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Surto na África

OMS mais uma vez declara mpox uma emergência internacional

Dois vírus de mpox observados por microscópio eletrônico e coloridos por programa de computador.
Dois vírus de mpox observados por microscópio eletrônico e coloridos por programa de computador. (Foto: NIAID/NIH)

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (14) que o novo surto da mpox (anteriormente conhecido como varíola dos macacos) na República Democrática do Congo, que se estendeu para outros países, é uma emergência de saúde pública de alcance internacional.

É a segunda vez em dois anos que a OMS considera que esta doença infecciosa pode se tornar uma ameaça sanitária internacional, um alerta que inicialmente foi suspenso em maio do ano passado, após sua propagação ser contida, o que levou à avaliação de que a situação estava sob controle.

Os casos gerados pelo atual surto já chegaram à Europa e à América do Norte. Desde o último surto global da doença, por volta de maio de 2022, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) contabilizaram 99.518 casos, mais de 95 mil dos quais aconteceram em locais novos para a doença no registro histórico, com um total de 207 mortes.

Desde janeiro de 2023, informou o órgão na semana passada (7), a República Democrática do Congo registrou mais de 22 mil casos suspeitos da doença e mais de 1200 mortes. O surto mais recente, portanto, pode ser até 26 vezes mais letal que o surto anterior, a depender da confirmação dos casos.

O vírus é aparentado ao da varíola humana, erradicada há décadas por uma campanha global de vacinação. Ele se divide em duas linhagens principais, uma delas, chamada de “clado 1”, causa o quadro mais grave e com mais risco de vida que a outra, o “clado 2”. Na biologia, um “clado” é uma árvore genealógica de seres vivos com um ancestral em comum.

O “clado 1” é endêmico no país africano e se espalhou para países como Burundi, República Centro-Africana, República do Congo, Ruanda e Uganda. Ainda não há casos fora da África. No ano passado, cientistas descobriram que o vírus passou por mutações por volta de setembro de 2023 que permitiram que ele se transmitisse com mais eficácia entre pessoas.

O principal modo de transmissão tem sido o contato sexual e outros contatos íntimos com trocas de fluidos. No Congo, contudo, ainda pode ser importante a transmissão pelo consumo de carne de animais infectados — os roedores são um reservatório mais importante do vírus, mas ele também ocorre em macacos, motivação do nome da doença (a OMS prefere chamar de “mpox” para evitar menção aos animais).

A mpox pode causar febre, sintomas respiratórios, dores musculares, inchaço nos gânglios linfáticos e erupções na pele das mãos, pés, torso, boca ou genitália. A proteção conferida por vacinas contra esse tipo de vírus dura muito mais que a proteção vacinal em doenças como gripe e Covid-19.

Com informações da Agência EFE.

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