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Min Xu, da China, exibe braço robótico em uma competição de próteses (Cybathlon) na Suíça, em outubro de 2024. Neuralink anuncia início de testes de controle de braço robótico por implante cerebral.
Min Xu, da China, exibe braço robótico em uma competição de próteses (Cybathlon) na Suíça, em outubro de 2024. Neuralink anuncia início de testes de controle de braço robótico por implante cerebral.| Foto: EFE/EPA/TIL BUERGY

A Neuralink, um dos empreendimentos de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, anunciou na segunda-feira (25) que recebeu aprovação para testar seus implantes cerebrais em pacientes com perda de movimentos para que possam controlar um braço robótico com seus pensamentos.

O teste da empresa, que foi fundada em 2016, é para seu implante cerebral N1, uma “interface cérebro-computador” invisível após ser inserida no crânio dos pacientes. O dispositivo, do tamanho de uma moeda, tem um revestimento compatível com o organismo e uma pequena bateria que pode ser recarregada por indução do lado de fora, como se faz em celulares modernos. Ele contém chips e 1024 eletrodos distribuídos em 64 fios que leem os sinais dos neurônios e os transmitem para um aplicativo por uma tecnologia parecida com o WiFi e o Bluetooth.

“Este é um importante passo final na direção de restaurar não apenas a liberdade digital, mas também a liberdade física” para os pacientes, disse a Neuralink no X, rede social de propriedade de Musk.

A empresa ainda não publicou detalhes a respeito do braço robótico que será utilizado nos testes.

O ano produtivo da Neuralink

Em 29 de janeiro, a Neuralink anunciou que havia implantado seu primeiro chip cerebral em um humano, nove meses após receber aprovação da FDA, agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, para o início dos estudos em pessoas.

Em março, esse participante de estudo, Noland Arbaugh, que é tetraplégico desde um acidente com lesão na coluna cervical, exibiu ao mundo a capacidade de mover um cursor em tela de computador pelo pensamento e jogou xadrez. “É como usar a força”, disse ele, fazendo alusão à série cinematográfica “Star Wars”. “A única limitação é ter que esperar para recarregar a bateria. É incrível. Não é perfeito, mas já mudou a minha vida”.

Em maio, Arbaugh perdeu temporariamente o controle do cursor porque alguns dos 64 fios haviam perdido conexão com seu cérebro. A solução da Neuralink foi aumentar por algoritmo a sensibilidade dos fios que mantiveram o contato.

Em julho, a empresa disse que estava pronta para implantar um segundo chip cerebral e, em agosto, informou que o segundo receptor, Alex, que sofre de uma lesão na medula espinhal, conseguia controlar uma variedade de dispositivos eletrônicos com a mente para jogar videogames e até mesmo projetar objetos em 3D. Cuidados foram tomados para evitar o problema de desconexão observado em Arbaugh.

Há uma semana, a Neuralink recebeu autorização para lançar o primeiro teste de seus implantes cerebrais no Canadá. O teste foi aberto a pessoas com tetraplegia causada por esclerose lateral amiotrófica (ELA) ou lesão da medula espinhal cervical.

A novidade, agora, é a aplicação direta em controlar um braço robótico. Há precedentes no feito: em 2008, um macaco controlou um braço robótico para alimentar a si mesmo em um laboratório da Universidade de Pittsburgh. Em 2012, um estudo da revista Nature relatou ter tido sucesso em permitir a duas pessoas paralisadas por acidente vascular cerebral o controle de braço robótico para pegar objetos através do pensamento. Uma das pessoas conseguiu servir café a si mesma pela primeira vez em 14 anos. Outro estudo de 2016, em uma revista do grupo Science, relatou que um paciente com lesão na coluna restaurou a sensação do tato com um implante cerebral e um braço robótico.

Com informações da Agência EFE.

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