Como se sabe, o nome do professor pernambucano Paulo Freire (1921-1997) é um dos mais citados em trabalhos acadêmicos mundo afora. Mas não deixa de ser uma surpresa o fato de que a influência de seu método pedagógico, de bases marxistas, tenha influenciado até o sistema educacional dos EUA — polo central do capitalismo contemporâneo.
Em ‘A Pedagogia do Marxismo’, o escritor americano James Lindsay analisa o impacto das ideias “freirianas” em seu país e afirma: além de destruir a educação, o brasileiro está por trás da radicalização política atual. Leia a seguir um trecho do livro, lançado em março no Brasil pelo selo Avis Rara.
Paulo Freire não foi meramente um educador. Ele foi um pós-colonialista radical e um marxista.
É preciso também compreendê-lo como uma figura religiosa, especificamente um teólogo da libertação, ou pelo menos um devoto da teologia da libertação, que podemos descrever como marxismo disfarçado de catolicismo.
Os registros religiosos na pedagogia de Freire — na teologia do marxismo — não são meramente casuais nem secundários.
Eles são absolutamente fundamentais para o seu trabalho, que, portanto, deve ser reconhecido como uma forma explícita e intencional de ensino religioso.
Na realidade, seria melhor considerar que Paulo Freire foi o principal divulgador da teologia e da prática do marxismo na última metade do século XX.
No final das contas, o mais simples resumo do extenso conjunto da obra de Paulo Freire é que ele marxificou a educação, transformando-a em um tipo de ensino religioso que o nosso estado atualmente respalda, financia, apoia, promove e demanda.
Dizer que Freire “marxificou” a educação não é dizer que ele injetou ideias marxistas nela, e também não é dizer que ele a adaptou para que servisse à doutrinação marxista, como nós geralmente a compreendemos.
Freire transformou a própria teoria da educação (pedagogia) numa teoria da pedagogia marxista. Ele mudou até o significado do que é ser educado (ou letrado) da mesma maneira.
Freire criou uma teoria marxista do conhecimento que permeia toda a sua teoria da educação, e construiu uma práxis marxista de reforma do pensamento em torno dela. Esse é o seu legado.
Suas escolas — as quais praticamente todas as nossas crianças na América do Norte frequentam, ao menos até certo ponto —, portanto, tratam a educação como um marxista a trataria se o conhecimento propriamente dito fosse entendido como um tipo de capital cultural que Marx, se visse isso dessa maneira, aboliria.
Em minha opinião, é principalmente por esse motivo que as escolas norte-americanas têm fracassado tão completamente em ensinar as crianças a ler, escrever e fazer cálculos matemáticos, entender História e educação cívica, e tornarem-se cientificamente instruídas, mesmo no nível da série em que estão, apesar dos substanciais e cada vez maiores recursos (públicos ou outros) que são destinados à tarefa da educação.
A finalidade do que as escolas freirianas consideram “educação” não poderia estar mais distante disso — na realidade, a sua finalidade é transformar nossos filhos em marxistas.
Nos Estados Unidos como um todo, o fracasso no desempenho escolar, particularmente nas escolas públicas, é absolutamente condenável, até mesmo por padrões internacionais que são um tanto torpes.
Embora isso varie de acordo com a disciplina, série e o estado, nas escolas públicas norte-americanas em geral, menos de um terço dos estudantes têm desempenho dentro da média.
O analfabetismo e a incapacidade em matemática são cada vez mais a norma (e não a exceção), a ser enfrentada com demandas crescentes por programas, dinheiro e “igualdade”, outra finalidade marxista.
Nada disso funcionará enquanto a pedagogia de Freire estiver instalada no cerne da educação. Seria mais proveitoso colocar fogo no dinheiro (ou deixar que as pessoas fiquem com ele).
Enquanto isso, as salas de aula ficam cada vez mais fora de controle graças a tendências relacionadas (marxistas), como a “justiça restaurativa”, e estudantes vão sendo pouco a pouco afastados do processo escolar e do conteúdo acadêmico em suas escolas.
Esse exorbitante fracasso está acontecendo num cenário de padrões e avaliações aparentemente muito rigorosos (todos os estudantes são bem-sucedidos, núcleo comum, etc.), envolvimento excessivo e doações de fundações e ONGs agora suspeitas, e rios de dinheiro federal e estadual adicional despejados nas escolas — muitas vezes destinado de maneira ilegítima, até mesmo por meio da Lei CARES, que destinava recursos de assistência na pandemia de coronavírus.
Muitos fatores contribuíram para o fracasso da educação nesse aspecto, mas pouco se fala diretamente a respeito do enorme impacto das ideias desastrosas de Paulo Freire, as quais não podem levar ao sucesso acadêmico, por mais dinheiro que seja desperdiçado para impulsioná-las.
Na realidade, razões não faltam para acreditarmos que quanto mais essas abordagens forem financiadas, piores serão os resultados.
Por esse motivo, a pedagogia crítica de Paulo Freire é um abjeto fracasso antieducacional, que deveria ser extirpado tanto do nosso ambiente de educação primária e secundária quanto das faculdades de pedagogia o mais rápido e mais completamente possível.
Na verdade, ela jamais deveria ter sido adotada, e as pessoas que se encarregaram de colocá-la em prática deveriam ser responsabilizadas pelos danos inacreditáveis que ela causou em 40 anos de interferência.
Essas ideias eram terríveis e infundadas já quando foram escritas nos anos 1960 e quando foram aceitas na América do Norte nos anos 1980, e não tiveram nem uma gota de aprimoramento nas décadas que se seguiram.
A sua adoção e inclusão, primeiro nas faculdades de pedagogia norte-americanas, depois nas escolas primárias e secundárias, deve ser considerada um dos maiores escândalos acadêmicos na História mundial.
Sem dúvida, a usurpação “crítica” da educação deve ser considerada nada menos que um crime contra a humanidade.