Antes do anúncio das indicações do Grammy de 2018, na terça-feira (28), havia muitos prognósticos de que a disputa pelo “Álbum do ano” se resumiria a dois artistas – o britânico Ed Sheeran, com o álbum “÷ (Divide)”, e o rapper Kendrick Lamar, com “Damn”.
O trabalho de Lamar entrou para a lista, juntamente com Childish Gambino ("Awaken, My Love!"); Jay-Z ("4:44"), Lorde ("Melodrama") e Bruno Mars ("24K Magic"). Mas Sheeran ficou longe de fazer parte destas indicações, para a tristeza de seus fãs.
Essa ausência de nomeação esperada sobre Sheeran mostrou, mais tarde, que pela primeira vez, em 19 anos, a categoria de “Álbum do ano” não teve homens brancos indicados.
Isso é especialmente notável para o Grammy, criado em 1959. A premiação foi alvo de críticas no ano passado, quando o "25", de Adele, ganhou o álbum "Limonada", de Beyoncé. No Grammy 2016, "1989", de Taylor Swift, já havia batido "To Pimp a Butterfly", de Lamar. No ano anterior, o álbum autointitulado de Beyoncé perdeu para "Morning Phase", de Beck.
“Nos útimos cinco anos, artistas negros têm feito uma era de definição da música pop. Alguns deles foram nomeados para o Grammy mais forte, o álbum do ano”, escreveu o crítico de música do jornal Washington Post, Chris Richardes, após o show do Grammy 2017. “Então, quando a maior noite da música acontecer, cada um dos artistas perde para um ato branco fazendo um trabalho menos desafiador, menos imaginativo”, argumentou.
O presidente da Recording Academy, Neil Portnow, reconhece a diversidade dos candidatos deste ano e credita isso ao grande grupo de membros votantes do Grammy. São aproximadamente 13 mil pessoas, todas profissionais da indústria fonográfica. Além disso, pela primeira vez, o Grammy abriu votação online neste ano – o que pode ter democratizado e diversificado o processo. Até então, a votação ocorria por meio de cédulas de papel.
Os resultados estão refletindo a música dos tempos – o hip-hop e a música urbana são penetrantes em nossa sociedade – não apenas na América”, disse Portnov, em entrevista ao Variety. “Então, é um reflexo disso quando isso continuar a ser evidente e a evoluir”.
Para Portnov, relegar Sheeran à indicação na categoria de melhor “Álbum do ano” não caracteriza desprezo pela obra do artista. Trata-se de apenas um indicativo de onde os votantes do Grammy pensam que Sheeran pertence.
“Em tempos de Ed e as gravações que ele fez, certamente nossos eleitores pensaram muito nele e ele foi nomeado para dois prêmios. Em termos de onde ele foi nomeado, essa é a chamada de nossos membros e que tenho que respeitar isso”, acrescentou o presidente da Recording Academy.
Sheeran foi indicado para “Melhor performance solo pop” e “Melhor álbum vocal pop”.
O Grammy 2018 vai ao ar no dia 28 de janeiro, na rede de TV americana CBS.
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