Apesar das súplicas dos pais, justiça francesa decidiu que Vincent Lambert deve morrer.| Foto: Reprodução/ Facebook

Vincent Lambert deve morrer. Foi o que decidiu a mais alta corte de apelação da França no dia 28 de junho. Obedecendo à ordem judicial, desde o início de julho os médicos têm administrado fortes sedativos e retirado gradualmente a alimentação e a hidratação de Lambert.

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De nada adiantaram os apelos da mãe do ex-enfermeiro psiquiátrico que sofreu um acidente de moto há dez anos. Os pais de Lambert, católicos, e dois de seus oito irmãos, travam há seis anos uma batalha jurídica com a esposa e representante legal de Lambert, que alega que o marido afirmou, antes do acidente, que não queria ser mantido em estado vegetativo. Lambert não registrou este pedido por escrito.

No começo de julho, os pais de Lambert apelaram ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. Eles alegam que o filho dorme, acorda e acompanha os movimentos com os olhos. Mas a decisão da justiça francesa se baseia não no estado de saúde atual do enfermeiro, e sim na incapacidade de ele vir a se recuperar um dia.

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A última apelação foi feita pelo Comitê de Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU, que alega que a eutanásia por desnutrição e desidratação seria desumana. O argumento não convenceu a justiça francesa.

O Papa Francisco tratou do caso em abril, durante a oração do Regina Coeli. Em maio, numa publicação no Twitter, o Papa também fez referência ao caso, defendendo a vida “um dom de Deus, desde o começo até seu fim natural”.

O presidente Emmanuel Macron disse que não vai interferir no caso.

A eutanásia é ilegal na França, mas uma lei de 2016 permite que os médicos administrem sedativos de forma ininterrupta e deixem de alimentar por sonda pessoas em estado vegetativo e “sem possibilidade de recuperação”.

Se o assassinato de Vincert Lambert for levado a cabo pelos médicos, os pais dele já afirmaram que pretendem processá-los por homicídio.

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