Não vai demorar muito para que a imprensa laicista pressione pelo fechamento das escolas religiosas, alegando que os ensinamentos religiosos doutrinam para a intolerância| Foto: Pixabay

Estamos entrando na era da normalização do preconceito antirreligioso.

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No passado, o preconceito religioso típico dos Estados Unidos seguia a moda do extermínio mútuo; para citar o compositor satírico Tom Lehrer, “os protestantes odeiam os católicos, os católicos odeiam os protestantes, os hindus odeiam os muçulmanos e todo mundo odeia os judeus”. Agora, no entanto, o preconceito ligado à religião tem partido de norte-americanos laicistas contra a religião em si mesma. Aqueles que creem nas tradicionais noções judaico-cristãs de pecado se tornaram os alvos: devem ser destruídos e considerados indignos de fazer suas escolhas pessoais – quanto mais de ter um papel no discurso público. 

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Tivemos vários exemplos disso nos últimos dias. Primeiro, houve o ataque midiático em larga escala contra Karen Pence, a esposa do vice-presidente Mike Pence. Karen cometeu o pecado imperdoável de voltar a trabalhar em uma escola cristã na qual ela foi professora de arte durante 12 anos.

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Essa escola cristã tinha uma política bastante típica que exigia que pais e alunos assinassem um termo se comprometendo a não se engajar em comportamentos pecaminosos, o que na definição cristã tradicional inclui o sexo antes do casamento, o adultério, a atividade homossexual, a identificação como transgênero, entre outras coisas. O contrato explica que o ingresso na escola pode ser recusado ou revogado se os pais ou os alunos forem “contra (...) o estilo de vida bíblico que a escola ensina”. 

Contratos como esses existem em escolas tradicionais judaicas e cristãs do país inteiro. Ainda assim, Pence foi alvo do proverbial esgoto que veio da mídia, com repórteres expressando a sua indignação com a intolerância da segunda-dama — John King, da CNN, questionou se ela não poderia ter cancelada a sua segurança, operada pelo Serviço Secreto, e uma organização LGBTQ até mesmo enviou livros infantis falsos sobre um “coelho gay” à escola.

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A presença de Pence na escola não tinha nada a ver com políticas públicas; ela não é uma servidora pública. A sua perspectiva religiosa não tem nada a ver com políticas públicas; pessoas religiosas do país todo divergem a respeito do papel do governo na vida das pessoas. A realidade é que muitas pessoas da esquerda simplesmente se sentiram incomodados com a existência de cristãos religiosos frequentando escolas religiosas. 

Esse incômodo se manifestou outra vez em outro escândalo midiático feito sob medida, desta vez relacionado aos alunos da Covington Catholic High School. Todo ano, mais de cem alunos do colégio participam da Marcha pela Vida em Washington (tive o prazer de ser um dos convidados do evento neste ano). Logo depois que a marcha terminou, os alunos se reuniram no Lincoln Memorial para esperar pelo ônibus. Foi aí que eles foram abordados, primeiro por membros dos Black Hebrew Israelites, que começaram a xingá-los, e depois por um indígena idoso, que caminhou pelo meio do grupo tocando um tambor.

Um vídeo do episódio foi editado e tirado do contexto, para fazer parecer que os alunos cercaram o homem e o ridicularizaram. Na verdade, ele é quem começou o contato e começou a tocar tambor na cara de um garoto. A realidade da situação não veio à tona antes de a esquerda pedir muitas vezes a cabeça dos meninos em uma badeja – e até a própria escola foi atacada.

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Alyssa Milano chegou a dizer: “Não nos esqueçamos de que o episódio inteiro aconteceu porque um grupo de garotos participou de uma viagem autorizada pela escola para protestar contra o direito da mulher sobre o seu próprio corpo e contra a saúde reprodutiva. É indiscutível que o preconceito estava em jogo desde o início”.

O ex-presidente do Partido Democrata, Howard Dean, escreveu: “A Covington Catholic High School parece para mim uma fábrica de ódio. Por que não simplesmente fechá-la? 

O preconceito antirreligioso se normalizou, especialmente entre os democratas. A senadora Kamala Harris, da Califórnia, apresentou a sua pré-candidatura à presidência dias atrás, logo depois de tentar desacreditar o candidato a um cargo judicial Brian Buescher questionando-o sobre a sua afiliação aos Cavaleiros de Colombo — um grupo católico do qual até democratas fazem e fizeram parte, incluindo John F. Kennedy.

Apenas cinco anos atrás, o governador de Nova York Andrew Cuomo deu a entender que pessoas pró-vida não eram bem-vindas em seu estado.

Em 2015, Hillary Clinton afirmou que “códigos culturais arraigados, crenças religiosas e preconceitos estruturais precisam mudar” em vista da necessidade de perspectivas comportamentais mais progressistas.

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Durante as eleições de 2016, o WikiLeaks divulgou e-mails que mostram que John Podesta concordou em 2012 com um movimento contra “uma ditadura medieval (...) na Igreja Católica”. 

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Esse ódio pela religião se manifesta na política. Não vai demorar muito para que a imprensa laicista pressione pelo fechamento das escolas religiosas, alegando que os ensinamentos religiosos doutrinam para a intolerância. Não vai demorar para que os laicistas invadam igrejas e lares. É hora de os religiosos acordarem. Parafraseando Monty Python, ninguém espera a inquisição laicista. 

Tradução de Felipe Sérgio Koller

©2019 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês
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