O avião de Lisa Nagengast aterrissou em Tampa no sábado à noite, e a primeira coisa que ela fez antes de sair de seu assento foi ouvir o correio de voz. Foi quando ela entrou em pânico.
Era seu irmão, Greg Holeman, um veterano do Exército. Ela estava voltando de uma visita a ele, que acabara de passar por uma cirurgia nas costas. Ele estava com muita dor, algo estava errado com o local da incisão, e ele não podia sentir sua perna esquerda. Ele estava sozinho sem ninguém para pedir ajuda. Não podia pagar um táxi e não sabia se o seu seguro de veterano pagaria por uma ambulância.
“Vou dirigir até o hospital”, disse Holeman, 48, no correio de voz.
Nagengast imediatamente ligou para ele de volta e o proibiu de dirigir. Dê-me o nome e o número da sua assistente social, ela disse, eu ligo para ela e ela envia ajuda. Ele ditou o número de telefone de Pam, sua assistente social, e Nagengast, 50, anotou num guardanapo.
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Ela ligou para Pam enquanto saía do avião, em meio a muito barulho.
Quando alguém atendeu a ligação, Nagengast disse rápida e energicamente quem ela era e que seu irmão precisava de uma carona para o hospital. Ele não tinha dinheiro para um táxi e não havia aplicativos de carona em sua pequena cidade de Columbus, Nebraska.
“Vou chamar meu gerente para você”, a voz do outro lado disse.
Quando o gerente atendeu, Nagengast contou sua história novamente. “Eu preciso que você me ajude. Se você precisar que eu pague por isso, eu pago. Nós temos que fazer isso”.
O gerente disse que ele tinha alguns motoristas e que ele poderia enviar um para ajudar seu irmão. Ele ligaria de volta em 15 minutos.
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Naquele momento, Nagengast, uma consultora de informática, havia percorrido o aeroporto até o carro de seu marido.
“Eu fui má com ele?”, ela perguntou ao marido. Ela sentiu uma pressão extra para ajudar seu irmão, ela disse, porque os pais e a irmã deles já eram falecidos, então os dois irmãos só tinham o apoio um do outro.
O marido dela lhe assegurou que não, ela não tinha sido má, apenas havia expressado que era uma emergência.
Poucos minutos depois, o telefone de Nagengast tocou e um homem que se identificou como Zach disse que estava pronto para levar seu irmão ao hospital. Zach só precisava do nome e endereço do seu irmão, ele disse.
“Você não tem isso no arquivo dele?” Nagengast respondeu espantada.
Zach respondeu: “Você ligou para o Jimmy John's”.
Nagengast ficou em silêncio por um momento.
“Você quer dizer, a lanchonete Jimmy John’s?”, ela perguntou, percebendo que ela tinha discado o número errado.
Zach confirmou que ela havia ligado para a rede de sanduíches, e não para Pam, a assistente social.
“Eu fiquei tipo ‘me desculpe, eu liguei para o número errado’”, disse Nagengast. “Eu sinto muito”.
Zach, cujo sobrenome é Hillmer, garantiu que não havia problema.
“Vou levar o seu irmão para o hospital”, disse ele. “Você só precisa me dar o nome e endereço dele”.
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Hillmer, que também é um veterano do exército, está familiarizado com transtorno de estresse pós-traumático e perguntou se Holeman ficaria bem em entrar em seu carro.
“Vou ligar para ele e fazê-lo entrar no carro com você”, disse ela.
Trinta minutos depois, Nagengast ligou para o telefone do irmão e confirmou que ele estava no hospital. Lá ele soube que era preciso trocar os seus curativos e ajustar sua medicação. Ele voltou para casa naquela noite em um táxi – pago pelo hospital.
Jason Voss, o gerente do Jimmy John’s de 19 anos, com quem Nagengast falou, disse que estava bem claro que ela não tinha ideia de que tinha discado o número errado.
Ele disse que estava fazendo sanduíches naquela noite quando sua namorada, que também trabalha na loja, atendeu a ligação de Nagengast. Confusa, ela entregou o telefone a ele, que ouviu a história de Nagengast.
“Eu tinha certeza que ela não tinha ideia que estava ligando para o Jimmy John’s”, disse Voss. “Eu não achei que precisava dizer alguma coisa. Não pareceu relevante naquele momento”.
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Ele disse que ouviu sua história e podia ouvir o desespero em sua voz e pensou que poderia ajudar.
“Alguém precisava de ajuda e eu agi o mais rápido que pude”, disse Voss. “Eu mesmo queria ir, mas eu estava na gerência e achei que não seria a melhor opção”.
Desde que a mídia local relatou a história, Voss disse que foi entrevistado várias vezes, inclusive em um programa de rádio ao vivo.
“Eu sinto que coisas assim acontecem o tempo todo, e é interessante que as pessoas estejam atentas a isso agora. As pessoas sentem que agora precisam de algo, de qualquer coisa boa”, disse ele. “Algo como isso é muito pequeno, mas se isso ajuda as pessoas, é bom”.
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