Uma pesquisa publicada na terça-feira (15), dias antes da 46ª Marcha pela Vida em Washington – no sábado (19) — revelou que a maioria da população dos Estados Unidos é favorável a que a legislação sobre o aborto tenha restrições mais severas e quer até mesmo que a decisão Roe vs. Wade — que legalizou o aborto no país nos anos 1970 — seja “reinterpretada” para permitir mais exceções.
A pesquisa é feita anualmente pelo Marist College em parceria com os Cavaleiros de Colombo, uma fraternidade católica. Os números mostraram que 75% dos norte-americanos são contrários ao financiamento público para o aborto no exterior — ainda que 55% dos entrevistados se identifique como “pró-escolha”.
Além disso, 75% dos entrevistados dizem que o aborto deve ser restrito aos três primeiros meses de gestação. Essa é a opinião de 92% daqueles que se identificam como republicanos, 60% dos democratas e 78% de quem se disse independente.
“Como nos anos anteriores, a pesquisa mostra que a categorização ‘pró-escolha’ no tema do aborto é simplesmente insuficiente”, comentou o presidente dos Cavaleiros de Colombo, Carl Anderson.
“A maioria dos norte-americanos, de ambos os partidos, apoiam restrições legais quanto ao aborto”.
A pesquisa, que está no seu 11º ano, entrevista aleatoriamente 1.066 adultos do país sobre sua opinião a respeito do aborto. Os números mostraram ainda que 83% dos norte-americanos concordam que a legislação pode proteger tanto a saúde e o bem-estar da mulher quanto a vida do nascituro.
“O cenário dos posicionamentos dos norte-americanos sobre o aborto é substancialmente diferente do que podemos presumir olhando a forma como o debate às vezes se manifesta, em termos de tudo-ou-nada”, disse o vice-presidente de Comunicação e Planejamento Estratégico dos Cavaleiros de Colombo, Andrew Walther.
A pesquisa mostra ainda que entre 2008 e 2019 a percentagem de norte-americanos que se identificam como pró-vida ou pró-escolha oscilou entre 40 e 60%. Para a diretora de Pesquisas do Marist College, Barbara Carvalho, isso indica que os termos em que o debate se dá descaracterizam e tornam simplórias as opiniões dos norte-americanos sobre o aborto.
“O público norte-americano está mais alinhado com a Marcha pela Vida do que com a Marcha das Mulheres quando o assunto é aborto”, afirmou Carvalho em uma coletiva de imprensa. A Marcha das Mulheres também acontece no sábado, logo depois da Marcha pela Vida.
Tradução de Felipe Sérgio Koller
Deixe sua opinião