Eu me interesso muito pela dignidade feminina e, por isso, todas as formas de exploração sexual – pornografia, prostituição ou tráfico humano – me revoltam, porque elas destroem a percepção que a mulher tem de si mesma.
Meu desejo de ver todas as mulheres tratadas com respeito e dignidade foi o que fez com que eu quisesse dedicar minha vida a libertar as mulheres de situações de exploração. Mas, por ser jovem, reconheço que não espero ver o fim da exploração sexual enquanto a ideia de abortar um ser vivo vulnerável for concebível.
Por isso, concordo completamente com o tema da Marcha pela Vida deste ano: “A Vida Empondera: Ser Pró-Vida é ser Pró-Mulheres”.
O movimento pró-vida é pró-mulheres. Ele acertadamente defende a dignidade da mulher lutando para que o feto dela seja visto como uma pessoa, não um objeto. Quando as mulheres são levadas a perceberem seu próprio valor e dignidade — algo que vai além da utilidade de seus corpos — elas se sentem com o poder de ver o filho nascituro da mesma forma.
Apesar de me interessar pela dignidade das mulheres e das crianças já há algum tempo, este será meu primeiro ano na Marcha pela Vida. Percebendo a gravidade dessa luta pelos fetos e mulheres, considero a marcha ainda mais fundamental para as jovens mulheres e os líderes do futuro.
Ironicamente, o discurso da Michelle Williams no Globo de Ouro foi algo que reforçou meu desejo de ir à marcha neste ano. O fato de ela ter dito que a liberdade de abortar era a razão do seu sucesso me entristeceu e me levou a refletir sobre meus sonhos e desejos para o futuro.
Como uma jovem mulher, reconheço que há muitos desafios em se conciliar filhos e carreira. Dizer que as mulheres não têm de sacrificar algo a fim de serem mães é uma mentira.
Mas, como disse a ex-modelo Leah Darrow, encorajando as mulheres do mundo: “Bebês não nos afastam de nossos sonhos”. Ela lembrou às mulheres, inclusive a mim, que os bebês não nos impedem de crescermos profissionalmente e que “nos tornamos mulheres melhores por causa deles”.
Entre os que discursarão na Marcha da Vida deste ano estão a senadora estadual Katrina Jackson, de Louisiana, as sobreviventes de abortos Claire Culwell e Melissa Ohden; Elisa Martinez, diretora-executiva da Aliança pela Vida do Novo México; e Marjorie Dannenfelser, presidente da ONG antiaborto Susan B. Anthony List. São todas mulheres que usaram diversas plataformas para representar aquelas que não têm voz.
Enquanto uma jovem mulher, inspiro-me nessas líderes que ignoram as pautas partidárias em nome da causa da vida.
Neste ano, fui levada a fazer parte da Marcha da Vida porque é também o centerário da 19ª Emenda, que deu às mulheres o direito ao voto [nos Estados Unidos].
É um ano incrível para lembrarmos que não estamos marchando à toa, como se não tivéssemos a capacidade de realmente transformar a cultura. Aquelas que lutaram pelo direito das mulheres ao voto lutaram para que as mulheres usassem a voz não para gritar – e sim para falar por aquelas que não têm voz.
A indústria da exploração sexual sobrevive camuflando a exploração como “liberdade”, ensinando as mulheres a acreditarem que seu corpo as torna valiosas e, portanto, que se submeter a um aborto é “empoderador”.
Nessa indústria, as mulheres são privadas de esperança, de dignidade e de identidade — aspecto que nos tornam humanos — e se veem como objetos.
O ciclo de degradação da feminilidade por meio da exploração sexual não se restringe ao corpo da mulher. Ele se estende à criança que vive dentro dela. E percebo que a luta pela honra e valor das mulheres começa no útero.
Tudo começa com nosso privilégio, força e habilidade de trazer a vida a este mundo. Tudo começa com a luta pelo respeito ao nascituro, não por causa da capacidade que eles têm de se tornarem seres úteis – e sim porque são seres humanos já com a capacidade de sonhar e ter esperança no futuro.
Abigail Moreno-Riano estuda na Regent University.