![Larry Fink, da BlackRock, diz que parou de usar o termo ESG devido à politização Larry Fink, diretor-executivo da BlackRock, não usará mais o termo ESG](https://media.gazetadopovo.com.br/2023/06/27151957/914ec13cd14759f26840fa0d8c9ceb203402c13ew-960x540.jpg)
Responsável por popularizar o ESG no mundo corporativo, o diretor-executivo da BlackRock, Larry Fink, disse que não vai mais usar o termo, alegando que se tornou muito politizado. Segundo ele, no entanto, isso não muda as convicções da maior gestora de fundos do mundo a respeito de temas como descarbonização, governança corporativa e questões sociais ligadas aos negócios.
Em 2020, Fink usou seu poder financeiro (no ano passado, eram mais de R$ 44 trilhões em ativos sob sua gestão, cinco vezes o PIB do Brasil em 2021, que foi de R$ 8,7 trilhões) para comandar uma cruzada em prol do ESG (do inglês Environmental, Social and Corporate Governance, uma espécie de selo de melhores práticas ambientais, sociais e de governança). Em sua tradicional carta anual endereçada aos CEOs, ele afirmou que a sustentabilidade passaria a ser critério de investimento e que as empresas que não se adequassem acabariam ficando sem capital.
O uso das metas ESG como meio de impor ideologias de esquerda às empresas provocou a reação de políticos republicanos e das empresas americanas, que notaram que cumprir esses requisitos custa caro e pode levar a uma série de desvantagens competitivas. Diante da controvérsia, houve um recuo de empresas de Wall Street em compromissos ESG. Além disso, a própria BlackRock passou a ser alvo de investigações e até de boicotes em alguns estados, como o Texas, Virgínia Ocidental e Arkansas.
De acordo com a agência de notícias Reuters, Fink declarou em janeiro ter perdido cerca de US$ 4 bilhões em ativos administrados pela BlackRock como resultado da reação contra o ESG. O número, no entanto, representa uma pequena fatia do total administrado e não chega a impactar a gestora.
"Não uso mais a palavra ESG, porque ela foi totalmente armada pela extrema-esquerda e armada pela extrema-direita", disse Fink. Segundo ele, as cartas anuais aos CEOs também nunca tiveram a intenção de ser declarações políticas.
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