No ataque que realizou em Nova York, Sayfullo Saipov utilizou um caminhão alugado para derrubar pedestres e ciclistas, matando oito e ferindo outras vítimas. Essa não é a primeira vez que terroristas fazem esse tipo de ataque – e infelizmente não deve ser a última.
Na realidade, outros dois ataques foram realizados nos EUA com auxílio de veículos, ambos em campi universitários. Em 2006, Mohammed Reza Taheri-azar dirigiu um Jeep entre multidões na Universidade da Carolina do Norte. Em novembro do ano passado, Abdul Razak Ali Artan fez o mesmo com um carro na Universidade do Estado de Ohio.
Taheri-azar, Artan e Saipov foram capazes de executar seus planos sem que policiais ou agências de inteligência pudessem antecipar suas ações.
Autoridades europeias também não conseguiram ainda identificar e evitar um ataque terrorista com veículos antes da sua realização – ao menos não que se saiba publicamente. Já houveram 11 ataques com motivos islâmicos realizados com auxílio de veículos no continente, sendo que sete deles foram em 2017.
Ao que tudo indica, ataques com auxílio de veículos estão entre os mais difíceis de se evitar. Mas isso não é motivo para não tentar.
Ações práticas
Deixando de lado a batalha ideológica de longo prazo com o islamismo, os EUA devem considerar as ações práticas que podem ser tomadas para evitar ataques desse tipo no futuro.
A má notícia é que não há uma abordagem à prova de falhas. O governo britânico considera se as pessoas que alugam carros devem ter o nome checado em listas contra terrorismo. Mas, ainda que Saipov tenha alugado o caminhão, nem todos os terroristas fazem isso. Terroristas que fizeram ataques similares em Berlim e Estocolmo roubaram os veículos.
Barreiras de proteção estão sendo instaladas pela Europa em pontes e locais turísticos. Isso pode ser necessário para salvar vidas, mas acaba alterando fisicamente a aparência de espaços históricos visitados por milhões de pessoas por ano.
Claro, ter as informações certas com antecedência é a melhor forma de prevenir esses ataques. Foi o que a Austrália fez para prevenir um ataque com veículo.
Sevdet Besim planejava usar um veículo para atropelar e decapitar um policial em Melbourne durante celebrações nacionais de 2015. Besim conversava então com X, um defensor de 14 anos do Estado Islâmico que morava no Reino Unido (o nome dele não é divulgado por motivos legais). X implorou que Besim realizasse o ataque e lhe mandasse um vídeo que pudesse encaminhar para seus contatos na Síria.
A escola de X alertou as autoridades britânicas sobre o radicalismo do aluno depois de ele ter afirmado ter uma lista de professores que gostaria de matar. A polícia fez uma busca na casa de X e descobriu mensagens criptografadas entre Besim e X no smartphone do adolescente.
Autoridades britânicas informaram a Austrália sobre a iminência do ataque de Besim e prenderam X em abril de 2015. Besim está cumprindo 14 anos de prisão e X deve ser solto apenas quando não for mais considerado um perigo para a sociedade – mas deve ficar preso por pelo menos cinco anos.
Três fatores ajudaram as autoridades nesse caso. X afirmou seu extremismo publicamente, sua escola estava disposta a compartilhar essa informação com as autoridades apropriadas e os dois se comunicaram eletronicamente. Esses fatores não estão presentes em todos os casos.
Esse caso também mostra o motivo pelo qual os governos devem compartilhar as informações uns com os outros rapidamente. O Reino Unido e a Austrália fazem parte da Aliança Cinco Olhos, então foi mais simples. Mas esse também não será sempre o caso. Países ameaçados pelo terrorismo devem depender de informações compartilhadas.
Esses procedimentos poderiam não ter salvado as vidas de Nova York, ainda que uma investigação sobre qual tipo de medida preventiva poderia ter evitado o ataque deve ser conduzida. Enquanto isso, podemos esperar que terroristas usem cada vez mais veículos para realizar ataques: uma tática simples mas eficiente.
Conteúdo publicado originalmente no Daily Signal
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