Às 3h47 da manhã desta quarta-feira (16), a NASA, agência espacial do governo americano, retomou oficialmente a exploração lunar com o lançamento da espaçonave Orion em direção ao satélite natural da Terra. A nave foi impulsionada pelo Sistema de Lançamento Espacial (SLS), o maior foguete do planeta. Inaugura-se assim o programa Artemis exatos 50 anos depois do encerramento do programa Apollo, que levou o homem à Lua em 1969 com a missão Apollo 11.
Nesta primeira missão do programa, chamada Artemis 1, a Orion voará em torno da Lua, sem pousar. A missão tem duração de 25 dias. A nave não é tripulada e deve atingir 65 mil quilômetros de distância da Terra antes de voltar, orbitando a Lua, com um mergulho final no Oceano Pacífico.
O SLS, foguete descartável, foi acionado no Centro Espacial Kennedy em uma ilha da Flórida. O aparato completo de lançamento enfrentou o furacão Nicole no começo do mês, mas o local é um dos mais convenientes do território americano para aproveitar o movimento da Terra ao lançar. Após uma hora e meia se distanciando da crosta terrestre, o aparato superior do foguete fez um impulso adicional de 18 minutos para escapar do planeta na direção da Lua. A aproximação maior ao astro está prevista para 21 de novembro.
"Esse lançamento de sucesso significa que a NASA e os nossos parceiros estão a caminho de explorar o espaço mais a fundo que nunca para o benefício da humanidade", comentou Jim Free, administrador associado da Diretoria de Missão e Desenvolvimento de Sistemas de Exploração da agência espacial.
Planos ambiciosos
Essencialmente, a missão é um teste para os planos futuros da NASA de alcançar Marte por rota similar. A missão seguinte, Artemis 2, está prevista para maio de 2024 e deve incluir astronautas. Em caso de sucesso, o programa prosseguirá com a missão Artemis 3, em 2025, com a perspectiva de fazer o primeiro pouso tripulado na Lua desde 1972. A nave Orion tem espaço para seis tripulantes.
"Com a realização do primeiro grande marco da missão, a Orion vai embarcar para a próxima fase de teste de seus sistemas e se preparar para futuras missões com astronautas", disse o diretor da missão Mike Sarafin.
O programa Artemis conta com a parceria da Agência Espacial Europeia (ESA), a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) e a Agência Especial do Canadá (CSA). Também há participação de empresas privadas como a Lockheed Martin, gigante da área da defesa. Em relatório de orçamento, a NASA descreve o programa como sua "atividade em vigência mais ambiciosa e de maior custo", com custo total até 2025 de US$93 bilhões (R$502 bilhões).
Uma das principais metas é estabelecer infraestrutura lunar para o futuro. Além do SLS e da nave Orion, o programa também deve construir a Plataforma Orbital Lunar, a primeira estação espacial fora da órbita imediata da Terra. O Congresso americano já se articulou para alocar mais de US$300 milhões (R$1,6 bilhão) para a estação.
Caixas de sapato inteligentes
Nas primeiras horas da missão, dez pequenos satélites chamados CubeSats, com tamanho aproximado de uma caixa de sapato, começaram pequenos experimentos e testes tecnológicos.
Um CubeSat vai procurar por água e outros recursos na superfície da Lua, por exemplo. Outro vai vasculhar por hidrogênio nas regiões lunares escuras. Um terceiro vai passar 60 dias orbitando de perto a superfície, a altitudes entre cinco e dez quilômetros, para mapear melhor áreas como a da Cratera Shackleton, no polo sul da Lua.
Já um CubeSat desenvolvido pelos japoneses, de nome OMOTENASHI ("hospitalidade" na língua deles) deve pousar na superfície, testando mecanismos inovadores no processo, medir a radiação da superfície e perscrutar a mecânica do solo.
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