Em artigo publicado no seu blog pessoal, o ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, afirmou neste sábado (30) que a esquerda fica "apavorada" com o debate que a relaciona com o nazismo.
O ministro reafirmou no texto sua posição de que é possível dizer que o nazismo é um movimento de esquerda.
Em recente entrevista a um canal simpático à extrema direita no Youtube, Araújo deu declaração neste sentido, assim como havia feito antes de assumir o cargo no governo de Jair Bolsonaro.
A entrevista causou polêmica e reação de historiadores, que criticaram as palavras do ministro.
Araújo voltou então a abordar o tema neste sábado. "A esquerda fica apavorada cada vez que ressurge o debate sobre a possibilidade de classificar o nazismo como movimento de esquerda", disse em seu blog.
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"Dá a impressão de que existe aí um perigoso segredo de família, cuidadosamente guardado. Eu opinei que o nazismo é de esquerda, e imediatamente a esquerda (junto com o mainstream por ela dominado sem o saber) chegou correndo com seus extintores de incêndio, ou melhor, seus extintores de verdade, tentando apagar essa ideia", ressaltou.
Segundo o ministro, "o nazismo era anti-capitalista, anti-religioso, coletivista, contrário à liberdade individual, promovia a censura e o controle do pensamento pela propaganda e lavagem cerebral, era contrário às estruturas tradicionais da sociedade. Tudo isso o caracteriza como um movimento de esquerda".
"Portanto, o nazismo era anti-liberal e anti-conservador. A esquerda também é anti-liberal e anti-conservadora", escreveu.
De acordo com ele, "de maneira esquemática, podemos dizer que o nazismo constituiu um amálgama esquerdista-conservador, onde a ideologia revolucionária capturou e utilizou para seus fins um dos importantes elementos do campo conservador, o nacionalismo".
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