Bruno Borges deixou 14 livros escritos antes de desaparecer| Foto: Arquivo Pessoal

O estudante de psicologia Bruno Borges, de 25 anos, que estava desaparecido no Acre há quase cinco meses, retornou para casa dos pais, em Rio Branco, nesta sexta-feira (11). De acordo com o pai do rapaz, o empresário Athos Borges, ele está bem, mas não deve ficar na casa da família por causa da procura de curiosos sobre a história do estudante. No mês passado, o primeiro de 14 livros escritos à mão e criptografados por Bruno, “TAC - Teoria de Absorção de Conhecimentos”, entrou para a lista dos mais vendidos do país na categoria “não ficção”.

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A família de Bruno afirma que, no momento, não vai comentar detalhes com a imprensa sobre o reaparecimento do rapaz. A Polícia Civil deve ouvir Bruno em breve. 

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Além dos livros que escreveu, antes de sair de casa Bruno deixou cópias de suas teorias nas paredes, teto e chão do quarto e uma estátua do filósofo Giordano Bruno, avaliada em R$ 10 mil. 

Na época do desaparecimento de Bruno Borges, não demorou muito para que internautas começassem a fazer relações entre ele e o filósofo Giordano Bruno. Chegou-se até a apontar, além dos nomes, semelhanças físicas entre ambos. Para alguns, Borges estaria tentando dar continuidade às obras do filósofo.

Giordano Bruno acreditava que Deus era o próprio Universo, teoria que contrariava os textos sagrados. Por conta disso, apesar de manter-se cristão, refutou ativamente a Bíblia.

Ele percorreu a Europa divulgando suas teorias e, nessas viagens, converteu-se ao calvinismo, abandonando a fé católica. Deu aulas na Universidade de Oxford, que rejeitou suas teorias, de onde acabou expulso por plagiar o trabalho de uma colega. 

Preso pela Santa Inquisição por conta de suas crenças, alegou que filósofos não-cristãos, como Platão e Aristóteles, ainda assim eram importantes para a Igreja, já que eram referência para estudos teológicos e para a Filosofia. Em seu julgamento, exigiu o mesmo respeito dos filósofos gregos, ainda que sua visão religiosa não fosse a mesma da Igreja. Condenado a ser queimado vivo, negou-se a refutar suas crenças, exatamente como Sócrates havia feito quando foi condenado à morte por envenenamento por não acreditar nos deuses gregos. 

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Morreu abrindo caminho para Galileu nas ciências e para Descartes e Espinosa na Filosofia.