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Em Washington, milhares de pessoas se reúnem no National Mall para lembrar os 50 anos da morte de Martin Luther King | CHIP SOMODEVILLAAFP
Em Washington, milhares de pessoas se reúnem no National Mall para lembrar os 50 anos da morte de Martin Luther King| Foto: CHIP SOMODEVILLAAFP

Há 50 anos morria um dos maiores ativistas pela igualdade racial no mundo. Martin Luther King Jr. foi assassinado em 4 de abril de 1968 com um tiro que o atingiu enquanto estava na sacada de um hotel em Memphis, no Tennessee. James Earl Grey, um fugitivo da Penitenciária Estadual de Missouri e supremacista branco, puxou o gatilho que acabou com a vida do reverendo de apenas 39 anos. 

Sua morte gerou uma onda de protestos em mais de 100 cidades nos Estados Unidos. Centenas de prédios foram queimados, milhares de pessoas foram presas e mais de 40 pessoas perderam suas vidas.  

Na noite anterior a seu assassinato, King fez seu último discurso, que ficou conhecido por suas reflexões proféticas sobre a mortalidade. “Eu vi a Terra Prometida. Eu não posso chegar lá com você. Mas eu quero que você saiba hoje à noite que nós, como povo, chegaremos à Terra Prometida”.  

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A oratória extemporânea na véspera de seu assassinato assegurou que King fosse lembrado como uma espécie de Moisés americano. Mas também vale revisitar a sua mensagem pela virtude de protestos pacíficos. Seus sentimentos de unidade, justiça econômica e obrigação moral de cuidar uns dos outros são atemporais.  

“Na revolução dos direitos humanos, se algo não for feito, e com pressa, para tirar os povos de cor do mundo de seus longos anos de pobreza - seus longos anos de dor e negligência - o mundo todo está condenado... Se somos filhos de Deus, não temos que viver como somos obrigados a viver”, disse ele, que naquela noite estava na cidade para apoiar operários em uma manifestação por melhores condições de trabalho e maior remuneração. 

Só se unindo de uma maneira determinada, King argumentou, eles poderiam fazer da América o que ela deveria ser. “Tudo o que dizemos aos Estados Unidos é: seja fiel ao que você disse no papel. Se eu vivesse na China ou mesmo na Rússia, ou em qualquer país totalitário, talvez eu pudesse entender a negação de certos privilégios básicos da Primeira Emenda, porque eles não se comprometeram com isso lá, mas em algum lugar eu li sobre a liberdade de reunião. Eu li sobre a liberdade de expressão. Em algum lugar eu li sobre a liberdade de imprensa. Em algum lugar eu li que a grandeza da América é o direito de protestar pelo direito”.  

Vida de ativismo 

Martin Luther King nasceu em 1929, em Atlanta, nos Estados Unidos. Sua infância e adolescência foram profundamente marcadas pelos segregacionismo racial instalado no Estado da Geórgia à época.

Logo no início de sua carreira como pastor protestante, King tornou-se um ativista dos direitos civis. Com apenas 26 anos, ele começou sua luta para convencer o governo dos Estados Unidos a declarar ilegal a política de discriminação racial nos estados do sul. 

Anos mais tarde, em 1963, ele fez o seu discurso “Eu tinha um sonho”, que o tornou reconhecido em todo mundo e teve peso para que, no ano seguinte, fosse aprovada a lei que proíbe a discriminação racial. 

Em 1964 recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo combate à desigualdade racial por meio da não violência. Em seus últimos anos, King foi crítico à Guerra do Vietnã.

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