Protestos a favor da Palestina em Nova York, EUA, em 19 de outubro| Foto: EFE/ Angel Colmenares
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Antes dos mortos serem enterrados, antes que um único refém fosse devolvido, antes de Israel lançar sua contraofensiva, protestos surgiram em todo o Ocidente em apoio à "resistência palestina", ou, como também é conhecido, ao Hamas.

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Manifestantes anti-Israel em toda a Europa e no mundo ocidental não estavam apenas protestando contra o perigo das vidas palestinas em Gaza, mas contra a própria existência de Israel "do rio ao mar". Cartazes de reféns israelenses foram arrancados ou desfigurados, a palavra "colonizador" foi rabiscada em fotos de crianças sequestradas. Gritos de "Uma solução, intifada, revolução" e "Morte aos judeus" foram ouvidos em ruas públicas e campi universitários. Na Grã-Bretanha, líderes muçulmanos aproveitaram os ataques do Hamas como uma oportunidade para pregar sermões sobre contos islâmicos sobre o assassinato de judeus e o dever "de cumprir o comando da jihad".

Tudo isso pode ser perturbador, mas é surpreendente? Países ocidentais têm criado condições para que essa malignidade floresça há décadas.

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Primeiro, permitimos que ideologias antiocidentais sinistras, como o niilismo do movimento Black Lives Matter, se estabelecessem na academia. Evidentemente, esse ódio ao Ocidente tem aceitação entre os jovens. Uma nova pesquisa da Harvard-Harris revelou que 51% dos americanos com idades entre 18 e 24 anos acreditam que o massacre de civis israelenses pelo Hamas "pode ser justificado".

Segundo, ao buscar o ideal de "multiculturalismo", pelo qual culturas opostas podem coexistir felizes sem a necessidade de uma narrativa unificadora e compromisso patriótico, permitimos a imigração em massa de culturas antiocidentais sem priorizar a assimilação ou integração desses imigrantes.

Infelizmente, ambos os métodos de autodestruição civilizacional foram agravados pela pusilanimidade de nossa classe política.

Escrevendo para a revista Critic, Ben Sixsmith compilou uma lista de "doze coisas mais passíveis de prisão do que pedir jihad" no Reino Unido, que incluem orar silenciosamente perto de uma clínica de aborto, "confundir o gênero" de alguém em público ou online e protestar contra o assassinato de mulheres durante uma pandemia. Em Londres, a polícia metropolitana se apressou em explicar que "jihad significa muitas coisas diferentes para muitas pessoas diferentes". Enquanto isso, dois jovens segurando uma bandeira inglesa em um protesto anti-Israel foram advertidos pela polícia que seriam presos se dissessem algo que fosse sequer quase racista.

A mídia britânica parece ansiosa para fornecer cobertura ao Hamas. A BBC repetiu a mentira do hospital bombardeado pelo Hamas no ar, reconhecendo que Israel estava investigando o incidente, mas acrescentando que "é difícil ver o que mais poderia ser, realmente, dada a magnitude da explosão, a não ser um ataque aéreo israelense, ou vários ataques aéreos". A ITV News teve que se desculpar depois de exibir uma crônica sobre a discriminação sentida por uma mulher palestino-britânica que vive em Londres, depois que ficou claro que a mulher, que elogiou as atrocidades em 7 de outubro como um "triunfo" contra a "entidade sionista", era funcionária do programa de propaganda estatal iraniana Palestine Declassified [Palestina Desclassificada, em tradução livre], cuja transmissão é proibida no Reino Unido.

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Políticos como Humza Yousaf, primeiro-ministro da Escócia - um muçulmano cujos parentes estão em Gaza - pediram ao Reino Unido que abra as portas aos refugiados palestinos. Como acontece com todos aqueles envolvidos no fogo cruzado da guerra, a situação humanitária dos palestinos é desesperadamente séria. Mas a maior parte dessa responsabilidade recai sobre seus vizinhos árabes. A última coisa que a Grã-Bretanha precisa é de mais um influxo de migrantes de um país de maioria muçulmana que são ensinados a nos odiar. Considere as cenas de Londres no último sábado (28), onde dezenas de milhares de manifestantes anti-Israel se reuniram na capital britânica, muitos dos quais negam o direito à existência da pátria judaica, e de nosso aliado na democracia.

Será realmente "islamofobia" preferir nossas tradições judaico-cristãs, nossas constituições e nosso estado de direito às normas do mundo árabe? As liberdades fundamentais que o Ocidente proporciona podem ser facilmente dadas como garantidas. Levou séculos de luta e reforma para chegarmos onde estamos. Pode não ser perfeito. Há muitas coisas pelas quais se envergonhar. Ainda assim, não há lugar melhor para se estar do que em uma sociedade na qual as liberdades fundamentais, incluindo as de expressão, reunião e religião, são valorizadas e protegidas. E isso é especialmente verdadeiro se você for gay, mulher ou membro de uma minoria religiosa.

Não podemos culpar apenas a imigração pelo desejo suicida do Ocidente. Não quando as elites ocidentais promovem o ódio à nossa herança cultural como marca de sofisticação moral e intelectual. Não quando estudantes universitários em escolas de elite, supostamente os melhores e mais brilhantes, justificam o antissemitismo flagrante por meio de uma narrativa de "descolonização". Não quando as pessoas podem ser facilmente levadas por uma nova causa que está circulando no TikTok. Por que, por exemplo, bandeiras palestinas estavam sendo erguidas por torcedores do Glasgow Celtic em um jogo de futebol escocês? A resposta é ao mesmo tempo patética e deprimente. Os torcedores do Celtic, muitos dos quais são de descendência irlandesa, projetam e superpõem seu apoio sectário ao IRA contra o governo britânico no conflito Hamas-Israel. Seguem a lógica de que o inimigo do seu inimigo é seu amigo, e que o inimigo deles é seu próprio país.

Seria bom pensar que isso foi um alerta. Mas as coisas provavelmente estão prestes a piorar. A única solução política é eleger representantes que levem a sério a preservação da civilização ocidental. Boa sorte com isso.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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© 2023 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês: The West’s Suicide Wish