Os novos tiranos querem derrubar a civilização dos conquistados e invadir seu território espiritual.| Foto: Bigstock
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Estamos em estado de guerra. Porém nem todos sabem disso, porque a essência desta nova forma de guerra consiste no fato de que o agredido não se dá conta da agressão violenta que está sofrendo. Além disso, a inteligência do invasor-estrategista é tal que ele foi capaz de fazer muitos aceitarem e até mesmo desejarem a conquista. Pode parecer estranho e paradoxal. E é mesmo.

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Isso ocorre porque uma das principais características desta guerra que enfrentamos há décadas é o conceito de “inversão”. Todos os valores, todas as percepções, todos os comportamentos e processos estão se invertendo, até o ponto em que o escravo vive confortavelmente em seu estado de escravidão.

Basicamente, uma guerra é a conquista de um território. Invadir, ocupar, sitiar constantemente a fim de penetrar as profundezas de um Estado, de uma nação ou de uma região para saquear as riquezas e os bens de seus habitantes, para usurpar o poder de cada um dos povos soberanos que, com seus esforços e os de seus antepassados, construíram seus lares dia após dia, preservaram seus costumes e inspiraram a criação de seus deuses. Contudo, agora o invasor exige tributos econômicos. O seu suor, o seu sacrifício e as suas madrugadas em claro têm dono.

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Nesta guerra, os agressores pretendem apropriar-se de todos os bens da Terra: da água que desce das montanhas, dos mares, dos bosques, do Sol… Até mesmo o ar que respiramos agora tem um preço.

Mas o “bom tirano” não está satisfeito com os bens físicos, tangíveis e terrenos. Ele se alimenta de propósitos maliciosos, perversos e vis. O conquistador deseja a destruição. Anseia derrubar a civilização dos conquistados e invadir seu território espiritual. Para triunfar plenamente é preciso impor uma nova civilização: a dele.

Quando, de conquistador de territórios, passar a soberano ideológico das almas, convertendo em escravos culturais aqueles que antes eram livres de seu domínio, terá vencido. Assim, com a imposição da cultura invasora, o novo tirano proíbe as crenças, os valores e os deuses anteriores. Exige que você o adore, se quiser viver. Deseja ser seu deus onipotente, sua divindade suprema, seu ídolo universal.

É um déspota absolutista. É o usurpador de um poder que não lhe pertence, de um poder que é seu, leitor. Como um bom psicopata, está obcecado por impor-lhe seus sentimentos, para que você seja um filho digno, um escravo esculpido à sua imagem e semelhança. O pai supremo que ditará quem você deve amar e odiar.

E, para atingir essa meta, tal uma serpente que se arrasta silenciosa pela relva, envia suas hostes às escolas para doutrinar e adestrar as crianças. Suas legiões entraram na sua casa pela tela da televisão, para mostrar a você um mundo psicótico que confunde e perturba seu espírito.

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Os usurpadores desse poder que lhe pertence não deixam pontas soltas. Não querem que você seja livre, não querem que sonhe com a existência de um mundo diverso daquele que exibem. Conhecimento, sabedoria e liberdade são palavras malditas aos olhos dos déspotas. E deverão arder no fogo perene.

Uma nova era de tirania está voltando, como a que vivemos na Europa e na América Hispânica no século XX. Com o propósito de ter êxito nessa colonização imperial, foi preciso alterar os instrumentos bélicos. O principal objetivo dos novos déspotas é que não se perceba a guerra travada contra você.

Endividamento, medo, mentiras, ignorância, propaganda, desinformação, governantes títeres de poderes obscuros, ruína, desemprego, crises, estresse emocional, fechamento de empresas, suicídios, desmoralização, “táticas pandêmicas”, genocídio, armas biológicas, abuso policial, cenário psicótico, morte, “o grande reset.

Uma arma chamada esperança

Esta é uma guerra que ocorre em várias frentes de batalha: a psicológica, a cultural, a sentimental, a geoeconômica e a geopolítica. São ataques sincronizados. Para vencer esta guerra, os inimigos foram agindo de forma gradual, em fases, e a primeira consistiu em dominar as indústrias culturais e o sistema de comunicação global.

Estando nas mãos deles os núcleos de gestão da comunicação, o conhecimento e a cultura — cernes das relações sociais —, tornam-se capazes de condicionar os seus valores, ou seja, aquilo em que você acredita e o que defende, seja no plano individual, seja no comunitário.

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Os governantes se tornaram marionetes não só do poder financeiro-filantrópico, mas, também, de uma força invisível que não seria nada e permaneceria no limbo, se eles não lhe dessem o sopro da vida: o mal. São os sacerdotes do novo templo da profanação.

Os usurpadores desse poder que, repito, pertence a você — sua liberdade, seu sentimento, sua compreensão, sua existência, seu amor, seu livre-arbítrio — calcularam exatamente como devem agir.

Se a mentira é a arma principal dos tiranos, nesta guerra não há arma mais poderosa do que a verdade. No entanto, existe outra arma com a qual podemos contra-atacar. Quem não souber seu nome não poderá utilizá-la. E quem a conhece já está salvo. O nome desta arma é esperança, e desde os primórdios tem sido um baluarte de força para a humanidade.

A Terceira Guerra Mundial almeja fazer com que 1% dos indivíduos domine os 99% restantes. A geoestratégia dessa minoria, que idealiza as relações sociais em termos de dominadores e dominados, é convencer você — e todos ao seu redor — de que seu novo “mundo feliz” é a melhor e única opção.

O objetivo deles é fazer com que todos sejam enfeitiçados, seduzidos, confinados em suas teias. E, para isso, designam uma legião de tropas prontas para utilizar suas armas nos meios de comunicação, editoriais, filmes, gravadoras, academias, universidades, think tanks, laboratórios de dinâmica social…

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Desses lugares, trabalham para formular e disseminar um discurso único com o intuito de tornar seu domínio não apenas aceito, mas aplaudido. A Terceira Guerra Mundial é um plano completo para subjugá-lo, sem que precisem puxar um gatilho. E o campo de batalha do principal confronto está em sua mente e em sua alma. Boa luta a todos!

Cristina Martín Jiménez (Espanha, 1974) é jornalista investigativa e autora de obras como ‘A Verdade Sobre a Pandemia’ e ‘Os Donos do Mundo’. O texto acima integra o livro ‘A Terceira Guerra Mundial Já Começou’, lançado em junho pela Vide Editorial e que mostra como as novas formas de dominação não acontecem apenas por meio de ações militares – mas também são centradas no medo, no controle e na manipulação dos indivíduos.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]