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Nesta semana, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, o líder impopular e frouxo de um país com uma taxa de vacinação de 93% para as pessoas com mais de 60 anos e uma taxa de vacinação total de 84%, anunciou que usaria a Lei de Emergências para acabar com o Comboio da Liberdade – um grupo de manifestantes que se opõem à obrigatoriedade das vacinas para caminhoneiros.
Trudeau teve a ousadia de dizer que o uso dessa lei é “sensato e proporcional”. O ministro da Saúde de seu governo, Marco Mendicino, disse que era preciso agir assim por causa de “intimidações, assédios e discursos de ódio”.
Por que o governo precisaria invocar poderes especiais contra alguns caminhoneiros para mim é algo incompreensível. Afinal, a polícia acabou de retirar os caminhoneiros da Ambassador Bridge, reabrindo aquela via de comunicação com os Estados Unidos. Além disso, províncias de todo o Canadá já começaram a diminuir as restrições motivadas pela pandemia, de passaportes vacinais ao uso obrigatório de máscaras.
Não existe nenhuma emergência que justifique o uso dessa lei. Como até mesmo a BBC observou, “não se sabe ainda que argumentos o dr. Trudeau usará para justificar o uso da Lei de Emergência. Não há ameaças relevantes claramente presentes em Ontário.
Ainda assim, a ministra das Finanças, Chrystia Freeland, explicou que o governo usaria leis criadas para impedir o financiamento do terrorismo para impedir também dissidências políticas. “Os bancos terão que congelar imediatamente as contas, sem mandado. Assim, eles estarão isentos de responsabilização jurídica por agirem de boa fé”, disse ela.
Em resumo, isso significa que o governo canadense agora deu poder aos bancos de congelarem contas correntes que fazem doações para causas políticas de que o governo não gosta.
A estratégia de tirar o dinheiro dos atores políticos já parece ganhar força. Em janeiro de 2021, o PayPal bloqueou um site cristão de arrecadação. No mês seguinte, a empresa anunciou que trabalharia em conjunto com o Southern Poverty Law Center a fim de encontrar usuários a serem excluídos.
Como escreveu David Sacks, um dos criadores do PayPal, “quando seu nome acaba numa lista criada por um consórcio de empresas privadas de tecnologia, a quem você pode apelar?” No Canadá é ainda pior. Afinal, a interferência nos bancos é uma ação do governo.
E se Trudeau conseguir de fato usar os poderes emergenciais para tirar o dinheiro de seus oponentes políticos – pessoas que estão sendo chamadas de racistas apenas por se oporem à obrigatoriedade das vacinas – onde é que isso vai parar? O que haverá de impedir que políticos influentes violem as liberdades usando os mesmos pretextos?
A resposta, claro, é “nada”. E talvez este seja o ponto: de agora em diante, a dissidência contra a visão esquerdista pode ser criminalizada. Cuidado com o que você diz. Sua conta bancária está em risco.
Ao longo do último século, a esquerda fez uma promessa: a de que eles exerceriam um poder cada vez mais centralizado e protegeriam os cidadãos, sobretudo em tempos de emergência. Essa promessa era sempre mentirosa, mas a pandemia fez com que essa mentira se tornasse onipresente.
Assim, a esquerda agora tem duas opções: ou abandona essa promessa que é fundamental para sua visão de mundo ou persegue os hereges. Trudeau, não é de se surpreender, escolheu a segunda opção. Poderes emergenciais serão necessários até que as pessoas concordem que os iluminados no governo devem controlá-los.
Ben Shapiro é apresentador do “Ben Shapiro Show" e editor emérito do Daily Wire.