Imagens do vídeo de segurança mostram os assaltantes invadindo a casa| Foto: Reprodução

No elegante bairro de Pinheiros, em São Paulo, um carro prateado com vidros escuros deslizou pela rua arborizada. A porta da garagem se abriu e o veículo entrou, ao lado de um luxuoso SUV preto.

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Foi quando as imagens de segurança — que apareceram nas notícias desta semana e se tornaram virais nas mídias sociais — deixam de ser normais.

As portas do carro prateado — que era roubado — se abriram. Saíram cinco homens mascarados segurando armas de fogo. Um dos moradores da casa, um estudante de 23 anos, estava tomando café da manhã na cozinha, segundo a polícia de São Paulo, assistindo as imagens de segurança. Os intrusos armados estavam entrando pela garagem. Ele largou a comida, correu para o quarto e pegou sua própria arma.

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Então, sem camisa e com chinelos, ele esperou no topo da escada, com a arma em punho. Ele gritou para irem embora, mas então uma figura apareceu. Ele atirou uma, duas, três vezes.

Lá embaixo, os intrusos recuaram surpresos. Eles devolveram o fogo brevemente antes de caírem da escada. Eles saíram correndo pela garagem — aparentemente tão assustados que decidiram abandonar o carro — e dispararam pela rua, a pé, enquanto vizinhos confusos olhavam.

Ninguém ficou ferido no tiroteio, disse a polícia.

Em um país traumatizado pelo crime generalizado, onde muitos vivem com medo da violência, o vídeo do tiroteio agradou os conservadores que pedem a liberalização das leis de posse de armas. Em janeiro, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que venceu a eleição no ano passado com a promessa de se opor ao crime, assinou um decreto facilitando aos "mocinhos" conseguir armas. Em maio, ele assinou outro decreto, diminuindo as restrições à importação de armas e compras de munição.

"Que bom que ele estava armado!" uma pessoa aplaudiu no Twitter.

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Em São Paulo, a maior cidade do Hemisfério Ocidental, os ricos criaram sistemas de segurança elaborados para se protegerem do crime. Muitas pessoas ricas vivem atrás de muros altos de concreto, torres de vigia, fios eletrificados, holofotes, portas duplas de aço e máquinas de análise de impressões digitais que decidem quem entra e quem não entra.

Depois, há imagens de segurança simples — que foram o que salvou o morador da casa alvo de São Paulo.

"Eu estava tomando café da manhã e estava assistindo meus monitores de câmera", disse o morador em entrevista à Jovem Pan News, dizendo que preferia permanecer anônimo por razões de segurança. "Então percebi que havia um carro entrando em minha casa e o alarme disparou. Eles entraram muito rapidamente... Eu tinha que pegar minha arma no meu quarto e, naquele momento, eles já estavam na escada, prontos para me acertar. "

Mas eles não conseguiram. Nem naquele dia, nem no futuro, ele prometeu.

"Acho que são ele que precisam ter medo", disse ele à mídia brasileira. "Eles sabem que, se voltarem aqui, farei isso de novo, porque nunca permitirei que eles causem danos a mim ou à minha família. Eles precisam ter medo de nós. Não somos nós que precisamos ter medo deles."

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A polícia disse que encontrou uma das identidades dos agressores e uma carteira.