Protestos do movimento Black Lives Matter têm despertado em algumas pessoas a iniciativa de se mobilizarem em favor da redução das desigualdades raciais. E os grupos que dizem promover a justiça racial estão sendo inundados com dinheiro.
Grandes empresas fizeram doações multimilionárias.
“É uma péssima ideia”, disse o âncora de rádio Larry Elder, que é negro.
“Isto é condescendência, e não ajuda em nada. Eu peço encarecidamente que as pessoas brancas relaxem e se acalmem. Parem de tentar nos ajudar, vocês estão tornando as coisas piores!”
Tornam as coisas ainda piores, diz ele, porque apoiam as ideias dos ativistas que afirmam que “os negros são vítimas do racismo. (Mas) se o racismo está no DNA dos Estados Unidos, Obama nunca teria sido eleito. O racismo nunca foi um fator tão insignificante para o sucesso de alguém quanto é agora.”
E eu devolvi a bola. “O problema deve ser enorme, senão não haveria tantos protestos!”
“Bem, estão mentindo para você”, Elder respondeu. Professores, ativistas negros e a mídia têm dado “aos jovens a impressão de que o racismo continua sendo um grande problema nos Estados Unidos quando não é mais assim.”
Não é mais assim, ele diz, porque hoje qualquer pessoa que faça três coisas consegue ter sucesso na vida. “Termine o ensino médio, não tenha filho antes de se casar, arranje um emprego. Faça essas coisas e você não vai ficar pobre.”
O maior problema enfrentado pela comunidade negra hoje, diz Elder, é a ausência de pais. Nos anos 1960, a maioria das crianças negras cresceram em casas com pai e mãe. Isso mudou quando o nosso governo deu início à “guerra contra a pobreza.”
Todas aquelas apostilas mandavam uma mensagem clara: tomar conta dos seus filhos não é sua responsabilidade, mas sim uma tarefa do governo. “Uma mãe de dois filhos tem uma renda maior com os benefícios do governo do que teria se trabalhasse e recebesse um salário mínimo.”
Agora, ele disse, o movimento Black Lives Matter realmente incentiva a ruptura das famílias. Isto está bem claro em seu site oficial, onde está escrito que o movimento “rompe com o modelo de estrutura familiar nuclear típica ocidental.”
É uma ideia tirada direto do “Manifesto Comunista” de Karl Marx. Uma das cofundadoras do Black Lives Matter, Patrisse Cullors, descreveu a si mesma como uma “marxista treinada.”
Elder chama a ela e aos manifestantes anticapitalistas de “impostores.”
“Eles realmente querem o socialismo?”, Elder pergunta. “Eles realmente querem produtos de qualidade inferior? Estão todos vestindo Nike e usando produtos da Apple. São mesmo uns hipócritas.”
Mas eles estão atingindo seus objetivos!
Estão até mesmo redefinindo o significado de racismo. Os “antirracistas” de hoje dizem que o racismo significa “qualquer atitude que cause um efeito desproporcional.” Então até mesmo uma dedução de impostos pode ser racista, já que, em média, os brancos deduzem mais impostos que os negros.
“O antirracismo imagina um mundo que simplesmente não existe,” disse o produtor-chefe do site Freethink.com, Kmele Foster. “Estamos todos no mesmo nível como indivíduos, não importa a raça. Mas os antirracistas conseguem virar isso de cabeça para baixo.”
Recentemente, o Museu de Cultura e História Afro-americana de Washington, integrante do Smithsonian Institute e financiado pelos impostos pagos pela população, publicou em seu site um infográfico afirmando que a “cultura branca” é relacionada a coisas como “famílias nucleares”, “autossuficiência”, “controle rígido do tempo” e “esperar mais para ter melhores recompensas.”
Tal postagem é “desprezível,” disse Foster. “É ofensiva ao sugerir que as pessoas negras não possam ter aspirações ou possuir algo. Os negros podem ser pontuais. Os negros são, de fato, muito bem sucedidos em nosso país.”
Depois de muitas reclamações, a postagem foi removida.
Eu gostaria de fazer umas perguntas sobre esse tipo de coisa ao Black Lives Matter. Entramos em contato com 14 dos líderes do movimento, mas ninguém concordou em dar entrevistas.
Uma pena. Eu gostaria de perguntar aos “antirracistas” se eles conseguem perceber que, assim como os supremacistas brancos, apoiam ideias segregacionistas, como espaços reservados apenas para negros (ou para brancos). Foster lembra que ambos “antirracistas” e supremacistas brancos acreditam que “a raça é um atributo imutável em quem nós somos.”
Ele prefere a visão de Martin Luther King Jr.: uma nação onde “as pessoas serão julgadas não pela cor de sua pele, mas sim pelo seu caráter.”
“Os líderes do Black Lives Matter não querem, de verdade, nada relacionado a essa visão de Martin Luther King Jr.,” disse Elder. “Eles querem uma sociedade coordenada com base na cor da pele, desde que sejam eles os responsáveis por essa coordenação.”
*John Stossel é o apresentador de "Stossel" na Fox Business Network e autor de " No They Can't! Why Government Fails—But Individuals Succeed".
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