Ouça este conteúdo
De acordo com a imprensa, Kyle Rittenhouse era um supremacista branco. De acordo com a imprensa, Kyle Rittenhouse era um terrorista. De acordo com a imprensa, Kyle Rittenhouse era um assassino. Na verdade, porém, ele não era nada disso.
Kyle Rittenhouse tinha 17 anos quando foi para Kenosha, Wisconsin, a fim de proteger as empresas e dar ajuda médica aos necessitados. Ele foi perseguido por Joseph Rosenbaum, um pedófilo condenado de 36 anos; ele atirou em Rosenbaum assim que Rosenbaum tentou pegar sua arma.
Ele foi, então, perseguido por Anthony Huber, 26 anos, um homem condenado por duas acusações de tentativa de homicídio depois de esfaquear o irmão e a avó e de estrangular o irmão. Rittenhouse atirou em Huber depois que Huber tentou bater em sua cabeça com um skate.
Por fim, Gaige Grosskreutz, de 27 anos, membro da Antifa radical, se aproximou de Rittenhouse com uma pistola. Rittenhouse atirou no braço dele.
Tudo isso foi gravado. E foi confirmado por testemunhas e provas físicas. Ainda assim, Rittenhouse foi submetido a um julgamento.
Ele foi julgado porque seu caso se tornou o ponto focal de uma tempestade política. Em setembro de 2020, o presidente Joe Biden mostrou Rittenhouse num anúncio que falava sobre a suposta simpatia de Trump por supremacistas brancos. Esquerdistas declararam que Rittenhouse era um exemplo do racismo nos Estados Unidos, ainda que as três pessoas nas quais ele atirou fossem brancas.
Mesmo depois que os promotores apresentaram o caso – um caso tão fraco que até as testemunhas de acusação acabaram apoiando o argumento de autodefesa de Rittenhouse — jornalistas insistiam que, se Rittenhouse fosse declarado inocente, isso seria outra mácula na história racial do país.
Enquanto isso, na semana passada ficamos sabendo que o Departamento de Justiça tinha indicado um tal de Igor Danchenko, um analista russo que trabalhou com Christopher Steele no infame Dossiê Steele — uma coleção de mentiras sobre Trump, tratada como uma verdadeira “bala de prata” pela imprensa. Danchenko, ao que consta, escondeu o fato de uma de suas fontes ser um militante do Partido Democrata próximo da família Clinton.
Isso significa que Steele, em nome de Hillary Clinton, reuniu informações falsas obtidas por meio de aliados dos Clinton e reunidas num relatório – e então a equipe de Clinton entregou o relatório ao FBI, que imediatamente o usou como base para um mandado contra Carter Page, membro da campanha de Trump. A campanha de Clinton, então, usou a investigação do FBI nas eleições.
A imprensa, claro, foi cúmplice de tudo isso. Quando o Dossiê Steele veio a público, a imprensa o tratou como se fosse verdade e digno de credibilidade. Como escreve Bill Grueskin, da Faculdade de Jornalismo da Universidade de Columbia, “alguns repórteres simplesmente não gostam nem confiam em Trump e, por isso, não querem parecer que estão ao lado dele”.
Jussie Smollett não foi atacado por bandidos brancos usando bonés MAGA. A imprensa tratou a história inicial dele com uma crendice total. Christine Blasey Ford não tinha provas de suas alegações contra Brett Kavanaugh, mas a imprensa a tratou como uma heroína.
Os estudantes da Covington Catholic não zombaram do nativo norte-americano. A imprensa os tratou como supremacistas brancos do mal. Jacob Blake não foi perversamente morto pela polícia. A imprensa tratou o caso como um exemplo do racismo policial sistêmico.
Nenhuma prova de que Derek Chauvin matou George Floyd foi racismo jamais foi apresentada. O caso, contudo, virou o principal argumento no nosso “debate nacional” sobre racismo.
Quantos fatos morrerão nas mãos das narrativas criadas pela imprensa? Tantos quantos os necessários para que se alcance a utopia política da esquerda. Como sugeriu David Burge no Twitter, “o jornalismo tem a ver com cobrir histórias importantes. Com um travesseiro, até que elas parem de se mexer”.
Ben Shapiro é apresentador do “Ben Shapiro Show" e editor emérito do Daily Wire.