energia em São Paulo por mais 30 anos
Deixe sua opinião