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Por que os fiéis do politicamente correto ficam mais indignados com discurso do que com violência?

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(Foto: Unsplash)

A religião do politicamente correto teve uma alucinação coletiva de que Trump chamou imigrantes ilegais de animais, porque muitos de seus membros se sentem assim e querem profundamente se redimir disso. 

Os acusadores da mídia condenaram a descrição de Trump de gangues como o MS-13 como “animais” como se fosse um ataque contra todos os imigrantes ilegais. Milhões dispararam sua raiva em seus celulares. Como Edmund Burke disse, a única coisa necessária para o triunfo do mal é que homens de bem não façam nada. 

Bode expiatório recíproco 

A maioria das pessoas diz o que diz não porque acredita nisso, mas porque quer se destacar por se encaixar melhor do que qualquer outra pessoa. 

A política é um ritual alimentado por paixões de multidões codependentes. A esquerda tomada pela culpa precisa do Trump sem vergonha como o Batman precisa do Coringa. Eles se completam. 

O bode expiatório recíproco é o coração da rivalidade cultural. Nós entregamos nossa percepção da realidade a frequências de pensamentos tribais e então descarregamos as paixões reprimidas juntas. Assombrados por histórias de infância sobre o mal das multidões sacrificando pessoas inocentes como Jesus, os ocidentais modernos são atormentados pela culpa da aparente injustiça com os desajustados. 

Como muitos acham que somos bacanas demais ou espertos demais para a metafísica cristã, não temos como liberar adequadamente esses sentimentos de culpa. Assim, temos constantes concursos de status social para as pessoas demonstrarem o quanto elas são sensíveis para a maneira como a linguagem pode prejudicar os vulneráveis. 

A religião do politicamente correto 

Não se engane, o pensamento politicamente correto é uma religião. A raiz latina para ‘religião’ significa ‘ligar’. Essa ligação é alcançada de duas maneiras: responsabilidade criativa ou culpabilização destrutiva. Ou deixamos de lado nosso mau hábito de culpar os outros por nossos problemas e os resolvemos nós mesmos, ou formamos panelinhas baseadas no ódio mútuo contra aqueles que não conseguem acompanhar nossos modos de sentir. 

Na religião do politicamente correto, o discurso é violência e a violência de verdade é ultrapassada. Então, quando Trump usa palavras duras como “animais” para descrever a brutalidade das gangues, algumas pessoas realmente se sentem como salvadoras – crucificadas pela expressão de vulgaridade na casa mais sagrada do poder do Estado. 

Não é que as pessoas sob a culpa do politicamente correto estejam cientes do que estão fazendo. Elas não estão cientes. Elas estão lutando com a mentalidade de grupo da mesma forma como a multidão que tentou apedrejar a mulher adúltera. Como todo mundo, eles precisam seguir a Jesus. Mas estamos muito ocupados cobiçando o seu martírio na história para perceber isso. 

Como essas pessoas confiam no Estado para resolver nossos problemas, a multidão de politicamente corretos está mais próxima do que eu das políticas de Trump. No entanto, como eu não ofendi o bode expiatório deles neste artigo, muitos agora têm a prova Fact-Checked™ de que eu estou “do lado dele”. Mas sou durão com eles porque também os amo. 

É sempre perigoso ficar entre um grupo e seu inimigo. Se Jesus fizesse uma proibição direta à multidão como “não apedrejem essa mulher”, o pedido teria desencadeado uma reação contrária de poder na forma de violência. Eles teriam matado ele e a mulher. 

Em vez disso, ele se ajoelhou, desviou os olhos para neutralizar o desejo da multidão de ver sua própria agressão neles, e fez uma pergunta que desmontou a mentalidade de grupo. 

Quem dentre vós lançará a primeira pedra? 

Essa questão quebrou a ressonância da indignação compartilhada e forçou-os a repensar a sua parte em transferir a culpa para seu objeto de desgosto. 

Quando você se importa mais com as palavras do que com a violência real

Eu pergunto aos que se incomodam com as imaginadas insinuações da linguagem que Trump usou para assassinos de gangues, qual de vocês vai lançar a primeira pedra contra as vítimas do MS-13? Antes de você gastar toda a sua energia debatendo inutilmente palavras mal-educadas que profanam a aura do estado, você pode se colocar no lugar dos seus inimigos e ter empatia com a tristeza deles pelas vítimas mutiladas de gangues como o MS-13? Você consegue entender como pessoas normais como você não gostariam de ter uma terra sem fronteiras na qual as gangues podem entrar e produzir uma agonia indescritível para humanos de verdade? 

Podemos nos importar com a violência humana mais do que palavras? 

Eu entendo a perspectiva politicamente correta. Obama deportou dois milhões de pessoas, mas não usou palavras pesadas para fazer isso. No entanto, a estética cristã está lentamente nos afastando de impulsos antigos de linchar acusados de assassinatos. À sombra da Cruz, construímos estruturas legais e culturais que domam a vingança e proveem os que não são amados. Quando Trump diz “animais” neste contexto, algumas pessoas sentem que ele está anulando esse progresso. 

Como Jesus, podemos imaginar como crescer em cidades devastadas pela carnificina de cartéis poderia dessensibilizar e destruir a alma humana. Podemos ver que, dadas as circunstâncias certas, poderíamos optar por cometer atrocidades. No entanto, ainda seríamos humanos. Ainda feitos à imagem de Deus. Nós não somos animais, apesar dos nossos horrores. Como Jesus, podemos escolher humanizar os assassinos. 

Mas fronteiras não são violência. Cercas em propriedades não são violência. Elas podem ser abusadas e usadas para dominar os outros, sim. No entanto, a diferenciação entre os espaços é saudável, desde que esteja em equilíbrio com a ética cristã do auto sacrifício. O equilíbrio é perdido quando o estado separa as famílias imigrantes por fugirem da carnificina do mercado negro para o qual o governo contribui nas terras deles.

©2018 Foundation for Economic Education. Publicado com permissão. Original em inglês

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