Manifestação indica que Bolsonaro está sozinho. No vídeo desta semana, o comentarista Guilherme Oliveira fala sobre a situação de Jair Bolsonaro, que, embora acompanhado, se encontra sozinho na luta por algo importante que provavelmente não acontecerá. O discurso analisa a ausência de apoio de parlamentares e governadores às manifestações em favor da democracia, enquanto critica o Supremo Tribunal Federal (STF) por suas ações políticas e eleitoreiras. Também é destacada a luta pela liberdade e pela memória de personagens como Daniel Silveira, enquanto Bolsonaro segue solitário na sua defesa da democracia.
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Manifestação no Rio indica que Bolsonaro está sozinho
O evento político promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (16), na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, serviu não só para apoiar o projeto de anistia aos réus do 8 de janeiro de 2023, mas para desmontar a tese de tentativa de golpe de Estado imputada a eles. A denúncia da Procuradoria-Geral da República será analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda este mês, em um julgamento que avança com incomum ritmo acelerado. Os cinco ministros vão decidir se Bolsonaro e outros irão se tornar réus pelos crimes imputados a eles por Paulo Gonet.
Para uma multidão de apoiadores, Bolsonaro contestou as alegações de que teria planejado a tomada de poder e que existiriam condições concretas para sua execução. Ele iniciou sua fala questionando a versão apresentada pelo órgão que chamou de "banda da Polícia Federal (PF) que serve ao ministro Alexandre de Moraes", do STF, segundo a qual a trama golpista teria se desenvolvido a partir de uma live no Palácio da Alvorada em julho de 2021, na qual criticou o sistema eletrônico de votação, até os atos do 8 de janeiro de 2023.
Bolsonaro desafiou a PF a apresentar a suposta "minuta do golpe" como prova determinante. Ele também explicou que, para decretar estado de sítio, uma das medidas consideradas suspeitas no inquérito, seria necessário reunir os conselhos da República e da Defesa, além de obter aprovação do Congresso. O ex-presidente citou também o atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, que declarou não ter identificado qualquer associação criminosa ou armada. "Um golpe sem liderança e sem recursos", ironizou.
Solidão política
Por óbvio, a solidão de Bolsonaro não diz respeito ao povo brasileiro, que tem o apoiado nas manifestações e pautas escolhidas por ele próprio. Mas politicamente, Bolsonaro segue sendo acompanhado pelos mesmos de sempre. Enquanto isso, demais governadores, deputados e senadores que usaram do nome do ex-presidente para se promover em outros carnavais, se silenciam com medo do que poderá acontecer com eles próprios em 2026 ou com o próprio Jair em 2025, ano que pode ser o da prisão do antigo mandatário da nação.
Apesar da pressão de alguns parlamentares, o PL da anistia pode nem avançar tanto assim na Câmara. O próprio Marcos Pereira, deputado federal e presidente do partido Republicanos, o mesmo de Hugo Motta que preside a Câmara, ressaltou que, enquanto jurista, não acha que algo pode ser feito no parlamento antes que o STF decida sobre o assunto.
No fim das contas, é esperar para ver.
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O programa Em Alta promove uma análise política ácida, sem medo e cheia de boas sacadas, pautada por um tema pertinente da semana. Com comentários de Guilherme Oliveira, o programa vai ao ar aos domingos, no site da Gazeta do Povo, nos aplicativos de Android e Iphone e no canal do YouTube.
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