Mais de 50 anos de estudos sociológicos demonstram que o comportamento é ótimo para prever importantes escolhas na vida. Crianças temperamentais, bagunceiras e agressivas geralmente fazem com que os pais não lhes deem afeto e diminuam a supervisão, o que leva a um comportamento ainda pior, juntamente com outras dificuldades e frustrações. Adolescentes que atacam verbalmente ou ameaçam seus professores têm mais chance de serem suspensos ou expulsos e também de passarem menos tempo estudando, fazendo a lição de casa e frequentando as aulas. E adultos que se envolvem em crimes são os mesmos que não só estão sempre na cadeia, claro, como também são os que permanecem voluntariamente desempregados, se percebendo na base da escada econômica. O comportamento prevê consequências em todos os ambientes, e essas consequências se acumulam. A literatura que associa o mau comportamento às consequências negativas é incrivelmente robusta, abrange todos os países e tem sido replicada em todas as disciplinas acadêmicas, com diversas amostragens, metodologias e técnicas de análise. Essas descobertas servem de base para várias políticas e narrativas culturais que, se adotadas, poderiam ajudar as pessoas a evitar muitos dos problemas custosos da vida.
Muitos pensadores e ativistas de esquerda, contudo, preferem desassociar qualquer comportamento individual de sua consequência na vida — será desvalorizando a violência cometida por criminosos ou culpando forças externas, menosprezando o problema da agressividade das escolas públicas quando eles pertencem a minorias, preferindo fazer referência ao “canal direto da escola para a prisão” ou sugerindo que o acaso explica o sucesso ou fracasso individual. De acordo com esse raciocínio, a tendenciosidade implícita é culpada pelos conflitos policiais com as comunidades minoritárias, e não os criminosos violentos e que resistem à prisão; e o “complexo prisional-industrial”, não o comportamento criminoso crônico, é o que explica por que dois milhões de norte-americanos estão atrás das grades. Da perspectiva esquerdista, o mau comportamento, ao menos por parte de alguns grupos, deveria ser ignorado ou, quando não ignorado, justificado por forças sociais diabólicas – sobretudo a pobreza - que causam o mau comportamento. Isso prejudica a sociedade e não ajuda em nada as pessoas que a esquerda diz querer ajudar, sobretudo porque a justificativa é de ponta-cabeça: a pobreza, em geral, é consequência do mau comportamento, não a causa dele.
Em defesa da "cultura burguesa"
O argumento de que o comportamento é importante e afeta profundamente a vida é o que causou conflitos entre os professores Amy Wax e Larry Alexander e seus colegas de esquerda. Num artigo de 2017 defendendo a “cultura burguesa”, Wax e Alexander argumentaram que as normais sociais tradicionais dão às pessoas valores e formas de agir que acabam por melhorar suas vidas. Quais são esses comportamentos? Casar-se antes de ter filhos e permanecer casado, estudar, ser um bom funcionário, servir ao país, ser um bom vizinho, praticar a caridade, evitar a linguagem chula, respeitar a autoridade e evitar os crimes e o uso de drogas. Estes são os mesmos conselhos dados aos jovens por seus pais. Ainda assim, Wax e Alexander cometeram um pecado aos olhos da esquerda: eles fizeram uma conexão explícita entre o comportamento e os resultados na vida e, assim, rejeitaram a narrativa de que estruturas sociais injustas, e não escolhas individuais, impedem as pessoas de alcançarem seu potencial.
Pela mesma razão, o que poderíamos chamar de pobreza comportamental explica como alguns indivíduos passam a vida afundados na pobreza e na marginalidade. A pobreza comportamental se reflete em atitudes, valores e crenças que justificam a ideia de que se tem direito a tudo, o desprezo à responsabilidade pessoal e a rejeição aos mecanismos sociais tradicionais de progresso. Ela se caracteriza pela autoindulgência, falta de autocontrole e motivação e esforço limitados. Ela pode estar relacionada a vários comportamentos antissociais, imorais e imprudentes, entre ele o uso de entorpecentes, a jogatina, maus hábitos de saúde e a criminalidade.
Embora as causas da pobreza comportamental sejam complexas – envolvem a inter-relação entre pais, genes e cultura – compreender suas consequências não é algo tão complexo: elas são deprimentemente previsíveis. Como a pobreza comportamental pode se manifestar cedo e permanecer estável, não é incomum ver crianças comportamentalmente pobres se saindo mal na escola, sendo presas como delinquentes e chegando à idade adulta com pouca ou nenhuma habilidade que não aquelas valorizadas na rua. Poucos dos que trabalham no sistema judiciário voltado para os menores, por exemplo, se surpreendem ao descobrirem os mesmos ex-internos presos quando adultos ou envolvidos em drogas ou grávidas sem como se sustentar.
A pobreza comportamental nos ajuda a entendermos por que aqueles surpreendidos pelo sistema penal têm dificuldades em vários setores da vida, seja por causa de seu desleixo, seja por sua incapacidade de se sentirem afetados pelas intervenções corretivas criadas para melhorar sua vida, seja por sua recusa quase sempre teimosa em agirem como adultos produtivos. Embora muitos sociólogos e criminologistas relutem em invocar um conceito como esse porque ele “culpa a vítima” – neste caso, os criminosos – por suas circunstâncias, várias obras nas ciências sociais dos últimos 50 anos comprovam isso.
O código das ruas
Uma das primeiras estudiosas a documentar a continuidade da conduta antissocial sobre a vida do indivíduo foi Lee Robins, uma socióloga versátil cuja obra inclui pesquisas importantes sobre o transtorno de personalidade antissocial. Em um de seus artigos fundamentais, Robins comparou a trajetória de desenvolvimento do comportamento prosaico e antissocial usando dados de várias amostragens — algumas só de brancos, outras só de negros e algumas racialmente representativas da população norte-americana. Robins descobriu que o comportamento é o principal indicador da conduta posterior e das circunstâncias da vida e que a classe social e a pobreza exercem um papel menor. Essa descoberta se aplica sobretudo ao comportamento criminoso patológico – condições ambientais como a pobreza tem um efeito relativamente menor na explicação de tal comportamento. A pobreza, descobriu Robins, era geralmente resultado – não a causa – do repertório comportamental que gerava problemas de relacionamento, o abandono da escola, desemprego, problemas com drogas e a incapacidade de apego. As mesmas deficiências categóricas que afetavam os pesquisados enquanto crianças na obra de Robins permaneceram evidentes décadas mais tarde, quando elas viraram adultos.
O premiado livro do sociólogo Elijah Anderson, Code of the Street: Decency, Violence, and the Moral Life of the Inner City [O código das ruas: decência, violência e a vida moral das cidades], foi elogiado pela academia e pelo público por sua visão sobre os bairros pobres afro-americanos na Filadélfia. Ele também enfatiza a importância do comportamento. Anderson identificou dois tipos de moradores desses bairros: aqueles que se autoidentificam como “decentes” e levam uma vida convencional e dentro da lei e aqueles que se identificam como “da rua” e levam vidas antissociais, na qual a violência é aceita. Os que seguem o código das ruas – geralmente jovens homens – eram fatalistas, irresponsáveis, hedonistas e obcecados pela ideia de “respeito”. Se outra pessoa os “desrespeitasse”, o que significa algo trivial como olhar nos olhos por alguns segundos, a violência era a única reação aceitável. E, como muitos jovens “da rua” andam com armas ilegais, a reação geralmente se manifesta como uma tentativa de assassinato ou assassinato. As pessoas que seguem o código das ruas, disse Anderson, geralmente deixam de estudar por vontade própria ou involuntariamente, sendo expulsos ou presos; eles são cronicamente desempregados e dependem do assistencialismo ou de outras mulheres para se sustentar; e eles não acumulam riqueza ou bens. Eles estão destinados ao pecado e ao fracasso. Eles se destacam pela violência e outros atos criminosos.
Embora Anderson tenha encontrado provas de que algumas pessoas transitaram de um mundo para o outro, nas quais pessoas decentes exibiam certa agressividade para evitarem a vitimização, a visão d emundo das pessoas decentes e daquelas “da rua” são diferentes, apesar de suas semelhanças em termos de raça, status socioeconômico e localização geográfica. As entrevistas de Anderson revelavam que pessoas decentes acreditam no futuro – e isso significa trabalhar duro, economizar e investir na criação dos filhos. Pessoas decentes tiram força de instituições tradicionais, como a escola e a igreja, e tendem a desenvolver e manter relações tradicionais em torno da família. As conexões com as instituições sociais tradicionais facilitam o comportamento moral e seguidor das leis. “Extremamente conscientes do ambiente problemático e geralmente perigoso onde moram”, escreve Anderson, “pais decentes tendem a ser rígidos na criação dos filhos, encorajando-os a respeitarem a autoridade e a agirem com correção. Eles às vezes demonstrar uma preocupação obsessiva com problemas de todos os tipos e estimulam os filhos a evitarem pessoas e situações que podem gerar problemas”. A decência estrutura sua existência de acordo com um ethos estável, sem relação com a problema que a cerca.
Fatores de proteção e de risco
Outros estudiosos documentaram histórias semelhantes em bairros pobres de Chicago e Denver. Delbert Elliott e William Julius Wilson estudaram o desenvolvimento comportamental no livro Good Kids from Bad Neighborhoods: Successful Development in Social Context [Crianças boas em bairros ruins: o desenvolvimento bem-sucedido no contexto social]. Os autores observaram diferenças comportamentais importantes que distinguem crianças boas e más vivendo nas mesmas condições materiais. Entre elas estão, entre as “crianças boas”, a competência pessoal que envolve o estudo, as expectativas educacionais futuras, as oportunidades futuras e uma maior autoestima; e a competência prossocial, que envolve eficácia pessoa, expectativas educacionais, comprometimento com a convencionalidade e o envolvimento com atividades tradicionais. Os que exigem tais características tendem à excelência na escola e a internalizar a ideia de que uma vida moral marcada pela autodisciplina e autocontrole gerará benefícios – não apenas no presente, mas também no futuro.
Pesquisadores nos Estados Unidos, Europa e Ásia realizaram estudos longitudinais analisando que características de vida individual estão associadas a problemas de conduta. Esses estudos também lançaram luz sobre vários fatores de proteção que parecem funcionar como um escudo dos jovens contra o comportamento antissocial, até mesmo em ambientes mais negativos. Os principais desses fatores são a inteligência superior (sobretudo a inteligência verbal), o autocontrole, o horizonte de longo prazo com expectativas de realização futura e o maior investimento parental.
Fatores de proteção e de risco são capazes de prever o comportamento na idade adulta, de acordo com as descobertas do Estudo Multidisciplinar de Saúde e Desenvolvimento, que acompanhou um grupo de 1.037 indivíduos em Dunedin, Nova Zelândia, desde o nascimento, em 1972. Os pesquisadores descobriram que apenas quatro fatores presentes ainda aos três anos – maus-tratos, baixo QI, pouco autocontrole e baixo status socioeconômico – estavam associados a consequências de vida quatro décadas mais tarde. Eles também compararam os 22% do grupo que tinham perfis de risco com os 30% que tinham perfis de menor risco. As comparações revelaram que o peso social relativo que cada um dos grupos representaria. Os 22% de maior risco – aqueles que exibiam pobreza comportamental – eram responsáveis por 66% do gasto assistencial, 77% da ocorrência de filhos de mães solteiras, 54% do hábito de fumar, 40% dos casos de obesidade, 57% das diárias hospitalares, 78% do consumo de remédios prescritos, 36% dos acidentes com feridos e 81% do crime. Os 30% de menor risco eram responsáveis por 6% do gasto assistencial, 3% da ocorrência de filhos de mães solteiras, 7% do hábito de fumar, 1% dos casos de obesidade, 7% das diárias hospitalares, 3% do consumo de remédios prescritos, 15% dos acidentes com feridos — e 0% do crime.
Os dados do Estudo Dunedin revelam as amplas consequências negativas da falta de autocontrole e, ao mesmo tempo, os benefícios do autocontrole. Pessoas comportamentalmente pobres vive de um momento ao outro e não se importam com como sua conduta afetará os outros. Qual a melhor prova disso do que conceber filhos e depois não os reconhecer nem os criar? Tais indivíduos têm mais chance de fumar, beber em excesso, usar drogas, dirigir irresponsavelmente, brincar com armas carregadas, fugir da política – e não se exercitar, não comer bem, não ter uma boa rotina de sono e não levar a saúde a sério. Por causa disso, eles geralmente precisam usar as salas de emergência dos hospitais. Suas ações costumam gerar custos para os outros, tanto em termos de vitimização quanto de gastos com o sistema penal gerados por seus crimes e sua ligação com os programas assistenciais.
A pobreza comportamental talvez encontre sua ilustração mais vívida na vida dos viciados em drogas. Neste caso, adultos responsáveis e até necessidades humanas básicas, como a alimentação e o sono, se sujeitam ao consumo compulsivo de álcool, cocaína, metanfetamina, heroína ou uma mistura dessas substâncias. Entrevistamos marginais que disseram ficar acordados por dez a vinte dias quando drogados. Quando não há drogas disponíveis, os viciados geralmente recorrem ao crime. Os consumidores de drogas cometem crimes a uma taxa várias vezes maior do que seus semelhantes não usuários. Boa parte da incidência de crimes como assalto e furto está associada ao uso de drogas.
Pesquisas criminológicas demonstram o fracasso de muitos marginais em mudar de vida. Usando dados do Projeto Juvenil Northwestern, um estudo longitudinal de 1.829 jovens presos no Centro de Detenção Juvenil Temporário do Condado de Cook, com acompanhamentos depois da soltura, a professora de medicina Karen Abram e seus colegas examinaram consequências positivas em oito áreas: desempenho educacional, independência residencial, atividade lucrativa, relacionamento interpessoal, responsabilidade parental, desistência do crime, abstenção do uso de drogas e saúde mental — as responsabilidades básicas da vida adulta. Somente 55% das mulheres e 22% dos homens delinquentes atingiram meta dos resultados positivos. Essas descobertas foram reafirmadas por uma série de estudos sobre a Lei da Segunda Chance, na qual os marginais que estão voltando à sociedade são submetidos a vários serviços sociais, psicológicos e empregatícios. Todos esses serviços e sistemas de apoio não têm praticamente nenhum efeito e, em alguns casos, estavam associados a consequências ainda piores. Quando se considera a pobreza comportamental de quem os recebe, esses resultados não são surpreendentes.
A pobreza comportamental e o sistema prisional
A pobreza comportamental torna a sujeição ao sistema prisional extremamente improvável. Primeiro, exceto pelo encarceramento – no qual um estilo de vida sedentário é de alguma forma possível –, outras formas de punição, como a condicional, impõem exigências ao apenado que muitos consideram difíceis de serem cumpridas. Eles têm que trabalhar ou provar que estão procurando emprego, têm que se abster do consumo de álcool e drogas, têm que fazer vários tratamentos, têm que evitar o contato com as vítimas de seu caso e ou grupos de pessoas com as mesmas características das vítimas — por exemplo, predadores sexuais devem ficar longe de crianças — e com outros criminosos e membros de gangues. Eles têm de pagar multas ou indenização, se encontrar com o agente de condicional em horários agendados e colaborar com as autoridades que realizam visitas a suas casas. O sistema aceita muitas violações técnicas e até mesmo violações importantes da lei e o uso continuado de drogas enquanto o marginal está sob sua supervisão. Dados do sistema prisional ampliado indicam que muitos marginais não têm apoio para serem bem-sucedidos, e essa condição é ainda pior para os comportamentalmente pobres. Um relatório recente do Departamento de Estatísticas Jurídicas sobre a reincidência entre mais de 400 mil criminosos soltos da prisão mostrou que, nove anos depois da soltura, apenas 18% dos presos não tinham sido presos novamente.
Depois, muitos criminosos não desejam ter uma conduta adulta convencional e produtiva. Em nossa experiência como pesquisadores, médicos e atendentes do sistema penal, milhares de criminosos nos disseram isso. Todos os rigores e responsabilidades da idade adulta – desde o pagamento do aluguel e serviços domésticos até a manutenção das relações pessoais – são cumpridos, sem custos, pelo sistema prisional. Os adultos convencionais ficam horrorizados diante da ideia da prisão, mas muitos criminosos veem a cadeia como um refúgio das exigências da vida. E, levando em conta os esforços da esquerda, o encarceramento está cada vez mais isento de estigma. Estudos sugerem que, quando diante da escolha entre a liberdade e o confinamento, criminosos com um maior histórico de encarceramento e uma maior patologia comportamental optam pelo confinamento. Alguns prisioneiros até recusam a liberdade condicional e cumprem toda a pena em regime fechado.
Alguns criminosos acabam por aceitar as responsabilidades da vida adulta, criando uma vida melhor para si, mas a maioria permanecerá na base da escada econômica. O comportamento criminoso é um indicador importante da pobreza – não porque os criminosos enfrentam sanções legais e sociais piores, e sim porque suas ações continuam sendo consistentemente antissociais. Ao contrário daqueles que mostram os criminosos como vítimas de um sistema carcerário punitivo que lhes tira a oportunidade de terem uma vida estável, um bom emprego e relações saudáveis, a verdade é que muitos não buscam esses objetivos e não cultivam os hábitos para alcançá-los.
Mas, se entendemos como algumas pessoas fracassam, também entendemos como algumas seguem em frente – como elas navegam em meio aos problemas da vida permanecendo empregados, casados e livres do crime e do uso de drogas. Embora o sucesso material não possa jamais ser garantido, entre os ingredientes para uma vida com sentido estão o autocontrole, a tenacidade, a responsabilidade pessoal e a rejeição a comportamentos que violam os padrões morais e legais. Usando dados de uma amostragem de adolescentes que cresceram durante a Grande Depressão e cujas vidas foram acompanhadas ao longo de seis décadas, o sociólogo John Clausen documentou o impacto do que ele chamou de “talento de caráter”. Jovens que demonstravam essa característica – isto é, jovens autoconfiantes que rejeitavam a vitimização, investiam no intelecto e eram dignos de confiança – foram mais bem-sucedidos na idade adulta. “A competência deles”, descobriu Clausen, “gerava melhores oportunidades e realizações”. Por outro lado, Clausen descobriu que pessoas sem esse talento geralmente enfrentavam dificuldades e danos às suas vidas – e às dos outros.
A importância das consequências
Inevitavelmente, claro, algumas pessoas se desviam desses valores. Em geral, a solução da esquerda é eliminar as consequências negativas dessas escolhas. O entusiasmo atual da esquerda para a soltura em larga escala de criminosos é um bom exemplo. O erro disso foi evidenciado pelos dados de reincidência do Departamento de Estatísticas Jurídicas e pelo fracasso dos esforços de ressocialização – sem falar nas condições precárias e nas taxas de criminalidade em ascensão em cidades como San Francisco, Seattle e Baltimore, em parte por causa da indisposição de seus líderes em atribuir consequências a tudo, desde o comportamento desordeiro e vadiagem até os crimes violentos. Admitamos que mudar o comportamento é difícil, mas tirar das pessoas um motivo para mudar ao eliminar as consequências também elimina a responsabilidade. O fato de algumas pessoas serem afetas pelas consequências negativas não prova que as consequências não são importantes, e sim que alguns indivíduos estão imunes às sanções sociais.
“A visão da esquerda, cheia de inveja e ressentimento, prejudica mais aqueles que estão na base – sejam negros ou brancos –, que encontram nessa visão paranoica uma desculpa para comportamentos contraproducentes e autodestrutivos”, observa o economista e pensador Thomas Sowell. Em termos mais claros: o comportamento é o que faz a sociedade.
Matt DeLisi é coordenador de estudos criminais, professor do Departamento de Sociologia e professor do Centro de Estudos da Violência da Universidade Estadual de Iowa. John Paul Wright é professor da Escola de Justiça Criminal da Universidade de Cincinnati.
© 2019 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês