Helio Beltrão, fundador do Instituto Millenium e fundador-presidente do Instituto Mises Brasil, foi uma das atrações mais festejadas pelo público na última terça-feira (11), no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre. Crítico contundente do intervencionismo do governo, Beltrão denunciou o que descreveu como “fantasia do dinheiro que nasce em Brasília”.
Para ele, as regras estabelecidas pelo setor político e o controle de preços pelo governo podem ser invisíveis para o consumidor, mas são muito sentidas pelos empreendedores. “Não podemos ficar para sempre no dilema entre socialismo radical e socialismo. Pão com mortadela nem com Nutella fica bom. Saúde e educação gratuitas e de qualidade são garantidas pela Constituição. O que aconteceria se adotássemos essas mesmas soluções para alimentação? Ficaria melhor a alimentação no Brasil? Isso foi testado na Venezuela. E agora não há comida nem papel higiênico no país”, criticou, em conversa com a Gazeta do Povo.
Você mencionou que finalmente participa do Fórum como conferencista após anos de experiência como mediador. Qual o balanço da sua participação?
Vejo que houve um amadurecimento, um fortalecimento das ideias liberais. O que dissemos no evento, por exemplo, não seria dito há pouco tempo. Vejo que conseguimos mudanças importantes. Tiramos a Dilma. Temos soluções, novos partidos, como o Novo, o Livre… Uma mudança está em curso.
A curto prazo, quais outras mudanças que o projeto liberal defende para o Brasil?
Nós, da Rede Liberdade (rede nacional de organizações e institutos comprometidos com os ideais liberais), defendemos a privatização imediata dos Correios. Queremos a competitividade, o fim da reserva de mercado. E o deputado Paulo Eduardo Martins (PSDB/PR), que está do nosso lado, tem projeto para cortar o imposto sindical obrigatório (PL 5594/2016). Essas são nossas maiores prioridades.