Economista britânico e professor da Universidade de Chicago, James Robinson falou sobre a prosperidade das economias nacionais na manhã desta terça-feira, 11, no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre. Autor do livro “Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity and Poverty”, Robinson abordou em sua fala a diferença de desenvolvimento entre as nações, como Coreia do Norte e Coreia do Sul e Estados Unidos e México.
Neste último caso, ilustrou a disparidade a partir da origem da fortuna de seus bilionários mais proeminentes, Bill Gates e Carlos Slim. Enquanto Slim fez fortuna com monopólio no setor de telecomunicações, Gates prosperou através da inovação. “É difícil criar monopólio nos Estados Unidos. As instituições econômicas são inclusivas e plurais”, observou Robinson, defendendo a reação das nações que hoje sofrem com mecanismos extrativistas e com a concentração de poder político em prol de uma mudança política e econômica. Em relação ao Brasil, o economista declarou-se espantados porque, aqui, “as pessoas já esperam que um político seja corrupto”. Em conversa com a Gazeta do Povo, porém, demonstrou otimismo com a possibilidade de fomento ao estado de direito na América do Sul a partir da entrada de equipes econômicas mais qualificadas, e neste sentido concluiu que “história não é destino”.
De fora, como você analisa o potencial de prosperidade nos países da América do Sul e no Brasil?
Acredito que não há diferença entre o real potencial da América do Sul e o da América do Norte. Não há razão para que os padrões de vida no Brasil não sejam os mesmos que os dos Estados Unidos ou os do Canadá. O problema é que as instituições no Brasil não são organizadas de forma a fazer com que isso aconteça. As instituições não encorajam e não dão oportunidade às pessoas fazerem o país enriquecer, como investir, inovar. Então, é só a maneira como a sociedade brasileira está organizada. Esse é o problema.
O que pode ser feito quanto a isso?
Se você pudesse mudar essa maneira em que a sociedade é organizada, o Brasil seria tão economicamente bem-sucedido quanto os Estados Unidos. E isso também vale para a Colômbia, a Venezuela, todos eles. É preciso incentivar a discussão e a criação de soluções, inovações.
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