Pensávamos ter visto os verdes elogiarem todos os tipos de movimentos autoritários para promover sua agenda. Mas o site Politico Europe, uma publicação bem lida por elites que estão marinadas na política verde, superou todos ao colocar Vladimir Putin no topo de seu 'Green 28 anual', uma lista dos “28 mais poderosos por trás da agenda verde da Europa”.
O Politico defende vigorosamente a escolha de Putin, de tal forma que me convenceu de que não está brincando. A revista afirma que a guerra na Ucrânia foi ótima para o meio ambiente porque “obrigou a Europa a finalmente quebrar seu vício em combustíveis fósseis” e ajudou a acelerar a “revolução verde” do continente.
Ao lançar sua invasão brutal e manipular os mercados de energia para manter os preços do petróleo altos, Putin “conseguiu algo que gerações de ativistas verdes não conseguiram”, explica o site Politico.
"A energia limpa é agora uma questão fundamental da segurança europeia (...) Putin invadiu a Ucrânia depois que a União Europeia passou dois anos lançando as bases de seu programa Green Deal para zerar as emissões até 2050. Isso significava que a máquina política para uma reformulação total da economia energética europeia já estava em movimento. Tudo o que precisava era de um empurrãozinho."
O site observa que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, respondeu à invasão da Ucrânia por Putin pedindo que a Europa “investisse massivamente em energias renováveis”, um projeto duvidoso de curto prazo, dadas as limitações da tecnologia eólica e solar.
Não sei o que é mais grosseiro. Apoiar o ataque assassino de Putin à Ucrânia ou aplaudir o novo acordo verde da Europa, que levou a Europa a uma crise de energia, com racionamento de energia, falta de energia, gasolina de US$ 10 por galão [3,7 litros] e um retorno à queima de madeira para fins de aquecimento doméstico. Para evitar apagões, a Alemanha deve manter abertas as usinas nucleares que estavam programadas para fechar em dezembro. É um retorno a uma nova forma da Idade das Trevas na Europa.
A maioria das pessoas aplaude a Alemanha por suspender a operação do gasoduto Nord Stream 2 da Rússia. O país já dependia da Rússia para 50% de seu gás natural. Mas o Politico entra no reino da pura fantasia com sua afirmação de que a Europa agora pode superar a escassez de energia com “uma série de alternativas baratas e confiáveis (...) que agora geram energia por uma fração do custo do gás.”
Mas os ambientalistas alemães deixaram claro que ainda veem qualquer fonte de energia que não seja completamente revestida de teologia verde como inimiga. “Os combustíveis fósseis e a energia nuclear são o problema”, disse Robert Habeck, líder do Partido Verde que atua como ministro da Economia no governo liderado pelos socialistas, em conferência de seu partido na semana passada. Ele ganhou a aprovação relutante do partido para seu plano de manter duas usinas nucleares temporariamente abertas até abril de 2023 no caso de uma grave crise de energia.
A terceira usina nuclear remanescente da Alemanha, em Emsland, no entanto, ficará offline no final de 2022, conforme planejado anteriormente. Os Verdes prometeram que o governo do qual fazem parte não concordará com nada que permita que qualquer uma das usinas adquira novo combustível nuclear.
“Nunca vimos uma lacuna tão grande entre as necessidades de política externa do Ocidente em energia e a completa recusa dos formuladores de políticas tanto na Europa quanto nos EUA em resistir às demandas de interesses especiais de grupos ambientalistas que se opõem ao desenvolvimento energético”, James James Lucier, analista de energia da Capital Alpha Partners em Washington, D.C., me diz. Agora, os Verdes não estão mais apenas errados; eles estão colocando em risco o futuro da economia ocidental.
O satirista Sonny Bunch diz: “Os ambientalistas são bons vilões de filmes porque querem piorar sua vida real”. Acrescentaríamos que eles também são um pouco divertidos porque dizem as coisas mais loucas – como que Vladimir Putin, o destruidor ambiental da Ucrânia, é de alguma forma um ícone verde.
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©2022 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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