O pastor Silas Malafaia mostrou descontentamento com Jair Bolsonaro (PL) por conta da postura do ex-presidente em relação a seus apoios nestas eleições, chegando a chamá-lo de covarde. Mas, apesar das bravatas, Bolsonaro não respondeu no mesmo nível.
Para Malafaia, Bolsonaro devia ter se envolvido mais na campanha de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo e desmascarado Pablo Marçal (PRTB). E não podia ter assumido postura dupla em Curitiba, sendo do partido do vice do candidato Eduardo Pimentel (PSD), Paulo Martins (PL), e permitindo que a candidata Cristina Graeml (PMB) postasse foto com ele nas redes.
Mas se Malafaia anda indignado, Lula está ainda mais. Esta semana, o presidente conversou com os dirigentes das três principais agências de classificação de risco do mundo – a Moody’s, a Fitch e a S&P – para saber quem elas consultavam no país para avaliar a elaboração da nota de crédito. E chamou as agências “na chincha”, querendo saber por que nunca nenhuma delas o procurou para a avaliação.
Malafaia truca, mas Bolsonaro não retruca
Ao fazer um balanço sobre o posicionamento de nomes da direita em relação à campanha eleitoral para a prefeitura de São Paulo, o pastor Silas Malafaia questionou o liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para o pastor, o Bolsonaro deveria ter participado mais da campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB)- que conta com o apoio oficial de Bolsonaro - e atacado Marçal, que já recebeu elogios do ex-presidente.
“Um político é reconhecido por seus posicionamentos. Qual foi a sinalização que o Bolsonaro passou? ‘Eu não sou confiável em meus apoios políticos’. Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável? O que ele fez em São Paulo e no Paraná [onde se comprometeu anteriormente com alianças] foi uma vergonha”, afirmou Malafaia em entrevista concedida à Folha de São Paulo e publicada nesta terça-feira (8). Para o pastor, Bolsonaro foi "covarde" e "omisso".
No dia seguinte, Bolsonaro comentou as críticas, mas aparentemente sem ressentimentos. "Eu amo o Malafaia. Ninguém critica mulher feia. Ele ligou a metralhadora, mas isso passa", disse o ex-presidente em declaração ao jornal O Globo. E garantiu que é hora de unir forças na direita para que Nunes vença Boulos.
Lula e o descontentamento com as agências de rating
Já Lula anda descontente com as agências de rating, que classificam o nível de confiabilidade para investimentos no Brasil. Na semana passada, a Moody’s elevou a nota do Brasil para apenas um degrau abaixo do chamado “grau de investimento”, uma espécie de selo de bom pagador para investimentos estrangeiros. No entanto, as outras duas concorrentes, Fitch e S&P, afirmaram que não têm previsão de elevar a nota do Brasil.
“Acho que nunca teve um presidente da República chamando empresa de rating – aquelas empresas que fazem avaliação pra dar investimento grande para o nosso país. E eu queria saber com quem vocês conversam no Brasil pra avaliar, porque nunca ninguém me procurou”, questionou o presidente, perguntando ainda às empresas se elas se baseiam em editoriais de jornal que, segundo ele, nunca publicam uma “nota boa” sobre o governo.
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