A Fox está em posição de sitiar o mercado de adaptações de quadrinhos campeãs de bilheteria graças em boa parte a Matthew Vaughn.
Vaughn, um hábil cineasta de filmes de ação que até agora não dirigiu um fiasco, entregou um surpreendente estouro em 2015 com “Kingsman: Serviço Secreto”, que — frouxamente adaptado dos quadrinhos “The Secret Service” de Mark Millar e Dave Gibbons (publicados no Brasil com o título do filme) — faturou 414 milhões de dólares mundialmente.
Para o estúdio, isso ajudou a estabelecer o cenário para os filmes indicados para maiores de 17 anos “Deadpool” (783 milhões mundialmente) um ano depois e, na sequência, “Logan” (606 milhões) em março deste ano.
Agora, a Fox acabou de lançar o trailer para a sequência do filme de Vaughn, “Kingsman: O Círculo Dourado”, e o aperitivo cheio de estilo pressagia sucesso. (“O Círculo Dourado” está agendado para 22 de setembro – uma estreia que também se comunica com o histórico da Fox de agendar suas adaptações de quadrinhos para adultos longe do calor do verão cheio de filmes de super-heróis.)
O novo trailer reflete a passagem de bastão, no primeiro filme, de Harry Hart (Colin Firth) para “Eggsy” Unwin (Taron Egerton), o qual porta os óculos escuros e guarda-chuva vermelho com traços de Frank Sinatra, conforme sua organização britânica encontra um espião aliado em um grupo americano.
O trailer também nos mostra o retorno do mago da espionagem Merlin (Mark Strong), e introduz os agentes Tequila (Channing Tatum), Whiskey (Pedro Pascal) e Champagne (Jeff Bridges), além de ostentar as ganhadoras do Oscar Halle Berry e Julianne Moore.
“James Bondiano”
A curiosidade que o trailer mais provoca talvez seja sobre como Vaughn possa ser o diretor de “James Bond” com mais estilo no século XXI que nunca realmente dirigiu um filme de Bond.
Vaughn, afinal de contas, fez o filme (“Nem tudo é o que parece”, de 2004) que talvez tenha mais bem posicionado o astro Daniel Craig para assumir o manto do 007 logo depois.
O cineasta britânico, continuando a trabalhar com a roteirista Jane Goldman, então mostrou uma habilidade sinistra com filmes de super-heróis, guiando o primeiro “Kick Ass”, indicado para maiores de 17 anos, em 2010, e injetando vida nova em uma franquia com “X-Men: Primeira Classe”, de 2011.
Com licença para entusiasmar
O verdadeiro gênero reservado a Vaughn pode, contudo, muito bem ser o da homenagem ao mundo dos espiões. O cineasta – que até a idade adulta avançada acreditava que seu pai era o astro da série dos anos 60 “O Agente da U.N.C.L.E.” Robert Vaughn – deu uma piscadela para o ritmo das clássicas artimanhas de espião em “Kingsman”, mas também tem uma inclinação por violência sangrenta coreografada. Da maneira como Tarantino adorna a homenagem ao faroeste espaguete despejando litros de molho marinara, Vaughn claramente aprecia fazer o mesmo para espiões com violência de computação gráfica.
Vaughn pode um dia voltar a dirigir um personagem da Marvel para a Fox – dessa vez com a liberdade da classificação indicativa para maiores de 17 anos – mas neste momento ele é um diretor-roteirista perfeitamente confeccionado para entregar filmes de espião com licença para entusiasmar.
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