Peter Rice, presidente do Conselho da Disney: grandes empresas tentam fazer avançar pautas extremistas| Foto: Divulgação
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Os CEOs lacradores (woke) parecem achar que sabem mais do que os eleitores do que é melhor para o país. Por meio de ativistas, esses titãs usam o poder e o dinheiro de suas empresas para empurrar lições de fluidez de gênero nas pré-escolas e outras causas políticas extremistas.

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Esse ativismo corporativo é um tiro no pé. As empresas deveriam estar servindo aos seus clientes, e não tentando atropelar o processo democrático, como pretendem esses gorilas de mil quilos que esmagam a vontade do eleitorado (que inclui seus próprios clientes).

O CEO da Walt Disney Co., Bob Chapek, declarou a sua oposição à lei estadual da Flórida que proíbe instruções para as crianças da pré-escola e do ensino fundamental escolherem a própria orientação sexual. A lei também impede os professores de instruírem as crianças sobre o assunto às escondidas dos pais.

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Alegando defender os “direitos humanos básicos” da comunidade LGBTQ+, Chapek empenhou cinco milhões de dólares na Human Rights Campaign [o maior grupo de lobby pró-direitos LGBTQ+ dos EUA]. Nem mesmo essa descomunal quantia de proteção financeira bastou.

Na noite seguinte, no baile de gala anual cheio de estrelas de Hollywood, a Human Rights Campaign tirou o nome da Disney da lista dos patrocinadores empresariais. A presidente interina da Campanha, Joni Madison, fez um discurso extorsivo: o dinheiro da Disney não será aceito até que a empresa “bote força de verdade” para matar a lei da Flórida e similares.

É isso que Hollywood acha bom para os Estados Unidos. Mas os eleitores da Flórida, que votaram nos parlamentares e no Governador Ron DeSantis, discordam.

DeSantis diz que não vai dar para trás em seu compromisso com os “direitos parentais” por pressão das “empresas lacradoras”.

Coisa semelhante acontece no Texas, onde 65 empresas – incluindo a IBM, a Capital One e a Apple – assinaram uma carta no The Dallas Morning News escrita pela Human Rights Campaign contra o inquérito aberto pelo Governador Greg Abbott para investigar casos em que crianças pequenas são tratadas para transição de gênero. Abbott está preocupado com a possibilidade de os pequenos e os seus pais serem levados a tratamentos enganosos que se mostram irreversíveis depois.

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É complicado. Então por que não deixar os líderes eleitos pelos texanos examinarem os fatos? Quem elegeu a Campanha de Direitos Humanos para o que quer que seja?

O presidente do conselho da Disney, Peter Rice, diz que a empresa está em prol dos “direitos humanos”. Balela. Nada na lei da Flórida põe em risco os direitos humanos, nem permite denegrir ninguém. Só os direitos parentais estão em jogo. Todos devemos respeitar e apoiar o pequeno número de crianças – menos de meio por cento – que de fato têm disforia de gênero.

A lei proíbe a doutrinação de crianças de quatro a sete anos quanto a virar transgênero.

A Human Rights Campaign quer essa doutrinação. Propõe um plano de aulas para a pré-escola e ensino fundamental (K-3) em torno do livro Julián é uma sereia [livro de 2018 com edição brasileira da Boitempo de 2021]. O plano diz que os professores devem ensinar às crianças que elas podem escolher seu gênero e seus pronomes, independentemente dos seus corpos e das roupas que seus pais lhes dão para usar. Os professores devem lhes assegurar de que elas podem ser na escola de um jeito diferente do que suas famílias esperam em casa.

Outro plano de aulas para a pré-escola e o ensino fundamental, com o livro I Am Jazz (Eu sou Jazz) manda aos professores dizerem que o “gênero é um espectro, não é binário”. [I Am Jazz, de 2014, não tem tradução no Brasil. Conta a história de Jazz Jannings (https://pt.wikipedia.org/wiki/Jazz_Jennings), um macho da espécie que faz tratamento de transição de gênero desde muito cedo e se identifica como mulher. Sua vida foi muito exposta em reality shows desde a infância com a anuência dos pais. (N. t.)]

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A maioria dos pais é contra os seus filhos engolirem essas mensagens na marra.

A Disney se gaba de ser linha de frente do movimento LGBTQ+, oferecendo personagens gays nas telas e merchã com temas LGBTQ. Em julho, a Disney apresentou sua primeira personagem não-binária, Raine Whispers, no programa A Casa da Coruja. Une-se a duas personagens lésbicas, Luz e Amity. Raine Whispers é interpretada por um ator que se identifica como não-binário, transgênero e queer. [Caso o leitor tenha ficado curioso, é uma fêmea da espécie que cortou os seios e toma hormônio masculino, sem se identificar como homem. (https://illogicalrealm.fandom.com/wiki/Avi_Roque) (N. t.)]

Tudo bem. Fora da escola, os pais podem controlar o que seus filhos veem e evitar produtos da Disney, caso queiram.

Mas na escola os pais têm que impor limites. É o que a Disney negligencia.

Isto que estamos testemunhando – caciques corporativos cedendo à esquerda sem levar em conta os fatos – é uma reprise do fiasco dos “direitos ao voto” da Geórgia no ano passado.

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Em abril, megaempresas, incluindo a Coca-Cola e a Major League Baseball, anunciaram um boicote ao estado da Geórgia, repetindo as alegações do Partido Democrata de que a lei eleitoral recém aprovada era racista.

Na verdade, a lei da Geórgia restaurou as velhas salvaguardas que foram postas de lado durante a pandemia de covid, incluindo a identificação do eleitor. Os executivos das empresas protestaram, dizendo que cerca de duzentos mil georgianos não tinham carteira de motorista. É verdade, mas a lei permite muitas outras formas de identificação, incluindo o número do seguro social, nota fiscal e contracheque.

Ler a lei antes de convocar um boicote teria ajudado.

Agora os políticos lacradores que empurram agendas extremistas, tais como doutrinação transgênero, encontrarão oposição de pais raivosos nas eleições de meio mandato. [Eleições que, nos EUA, têm um papel similar à das eleições de prefeito no Brasil, pois ocorrem na metade do mandato presidencial e servem para testar o clima político. (N. t.)] Empresas que se intimidaram e acompanharam esses políticos devem ficar alerta: os pais podem votar com o bolso, também.

Betsy McCaughey é ex-vice-governadora de Nova York

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]