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Manifestantes em apoio ao referendo de Essequibo, em 1º de dezembro de 2023, em Caracas (Venezuela)
Manifestantes em apoio ao referendo de Essequibo, em 1º de dezembro de 2023, em Caracas (Venezuela)| Foto: EFE

Uma área pequena. Menor ainda se olharmos o mapa mundial e compararmos com outros países. Quase que insignificante em seu tamanho, e com uma costa banhada pelo mar. Assim poderíamos descrever um país ameaçado, com o inimigo “morando ao lado”, ensaiando e propagando ao mundo uma invasão e uma redefinição das fronteiras.

A história, resumida, mostra que o pequeno país se tornou independente com controvérsias sobre sua ocupação e diversos vínculos, notadamente ao se falar da história mais atual, a partir do século XVI.

Até a independência, era dominado pelo Reino Unido. Depois disso, uma boa parcela do país não deixou de ter um território que está sendo “reivindicado”. E assim consta em diversos mapas.

Para os inimigos, a atual fronteira foi concebida de forma fraudulenta.

Após os anos 60, os países em litígio assinaram acordos nos quais formariam comissões para solucionar questões entre eles.

“Só o povo salva o povo!” – com esse mote, a liderança dos poderosos inimigos conclama a população a defender a “integridade territorial de seu país”. Sem pudores, ameaça o pequeno país estabelecido, não reconhecendo acordos anteriores e, de forma provocativa, não desiste de difundir que a violência será o caminho utilizado para a “conquista”.

Não, caros leitores. O texto não é sobre Israel e seus inimigos.

Falamos da Guiana. E da Venezuela, cuja população acaba de referendar a proposta de seu governo para criar um novo estado em Essequibo, a região que engloba 70% do território guianense.

As tensões pela possibilidade de um conflito na América do Sul cresceram. A imprevisibilidade do líder venezuelano Nícolas Maduro pode mudar o jogo.

Enquanto isso, claro, no Brasil de Lula há uma postura de não intervir na questão. A título de curiosidade, com o aumento das tensões na área de influência do Brasil, o Ministério da Defesa já enviou mais homens e veículos para a fronteira norte. Repetindo, ademais do silencio do “amigo Lula”.

E por que a Venezuela quer invadir a Guiana? Leiam e pasmem!:

O interesse sobre a área aumentou após a descoberta, em 2015, de grandes reservas de petróleo offshore na região reivindicada. A Guiana iniciou licitações para explorar campos petrolíferos em águas rasas e profundas em 2022, o que a Venezuela rejeitou, considerando-as ilegais.

Pronto! É isso!

Alguém leu alguma matéria repudiando o que estamos acompanhando debaixo de nossos narizes? Alguém viu nas redes sociais um movimento ameaçador, irado, preconceituoso, mentiroso sobre a “Causa Venezuelana”? Alguém viu passeatas na Av. Paulista, em São Paulo, em Londres, ou em Washington, defendendo a Guiana “do Rio Essequibo ao mar”?

Onde estão os “entendidos” em geopolítica, os jornalistas com canetas afiadas, os professores, as turbas de alunos tão “comprometidos” com a justiça? Onde estarão os grupos, as instituições, as comissões de frente? Cadê o Papa?

A difícil guerra diante da mídia caolha se torna mais cruel ao vermos e entendermos o verdadeiro sentido de tudo.

Esperemos que as ameaças que rondam as matas tropicais, logo ali, nas vizinhanças do camarada Maduro, não se concretizem.

Mas que o amor (como o ódio) é cego, é!

Uri Blankfeld é um empresário e arquiteto brasileiro que reside em Israel. Autor do livro 'Escrituras e Contos Santos' (Lulu.com, 2019).

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