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Um Congresso com a cara do Brasil, composto por  indivíduos das mais variadas profissões, é uma das propostas do movimento Acredito | Geraldo Magela/Agência Senado
Um Congresso com a cara do Brasil, composto por indivíduos das mais variadas profissões, é uma das propostas do movimento Acredito| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Fundado por brasileiros de diferentes regiões do Brasil, alguns com passagens por universidades do país e do exterior, um grupo planeja ajudar, por meio de divulgação e elaboração de conteúdo, candidaturas que representem "renovação política" a partir das eleições de 2018.

Imagine um Congresso com a cara do Brasil. Empreendedores, ativistas, professores, líderes comunitários e indivíduos das mais variadas profissões. Um parlamento composto por pessoas comuns, representando a sociedade e sua diversidade social, de gênero, de raça e de crenças. Trazendo consigo uma renovação não só de pessoas, mas também de princípios e práticas. Este sonho de renovação política, compartilhado por uma nova geração que não quer mais esperar, tornou-se a semente de um movimento. Seu nome é também uma mensagem: Acredito. Movidos por esta fé inabalável no Brasil, começamos uma caminhada de 10 anos rumo a um novo Congresso. Já nos primeiros meses, aprendemos muito sobre os desafios de se fazer algo verdadeiramente novo.  

O primeiro passo foi responder a uma poderosa pergunta: no que acreditamos? O país só será justo quando oferecer dignidade e igualdade de oportunidades para todos. A democracia será mais forte quando for reflexo de sua diversidade. A política deve ser pautada por ética e transparência não apenas nos fins, mas também em seus meios. Precisamos de um Estado eficiente e menos engessado. De uma sociedade plural e livre que combata a intolerância. De uma economia empreendedora e competitiva, seguindo um modelo de desenvolvimento que seja sustentável. Em meio às nossas diferenças, vimos que estes valores nos uniam. Tornaram-se, então, nosso ponto de partida, traduzido em um manifesto.  

Estes princípios, por não seguirem um rótulo específico, levaram a uma pergunta recorrente: "Tá, mas de que lado vocês sambam?".

Polarizar é uma estratégia política antiga. Categorizar é uma ferramenta que nosso cérebro usa para entender o mundo. A sociedade, porém, ficou mais complexa. Classificações vindas da revolução francesa já não explicam tão bem o mundo de 2017. Em meio aos radicalismos, propomos algo simples: buscar a solução dos problemas, independentemente da autoria. Cada grande desafio merece uma abordagem específica. Debateremos com a sociedade um tema central por mês até as eleições, sendo reforma política o de setembro. Teremos, em 12 meses, uma agenda de prioridades para o Brasil. Hora chamados de mortadelas, hora de coxinhas, nos importa um país mais desenvolvido e menos desigual.  

Reprodução de postagem no Facebook que questiona pilares do movimentoReprodução

O próximo desafio é o da atuação. O sistema político de hoje vive um dilema. De um lado, temos os partidos com o monopólio da participação formal. De outro, a sociedade que se identifica (em média) pouco com eles. A construção partidária é lenta, e a renovação é urgente. Os dois são, porém, importantes. Decidimos, neste contexto, ser um movimento suprapartidário. Apoiaremos candidaturas em diferentes partidos, escolhidas por prévias democráticas e que compartilhem da nossa visão. Queremos, no Congresso, uma bancada pela igualdade de oportunidades em um país mais próspero.  

Tudo isso traz uma pergunta legítima: como o movimento vai ser financiado? Aprendemos que importa como o dinheiro vai parar na política. Decidimos, então, adotar as práticas que pregamos. Regra 1: somos financiados apenas por doações de pessoas físicas, com teto. Regra 2: os nomes de todos os doadores irão pro site. Sem exceção. A maior doação, até o momento, foi de R$ 2 mil. Todos são bem-vindos, entendendo que trataremos da mesma forma quem doar R$ 5, R$ 5 mil ou algumas horas. Que esse choque de transparência esteja presente em outros movimentos e organizações políticas.  

Os primeiros passos nos deram motivos para acreditar. Um mês após o lançamento, recebemos quase mil inscrições para o nosso time de voluntários. Uma delas é do Fabiano, do interior de Minas Gerais. Ao saber do encontro do Acredito, decidiu passar 8 horas no ônibus para participar do evento. Ao justificar o esforço, disse acreditar que uma nova geração deve ocupar o espaço hoje tomado por quem não mais nos representa. Buscamos jovens como ele - de idade ou de espírito - que sentem a urgência de mudar nossa política.  

O ano de 2018 será de renovação. Não há garantia, porém, de que esta renovação será boa. Donald Trump foi eleito com o slogan "Make America great again" (Faça a América grande de novo). Vemos novos discursos com velhas práticas. O instinto humano de voltar-se para o conforto, o seguro e o conhecido, deve abraçar a coragem da mudança. A marcha do tempo é inevitável. Preferimos, neste momento, a ousadia e o sonho da juventude, do que aceitar "o sistema como ele é" e as coisas como estão. Demos os primeiros passos. Convidamos, você, a construir conosco o caminho. Convidamos, vocês, a acreditarem também. 

(*) José Frederico Lyra Netto é coordenador nacional do Acredito. É mestre em políticas públicas, tendo atuado com gestão municipal, reformas educacionais e, mais recentemente, com consultoria em gestão.  

Paula Berman é representante do Acredito no Paraná. Liderou o Code for Curitiba e trabalha com a digitalização da democracia através da fundação Democracy Earth. 

Tabata Amaral é empreendedora social e coordenadora nacional do Acredito. É graduada em ciências políticas, com curso secundário em astrofísica.

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