Um museu chinês retirou uma foto de rostos de africanos sobrepostos a imagens de animais selvagens de uma exposição depois de receber acusações de racismo.
Se isso já não fosse constrangedor o suficiente, a principal rede social do país teve que se desculpar pelo tradutor automático disponível no seu serviço de mensagem, que traduziu o termo "estrangeiro negro" por "nigga" (termo perjorativo no inglês).
Esses não foram os primeiros incidentes desse tipo no país. No último ano, a propaganda de TV de um detergente chinês viralizou na internet e gerou um escândalo internacional por mostrar um negro ser transformado em um chinês depois de ser lavado na máquina de lavar louça.
Africanos sofrem bastante racismo na China, e os últimos incidentes mostram o quão lentas são as mudanças de atitude. Esse é um problema para o governo chinês – que investe uma quantidade razoável de dinheiro em aproximar as relações diplomáticas com líderes e nações africanas ao mesmo tempo que as evidências do racismo criam uma certa desconfiança.
O museu da cidade de Wuhan mostrou uma dúzia de fotos de africanos e animais com expressões faciais similares lado a lado como parte de uma exposição intitulada "Essa é a África", do fotógrafo Yu Huiping.
“Incrivelmente racista"
O site The Shanghaist chamou a exposição de "incrivelmente racista". O presidente da Editora Chinesa de Fotografia, Zhao Yingxin, também foi citado no texto, afirmando que a exposição "captura a vitalidade da vida primitiva".
O museu foi forçado a repensar a exposição depois que o nigeriano e usuário do Instagram Edward E. Duke (eddydizzle) postou um vídeo do espaço e se perguntou "o motivo da China colocar fotos de uma raça particular ao lado de animais selvagens". O The Shanghaist afirmou que a postagem foi deletada logo depois.
O curador da exposição, Wang Yuejun, disse que na tradição chinesa os idiomas e o zodíaco propõe com frequência em uma relação entre pessoas e animais, como na frase "tão enérgico como um dragão e um cavalo". Mas o curador afirma que, depois que alguns africanos se mostraram ofendidos pelas imagens, elas foram retiradas da exposição como forma de respeito aos nossos visitantes "e amigos africanos".
As 12 fotografias fazem parte de uma exibição chamada "O rosto é o índice para o coração".
Enquanto isso, o Wechat, um serviço de mensagens, também foi forçado a se desculpar quando foi descoberto que ele traduzia o termo "hei laowei" por "nigga" (palavra pejorativa para se referir a pessoas negras no inglês), especialmente quando o contexto era negativo. O site thatmags.com deu alguns exemplos, mostrando como o serviço automático de tradução usava essa palavra especialmente em frases em que o estrangeiro negro estava atrasado ou era um ladrão.
O programa já foi configurado para usar sempre o termo "estrangeiro negro".
"Nós nos desculpamos profundamente pela tradução inapropriada", disse o porta-voz do WeChat para o site Sixth Tone. "Depois que recebemos o feedback dos usuários, resolvemos imediatamente o problema".
Os contatos da China com a África geraram vários amigos no continente, mas existe também algum ressentimento com o uso de chineses em vez de africanos em alguns projetos e com a grande procura por elefantes para abastecer o comércio chinês de marfim.
Arte ou crueldade? ð¦ðð·
Publicado por Ideias em Quarta-feira, 27 de setembro de 2017
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