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Theodore Dalrymple reflete a respeito da relação entre a violência observada em tumultos no verão da Inglaterra em 2024 e a deterioração dos valores do país.
Theodore Dalrymple reflete a respeito da relação entre a violência observada em tumultos no verão da Inglaterra em 2024 e a deterioração dos valores do país.| Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN

O surto de violência anti-imigrantes na Inglaterra neste verão, no qual manifestantes chegaram a incendiar prédios com imigrantes dentro — por exemplo, um ataque a um hotel Holiday Inn perto da cidade de Rotherham, que abrigava 220 imigrantes, onde um agressor mascarado entrou no edifício e fez um gesto indicando que os moradores poderiam ter suas gargantas cortadas — não me surpreendeu. Isso ocorreu após o esfaqueamento fatal de três crianças pequenas e o ferimento de outras dez durante uma aula de dança em Southport, uma cidade litorânea ao norte de Liverpool, pelo filho de refugiados ruandeses.

Qualquer pessoa atenta deveria ter detectado a corrente subterrânea de violência presente em boa parte da vida inglesa, uma espécie de magma esperando para romper, de forma vulcânica, a crosta da existência cotidiana. Mas ninguém é tão cego quanto aqueles que se recusam a considerar as evidências porque elas apontam para uma realidade dolorosa: os assassinatos em Southport foram o pretexto perfeito para a expressão de uma brutalidade semi-organizada, cometida por alguns manifestantes com fichas criminais extensas. E, compreensivelmente, embora de forma hipócrita, isso chocou aqueles que há muito negavam que algum problema pudesse surgir de dois males sociais profundamente enraizados: a vulgaridade da cultura popular inglesa e anos de imigração em massa, com a formação crescente de guetos.

“Mal, sê meu bem”

Mesmo em tempos de paz social, poucos sons me assustam tanto quanto o de jovens ingleses se divertindo em um certo tipo de pub (bar). Mais de um desses pubs estão localizados perto de onde moro. Um tipo de gritaria masculina gutural emerge desses locais, intercalada por gritos femininos, seja de riso e diversão ou de medo e angústia — nem sempre é fácil dizer. Uma vez, em Manchester, fui acordado no meu hotel por volta da 1h30 da manhã por barulhos que presumi serem de foliões ingleses bêbados voltando para casa. Na manhã seguinte, ao sair do hotel, encontrei um cordão policial no local abaixo da minha janela, onde um jovem havia sido espancado até entrar em coma (não sei se ele acabou morrendo). O som desses ingleses se divertindo e o som de cometerem um assassinato coletivo eram basicamente o mesmo.

A violência pode irromper a qualquer momento nesses estabelecimentos. Uma palavra errada, um olhar trocado no momento errado, e socos serão desferidos, copos quebrados, até facas sacadas; como diz a expressão coloquial, “começa a pancadaria” (it kicks off). Na minha pequena cidade de comerciantes, tão tranquila durante o dia, um segurança de quase dois metros fica do lado de fora de um dos pubs à noite, preventivamente e para conter confusões: nenhuma socialização parece ocorrer ali sem a ameaça, possibilidade e até probabilidade de violência.

A feiura pura dos frequentadores quase desafia a descrição. Não é apenas uma feiura física, do tipo com que algumas pessoas nascem. É uma feiura de alma, voluntária, como se fosse uma vingança por algo. O rosto dos homens é só ossos e barba por fazer, suas expressões são grosseiras, evocando facilmente raiva e ódio, quase tão sutis quanto emojis. Suas roupas são feias, seus modos são feios, seus gostos são feios. Eles não são apenas não refinados; eles odeiam o refinamento como se este fosse um inimigo, e sentem que ele é uma acusação contra eles. As mulheres também são grosseiras, quase como se tivessem feito tudo para se tornarem inelegantes. Elas não parecem rir; elas gritam, aparentemente acreditando que quanto mais alto o fizerem, mais estarão se divertindo — ou serão vistas como se estivessem. “Mal, sê meu bem”, disse Satanás ao ser expulso do céu [em “Paraíso Perdido” de John Milton, 1667]. “Feiura, sê minha beleza”, parece ser o lema de uma proporção não insignificante da população da Inglaterra.

Isso será óbvio para todos os visitantes que venham ao nosso país e não se limitem aos pontos turísticos e armadilhas para turistas, mas que se aventurem pelas cidades e vilarejos onde a maioria da população vive, passando, por exemplo, uma semana por aqui. (Um escritor do New York Times veio investigar se eu exagerava, e levou exatamente dez minutos no centro de uma cidade inglesa em uma noite de sábado para se convencer de que eu não exagerava.) Mas se a verdade disso é evidente, também é evidente a negação generalizada por parte da classe intelectual. Qualquer um que ouse chamar a atenção para a degradação de boa parte da cultura popular inglesa é acusado dos piores preconceitos de classe, de culpar a vítima e de ser esnobe. Argumenta-se que tais pessoas não são como foram retratadas e, de qualquer forma, mesmo que sejam, isso não é culpa delas. E afinal, de que ponto arquimediano cultural alguém pode criticar uma cultura ou subcultura? Quem pode determinar o que é melhor ou pior, mais elevado ou mais baixo, mais desejável ou menos?

E isso não é tudo: por muito tempo, a ideia de que nossa sociedade é totalmente injusta prevaleceu, de que ela foi responsável apenas por crueldades e misérias, e não por realizações, e de que a única forma de os injustamente afortunados expiarem seu sucesso e fazerem as pazes seria imitando aqueles em uma posição social mais baixa que a deles — e foi isso que procederam a fazer. Aspirações culturais para baixo (embora não econômicas) tornam-se um sinal de virtude política, uma prova de que se simpatiza com os insultados e prejudicados. Isso aparece de várias formas, desde os gostos musicais publicamente declarados pela classe política até a prevalência da palavra “fuck” e seus cognatos na fala cotidiana de pessoas de alta classe social.

Antigamente, eu fui o que gosto de chamar de correspondente de vulgaridade de um jornal britânico que, para dizer o mínimo, tinha uma relação ambígua com a vulgaridade. Em uma página, publicava uma denúncia contundente contra a vulgaridade (às vezes escrita por mim) e, na página oposta, apresentava um exemplo puro do que acabara de ser denunciado. O jornal me mandava cobrir lugares onde jovens britânicos se reuniam e esperava-se que se comportassem mal, o que, praticamente, incluía todos os lugares onde eles se reuniam. Fui enviado a Ibiza (uma das Ilhas Baleares da Espanha), onde vi cenas dos jovens turistas britânicos que fariam Sodoma e Gomorra parecerem uma cerimônia de chá japonesa. Talvez o mais perturbador fosse o caráter orgulhoso disso tudo; ao perceberem que eu estava acompanhado de um repórter fotográfico, imploravam para que suas fotos fossem tiradas nas posturas mais obscenas possíveis, para que milhões os vissem assim. Bêbados, vomitando, fornicando na rua — não era uma má conduta inconsciente de quem não sabia se comportar, mas uma revolta quase ideologicamente inspirada contra a conduta civilizada.

Os festeiros não eram de classe social alta, mas tampouco podiam alegar serem paupérrimos. Ainda mais significativo foi um jogo de futebol que fui enviado para observar em Roma, no qual a Inglaterra enfrentava a Itália em um amistoso supostamente amigável. Dez mil torcedores ingleses viajaram para a Cidade Eterna e se comportaram como era esperado. Por definição, quase, não poderiam ser pobres, pois alguém dependente de benefícios sociais dificilmente pagaria para viajar a Roma e passar a noite lá só para assistir a um jogo que poderia assistir pela televisão. De fato, o público parecia composto por pessoas de classe média, presumivelmente com empregos decentes — mas que se comportavam de maneira grosseira, gritando obscenidades em uníssono.

No aeroporto, na volta, fiquei atrás de uma mulher, de cerca de 30 anos, que falava com o atendente do balcão no tom inconfundível da alta classe média. Voltei a vê-la no ônibus do terminal para a aeronave, na pista. Ela havia se reunido com outros torcedores, e sua linguagem e comportamento haviam mudado: agora, ela xingava e adotava um sotaque de classe baixa, tentando parecer uma hooligan britânica.

Eu poderia citar muitos outros exemplos do mesmo fenômeno. Um ficou gravado na minha mente. Há alguns anos, li o obituário no jornal The Times do cantor pop Ian Dury. Ele era, em muitos aspectos, um homem afável, espirituoso e altamente inteligente. Superou a deficiência causada pela poliomielite para se tornar um artista, e apenas alguém inteligente e instruído poderia ter escrito e cantado a seguinte letra:

Nos desertos do Sudão
E nos jardins do Japão
De Milão a Yucatán
Toda mulher, todo homem


Me acerta com seu bastão rítmico
Me acerta! Me acerta!
Je t’adore, ich liebe dich.
Me acerta! Me acerta! Me acerta!

Uma frase no obituário, no entanto, destacou-se. Dizia que Dury rebelou-se contra o que considerava a falsa gentileza da escola onde estudou, a Royal Grammar School, na cidade de High Wycombe (fundada em 1562), e adotou, em vez disso, o que considerava o tom mais autêntico do sul de Londres. A implicação: apenas o que é de classe social inferior é autêntico; e, presumivelmente, o que é mais baixo é o mais autêntico de todos.

Antes da recente eleição, o novo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Keir Starmer, disse que não aumentaria impostos para o que chamou de “pessoas trabalhadoras”. Perguntado sobre o que queria dizer com “pessoas trabalhadoras”, ele respondeu que eram pessoas que trabalhavam, não tinham economias e dependiam de serviços públicos. Todos os outros, presumivelmente, exceto os desempregados, não eram trabalhadores, mas exploradores. Essa é a autenticidade cultural na esfera econômica — uma filosofia bastante desoladora.

Ao observar pessoas que vestiam a feiura quase como um uniforme, muitas vezes pensei que, se algum dia um gênio maligno surgisse para organizá-las politicamente, elas poderiam e fariam um mal indescritível: seriam excelentes instrumentos para o fascismo, não do tipo metafórico tão querido pelos comentaristas progressistas, mas do tipo real, com botas pisando em rostos e espancamentos nas ruas. Se achassem que tinham uma causa política, não parariam diante de nada — a menos que fossem contidas.

A “Jacquerie” da Inglaterra

As mídias sociais (ou antissociais) dispensaram parcialmente a necessidade de um líder, ao menos para iniciar o tipo de jacquerie [revolta camponesa que ocorreu em 1358 em várias cidades da França] que vimos recentemente na Inglaterra. A suposta causa foi o assassinato das crianças e os ferimentos nas outras, seguidos de um boato online de que o culpado era um muçulmano pedindo asilo. Isso se revelou falso: o culpado era o filho, nascido na Grã-Bretanha, de refugiados ruandeses, pessoas respeitáveis e muito religiosas. Da minha parte, assim que vi o retrato do acusado no tribunal, pensei que ele era louco, seja por doença intrínseca, seja pelo consumo de drogas, ou ambos: ele tinha o tipo de cabelo selvagem e desleixado característico de pessoas que negligenciam a si mesmas em estado de loucura.

Se eu estiver certo, os tribunais estarão sob intensa pressão pública para não seguir a lei e lidar com ele de forma médica, como normalmente fariam, tamanha foi a emoção evocada pelo caso. A custódia psiquiátrica, como é chamada, levantaria a possibilidade, o espectro intolerável, de uma cura, caso em que ele teria que ser liberado. Novos distúrbios públicos poderiam seguir.

A falsidade do boato foi amplamente divulgada; menos divulgada foi sua plausibilidade. Apenas sete anos haviam se passado desde que Salman Abedi e seu irmão Hashem, filhos de pais líbios pedindo asilo, ambos extremistas muçulmanos, plantaram uma bomba que matou 22 pessoas na Manchester Arena e feriu até 1.000 outras. Salman Abedi estava em contato com, e supostamente influenciado por, Abdalraouf Abdallah, também filho de asilados líbios, um terrorista mantido em uma prisão britânica por ajudar jovens muçulmanos britânicos a se juntarem ao Estado Islâmico na Síria. Manchester fica a apenas 80 quilômetros de Southport. Logo após os distúrbios, um refugiado sírio armado com uma faca matou três pessoas em um festival na Alemanha, e uma sinagoga no sul da França foi incendiada, provavelmente com a intenção de causar muitas mortes.

Outros exemplos de tensão provocada pela imigração em larga escala, legal e ilegal, abundam. Rotherham, uma das cidades da Inglaterra mais afetadas pelos tumultos, foi o local do abuso sexual organizado, ao longo de mais de duas décadas, de 1.400 jovens mulheres brancas (e algumas de outras origens) por homens de ascendência paquistanesa, legalmente britânicos, o que as autoridades, incluindo a polícia, sabiam mas ignoraram, por uma mistura de medo de incitar ódio racial e covardia pura. (Veja meu artigo a respeito.) Passei algumas semanas em Rotherham cerca de uma década e meia atrás, quando o abuso ainda era desenfreado. A cidade era usada como depósito para solicitantes de asilo, principalmente curdos — na esperança oficial, suspeito, de que a vida na cidade fosse tão desoladora que os migrantes logo pedissem para voltar para casa. Nenhum deles era um verdadeiro solicitante de asilo, no sentido literal, pois nenhum poderia ter chegado à Grã-Bretanha diretamente de onde estava em perigo, mas deveria ter passado por pelo menos um país seguro antes. Eles eram imigrantes ilegais — na prática, impossíveis de serem removidos do país; uma vez concedida residência, como provavelmente seria eventualmente, eles solicitariam a reunificação familiar, trazendo parentes. Durante minha estadia, eu comia em um café curdo, acima do qual havia uma sala de sinuca onde eles passavam o tempo; outro lugar de recreação era a biblioteca municipal central, onde usavam os computadores para acessar conteúdo tão próximo da pornografia quanto os servidores da biblioteca permitiam.

Rotherham não foi a única cidade com um escândalo de abuso sexual. Outra, a 24 quilômetros de onde moro, pode ter tido o pior de todos, proporcionalmente, em toda a Inglaterra; os serviços sociais ignoraram deliberadamente casos — novamente, por medo de parecerem racistas. (Ninguém levantou a questão de por que tantas meninas e mulheres jovens se mostraram tão vulneráveis à exploração. Essa também é uma questão melhor evitada, do ponto de vista progressista.)

É quase inevitável que o descontentamento e o ressentimento fervam em muitas partes do país, um senso de impotência diante de uma situação que ninguém jamais quis: um sentimento disseminado, seja justificado ou não, de que um experimento social foi realizado à revelia, ou em benefício, de uma elite sem rosto.

A autossatisfação dos prósperos

É da natureza das jacqueries que elas se acalmem, e isso aconteceu aqui — onde aqueles que se opuseram a elas foram às ruas com slogans como “Refugiados são bem-vindos” e até “Fronteiras abertas”. A senso de superioridade desses slogans e das pessoas que os promoviam era óbvio. Eles não permitiam que certas perguntas — como quantos refugiados seriam bem-vindos, como e com base em quais critérios eles deveriam ser selecionados entre milhões de possíveis candidatos, e quem arcaria com os custos — interferissem em sua autossatisfação. Em um contexto de aluguéis cada vez mais caros e agravamento da falta de moradia, declínio do PIB per capita, desemprego em massa e imigração para o país equivalente a quase 1% da população (o percentual deve ser ainda maior, considerando a emigração), essa autossatisfação certamente alimenta o ressentimento daqueles que sofrem mais com os efeitos da imigração em massa. Nada é tão eficaz quanto a complacência moral dos prósperos para enfurecer aqueles com meios de subsistência precários.

Claro, os criminosos que atacam mesquitas e queimam carros de polícia não estão realmente defendendo uma tradição ou cultura nacional. Das glórias da própria cultura nacional, provavelmente são tão ignorantes quanto um bebê recém-nascido, e muito do seu modo de vida atual é pouco atraente, até mesmo repreensível. Mas, toda vez que algum santarrão erguia uma faixa dizendo “Refugiados são bem-vindos”, cujo ônus recairia sobre outros, ele fornecia combustível para uma parte da população que poderia se tornar autentica e literalmente fascista.

Uma das ironias dos tumultos (se eles foram apenas um episódio e não o prenúncio do que está por vir) foi que os intelectuais progressistas redescobriram o valor social da punição, que anteriormente haviam negado, tanto por razões pragmáticas quanto filosóficas. Durante muito tempo, eles argumentaram que a punição não funcionava: não dissuadia nem reformava. Além disso, era injusta, meramente cruel e vingativa, pois os criminosos eram vítimas de suas circunstâncias. O que eles precisavam era de uma forma moral de terapia física, ou reabilitação.

Nada disso foi ouvido durante os tumultos. O que os progressistas defenderam como necessário em resposta foi uma punição severa e administrada rapidamente (com a qual concordo plenamente). Se os manifestantes pudessem contar com alguns anos de prisão, haveria menos deles no futuro, não importa seus sentimentos de ressentimento. Não houve discussão sobre reabilitação. Nenhum psicólogo foi consultado sobre como os manifestantes deveriam aprender a reorganizar seus pensamentos para se tornarem bons cidadãos ou gerenciar sua raiva para não agirem motivados por ela. Ninguém, pelo que percebi, sugeriu que os manifestantes eram vítimas de suas circunstâncias e, portanto, as verdadeiras vítimas de seu próprio comportamento.

Mas também ninguém explicou por que o princípio ou princípios da punição não deveriam se aplicar ao tipo de pessoas — ladrões, assaltantes e criminosos violentos — sobre as quais tanto pensamento progressista e antipunitivo foi gasto durante o longo período em que a Grã-Bretanha passou de uma sociedade de baixa criminalidade para uma sociedade de alta criminalidade. Pelo contrário, enquanto (novamente, de forma correta) o Estado prenderá os manifestantes, ele libertará outros criminosos para abrir espaço para eles. O tom geral da política de justiça criminal do novo governo trabalhista é o da agora profundamente enraizada penologia progressista.

Durante os tumultos e suas consequências, a epígrafe da história da Revolução Russa de Richard Pipes voltou frequentemente à minha mente: “Os paralíticos no governo estão lutando de forma fraca, indecisa, como que relutantemente, contra os epilépticos da revolução.” Isso foi dito originalmente por Ivan Shcheglovitov, o ministro da Justiça do czar, em 1915. Nenhuma analogia histórica é exata, mas o que se pode dizer da Grã-Bretanha contemporânea é que os paralíticos hipócritas do status quo têm lutado, até agora com sucesso, contra os epilépticos da classe dos brutos, enquanto a maioria da população observa, impotente.

Theodore Dalrymple é psiquiatra, escritor de bestsellers, pesquisador sênior do Manhattan Institute e editor colaborador do City Journal.

©2024 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês.

Conteúdo editado por:Eli Vieira
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